CONTO DA CRIPTA

Tudo aconteceu numa sexta-feira, 13 de fevereiro de 1992. Entrei no prédio onde morava há mais de seis meses e peguei minha correspondência com o porteiro, como de costume. Em seguida, entrei no elevador e subi ao terceiro andar. O meu apartamento era o 302 e ficava bem no fundo do corredor.

Caminhava sorrateiramente pelo corredor , quando ouvi um grito que vinha de longe , muito longe, mas ao mesmo tempo estava perto, tão perto que podia senti-lo através dos arrepios, que naquele instante tomaram o meu corpo. Eu sabia que algo de estranho havia ali. Então, abri a porta do apartamento e senti que não estava sozinha. Comecei a sentir medo, muito medo. Quando olhei para o chão da sala havia marcas de pés molhados, que indicavam que algo ou alguém teria estado ali. Há dias que eu estava tendo maus pressentimentos e pesadelos. Tinha certeza que algo de ruim estava para acontecer. Então, segui as pegadas que me levavam até o banheiro.

Abri a porta e não avistei nada de anormal, mas ainda havia um lugar, o boxe. Aproximei-me, tomei coragem e abri a cortina. Nesse momento vi uma cena terrível: lá estava ele totalmente estrangulado, havia cumprido sua promessa.

Sempre fora muito problemático, sua mãe o abandonou logo que nasceu e ele nunca se conformou com isso. Lupo havia se suicidado por falta de whiskas, seu alimento preferido.

Nunca mais terei outro gato de estimação, da próxima vez escolherei um cachorro.

A Alquimista
Enviado por A Alquimista em 29/04/2008
Reeditado em 18/09/2009
Código do texto: T966593
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