O INVASOR (SERÁ LADRÃO? DE NOVO NÃO!)
O INVASOR
Ele acordou pressentindo algo estranho acontecendo.
Aguçou os ouvidos ao ouvir um leve ruído, quase imperceptível: pareciam passos; sim eram passos! Alguém subia as escadas que dava aos quartos do andar superior.
O som se repetia, passos muito leves, um degrau após o outro:
Um, dois, três...dez degraus – O intruso já estava alcançando o segundo andar!
Quem quer que fosse, parou no último degrau, como que a decidir o rumo a ser seguido a partir dali.
- Deus,faça com que ele não venha para cá – rezava o jovem em silêncio.
Seria muita sorte ser atendido, porque os passos continuavam. Vinham em direção ao seu quarto.
Histórias escabrosas, passaram pela mente do rapaz: assaltos, mortes, fantasmas e um cem número de outros acontecimentos todos trágicos e sem final feliz.
Ai é agora! – alguém parou à porta – será que vai entrar?
Sentindo um terrível arrepiar na nuca, o pobre medroso, viu a porta sendo empurrada devagarinho, devagarinho.
Não agüentou olhar mais, puxando os cobertores, cobriu a cabeça, não deixando nem um só fio de cabelo de fora.
Percebeu quando entraram no quarto, andando com cautela e dirigiram-se à cama.
Agora, nosso amigo, tremia todo, com os olhos bem apertados de tanto medo, tremeu ainda mais, quando o travesseiro ao lado se afundou.
Armando-se de coragem, o jovem decidiu que tinha de fugir dali antes que algo muito sério acontecesse.
Mal pensou, colocou em prática: colocou primeiro uma perna para fora da cama, movendo-se bem lentamente, para que o outro não percebesse.
Colocou a segunda perna para fora e, jogando de uma só vez aquele emaranhado de lençóis, travesseiros e cobertores em cima do invasor, levantou-se de um salto e precipitou-se para a porta.
Na correria, acabou tropeçando e caindo no meio do corredor, ficando assim cara-a-cara com seu algóz: o pobre gato, (tão assustado quanto o dono) que apenas procurara um lugar quente para dormir.
IMACULADA CATARINA
(da coleção estórias prá gente pequena que gente grande deve ler)