Tio Belo e os Sobrinhos Malvados

Tio Belo e os Sobrinhos Malvados

"Há períodos que nosso tio desaparece sem nenhuma explicação. São semanas, quinzenas, meses. Quando volta está mais forte, jovem e belo".

Ele não considera gente boazinha, correta, comportada. Lembramos que chegou à sua presença uma jovem prostituta. Queria sua proteção, viver conosco. Cansara de ser maltratada, explorada na vida. O tio quis saber se usava drogas ou matara alguém. Drogas fora obrigada a usar. Caíra nas mãos de um cáften inescrupuloso. O canalha levava quase tudo que ela arrecadava. Odiava-o por isso. Foi então que tio Belo ao ouvir sua narrativa lhe propôs:

___ Se quiseres minha proteção, traze os bagos do crápula numa caixa vermelha. Adorarei receber-te como minha sobrinha...

Rimos muito à sua saída. Parecia assustada com a condição imposta. Nunca mais voltou... Noutra oportunidade um michê de rua quis conhecer o tio Belo. Ouvira falar de sua fama e que pagava bem. Nós o trouxemos a presença dele. Queria vidão, se dar bem! Para sair da miséria, do sereno das calçadas faria qualquer coisa. Descobrira cedo que o instrumento que trazia entre as pernas podia render-lhe dinheiro e prazer. Achava-se sagaz, tinha na cabeça loura projetos. Seu teste foi escatológico. Ficou num dos quartos da mansão pelado, masturbando-se. Ocultos, nós o estudávamos. A voz de tio Belo soou calma e amistosa:

___ Parabéns! Tens uma ótima performance! Então queres ser um de meus sobrinhos?

___ É isso aí, magnata! Mas por que não apareces para me tocar? Estou em ponto de bala! Por grana faço tudo! Sou "profissa"...

___ Ótimo! Mas fazes tudo mesmo? duvidou tio Belo.

___ Paga pra ver, tio! desafiou o rapaz.

Chegou às mãos do resoluto mancebo um contrato por escrito com a chancela do tio. Se concordasse, assinaria com sangue. Depois de lê-lo, tomado de moral, xingou a todos irado:

___ Bando de filhos da puta, veados do caralho! Vão tomá no cu! disse, vestindo-se.

Tinha ido ali para foder e não para servir de penico a um bando de degenerados. Foi reprovado. Para ficar no grupo, ele tinha que, durante um mês , permitir que cagássemos, urinássemos, vomitássemos sobre ele, sem um banho sequer...

Nós viemos parar na companhia de tio Belo faz tempo. Do seu potente carrão ele presenciou atearmos fogo em um mendigo. Convidou-nos para dar um passeio. Contamos-lhe que surráramos uma empregada doméstica até a pobre desmaiar. Saíamos pela madrugada para zoar. Jogáramos um velhote homossexual pela janela do vigésimo andar do edifício onde o perobo morava. Éramos perigosos. Sentimos um brilho estranho nos olhos azuis de tio Belo ao falarmos de nossas façanhas. Fomos para sua mansão. Comemos, bebemos, misturamos nosso sangue ao dele... Dormimos em sua cama espaçosa, protegidos por seus braços vigorosos. Despertamos prisioneiros, escravos...

A qualquer momento cruzaremos com você. Estamos nas baladas by night, sedutores, afáveis, cativantes, na medida de sua necessidade. Entre uma trepada, um gole, um comprimido e outro temos muita história para contar. Vagamos por aí sugando energia... Cuidado jovem, a noite está cheia de surpresas!...

Veja este texto em clip no You Tube: luisalbertodossr

Do livro Baixada Erótica Ou Não!-2008-

Pablo Ribeiro