***O Fantasma Do Velho***

- Covarde!

- Mariazinha! Menininha!

- Eu não sou covarde nem Mariazinha, apenas minha mãe disse para eu não entrar nesse lugar, aí existe um fantasma. Disse Matheus, menino de 11 anos, muito esperto e obediente, basta ouvir o grito de sua mãe na janela de sua casa começa a correr para ir tomar seu banho das cinco horas, era rotina diária ir brincar com os amigos pela tarde, quando o sol começa a esconder-se ele vai devagarzinho para sua casa.

- Você não tem coragem suficiente para entrar Matheus? Pelo que estou vendo, sou o único Homem aqui, até agora, apenas eu tive coragem de entrar nessa porcaria. Mauro descrevia sua coragem com ar de supetão, ignorava os menores e fazia das meninas sua serva, os seus fortes braços e o mau-humor o tornava respeitado por toda a rua.

- Mauro, você não entrou, lembro que foste até a porta e voltou correndo igual a uma presa fugindo de um predador. Disse Matheus, se satisfazendo da ira de Mauro.

- Por acaso, você está querendo ir para casa, com a sua cara toda quebrada? Mauro já estava suspendendo Matheus pela camisa e se preparando para espancá-lo.

- Se você me bater, eu digo para minha irmã! Matheus se defendeu muito bem, sabia o ponto fraco daquele poço de valentia. Enquanto isso a irmã de Matheus, 18 anos e muito bonita, fazia qualquer menino se apaixonar em poucos minutos, principalmente Mauro.

- Onde está sua valentia bebezinho? Meu irmão não vai entrar porque ele é covarde, mas você que é corajoso, pode entrar. Julieta desafiava Mauro, ele gelou rapidamente, já estava tido escuro e tinha poucos postes na rua, ele dava passos gélidos, e aos poucos entravam na imensidão da casa velha.

Ele hesitou em volta, logo prosseguiu, João o seguiu, ele é amigo de Mauro, e percebeu que o companheiro de rua estava com medo, não demorou para os dois entrar dentro da casa e ser engolido pela escuridão, eles precisavam pegar alguma coisa para provar que esteve lá dentro, mas estava escuro, impossibilitando a visão, João acendeu um isqueiro.

- João, você fuma?

- Sim, vai me dizer que nunca cheirou um baseado?

- Você fuma maconha? Nossa! Que incrível.

Eles pegaram um quadro, o gás do isqueiro apagou e o breu reinou pela sala onde eles estavam. Rapidamente eles se apavoram, mal sabia que o terror estava por vim, eles continuaram a andar até Mauro sentir que uma coisa o tocou, ele se apavora e começa a gritar, João corre em direção a porta de saída, mas percebe que ela está trancada, um feixe de luz entra pela casa, era a lua, não estava cheia , mas clareava a escuridão da casa pelas frestas do telhado.

João correu a procura do amigo, por um momento pensou, “se essa coisa o pegou, voltara a minha procura”, e ele estava certo, ele sentiu uma aproximação, tentou correr, mas a claridade era precária, logo se esbarrou em um móvel e cai no chão, tinha quebrado o nariz, tentou s levantar, quando conseguiu se levantar, sentiu uma presença fria e assustadora em sua face, uma mão tocou no seu pescoço e o puxou, a força era extraordinária.

João foi jogado em uma cela onde estava o corpo do amigo, totalmente esquartejado, chorou baixo para não chamar a atenção do perverso que fez aquilo com seu amigo.

Em uma coisa a mãe de Matheus tinha razão, ela sabia, sobre a existência de um fantasma na casa, óbvio que preferiria ficar quieta, ela não queria terminar os dias de sua vida em um manicômio, ninguém acreditaria na história que ela tinha para contar, sempre manteve no anonimato a sua horrível história, ela lembra muito bem, quando foi vendida pelo seu pai para um velho rabugento, logo após se casarem ela foi viver em um casarão bastante antigo e mal tratado, ela foi espancada pelo velho.

Um dia, revoltada com o desgraçado que tanto lhe fazia sofrer, envenenou a sua sopa, o velho teve morte súbita, desde aquele dia, uma alma fica vagando pelo local de sua morte, se vingando de todos por ter a vida tão amargurada, desde a sua infância foi muito cruel, agora que morreu, foi enviado pelas trevas para fazer o mal.

Enquanto a João, ele nunca mais se ousou a usar drogas, matou seu amigo Mauro em umas de suas alucinações e agora está em uma sela de prisão, pensou ter visto o corpo do amigo no chão esquartejado, mas era apenas seu jantar que foi esparramado pelo chão, o corpo de Mauro foi esfaqueado e carbonizado por um isqueiro de plástico, pelas mãos de João.

Agora, o espírito do velho não está só.

Fim

Autoria: Joab Magalhães

Sob o pseudônimo de Kelvyn Vascocellos

Lú Killer
Enviado por Lú Killer em 25/06/2008
Código do texto: T1051574