Sombra na Noite
Em uma taverna, um homem bebia sozinho. Seu copo estava meio vazio, então pediu ao taverneiro para enchê-lo.
— Encha meu copo, Bramir. - Disse o homem, já mostrando sinais de embriaguez.
— É o último por hoje. - Respondeu o dono da taverna, enquanto enchia o copo.
— Então é melhor eu fazer durar! - Disse, erguendo o recipiente transbordante.
Pouco depois o homem saia da taverna, enquanto o taverneiro fechava portas e janelas do lugar e se despedia. Lá fora a noite estava fria e não se via mais ninguém nas ruelas da cidade. Não fosse as poucas velas acesas nos postes, mal se enxergaria por onde andar.
Enquanto caminhava um pouco cambaleante, o homem passou por um beco bastante estreito. Aquela já era uma das regiões mais periféricas e havia pouquíssima iluminação. Mesmo assim, em determinado momento ele notou, apenas de relance, um movimento atrás de si. Virou-se devagar, mais por causa da bebida do que por medo, e sobre o teto de uma das casas notou algo parecido com uma sombra. Mas teve a impressão de perceber um olhar refletindo a luz do luar.
De repente ele tropeçou sobre algumas caixas de madeira largadas numa encruzilhada e foi ao chão. Quando se levantou não viu mais nada estranho em volta, apenas a calmaria da madrugada. Então levantou-se o mais rápido que conseguiu e, ainda ofegante, saiu depressa.