A ESTRANHA MORTE DE ZECA PITOMBA - 2
O Zeca, dava mais ibope
que o tal do BBB
fosse por azar ou por sorte
não saia mais da TV,
cada um com seu enfoque
cada um com seu porquê.
Eram tantas teorias,
videntes dando seu show,
realidades, utopias,
O país todo parou.
Nunca se havia visto
tamanha inquietação,
cada linha, cada risco,
ia pra televisão,
estava montado o circo
em volta dessa questão.
Acredite , meu amigo,
era assim desse jeitinho,
Nada mostrava perigo
e o povo em borburinho
O tal do Zeca Pitomba
virou, pois, celebridade,
cada esquina uma sonda,
cada bar uma saudade
a espera era longa
para se saber a verdade.
Cada dia que passava,
aumentava a agonia...
cada um que ali chegava
na catarse emergia.
Os dias foram passando,
ninguém arredava pé,
curiosidade aumentando
gente rezando com fé
todo mundo procurando
por uma pista qualquer.
O corpo necropsiado
quase nada revelou:
Zeca havia almoçado,
salada de couve flor,
Acharam quase inteiro:
Um pedaço de maçã.
Sobremesa? Brigadeiro...
Um chiclete de hortelã
deixara no ar um cheiro,
sutil, naquela manhã.
Nos bolsos alguns trocados.
Um relógio do Paraguai.
Os tenis? Falsificados...
nada se sabia mais.
Mas um dia apareceu,
não se sabe bem de onde,
alguém que reconheceu,
no Zeca, um primo de longe.
isso pouco esclareceu:
Estava morando aonde?
O tal parente distante,
não sabia responder.
Mas ele morava antes
na fazenda do tio Benê.
( continua )