Insano

O celular desperta às 5h da manhã

"mais um dia para ser produtivo ou não, tanto faz''.

Esse sempre é o pensamento de Bruno, sempre a mesma rotina cansativa e estressante.

Sua vida mudou radicalmente num dia de semana, numa quarta feira ensolarada, que de repente se fechou e começou uma tempestade em sua vida.

- 3 anos atrás...

O telefone toca...

- Alô?

- Oi, você é Bruno Romano?

- Sim ele mesmo, quem é?

- Me chamo Arthur Moura, sou investigador e recebemos uma chamada pro seu apartamento. Está sabendo de algo?

Bruno fica em silêncio, não consegue falar absolutamente nada.

- Os vizinhos ouviram barulhos fortes e estranhos, e nos chamaram para verificar.

Chegando no apartamento, bateram na porta. Apertaram a campainha e não tiveram resposta, então... Arrombaram.

- E então, o que houve? Questiona ele, já aflito.

- Sua namorada Sarah, infelizmente... Cometeu suicídio. Sinto muito por isso. Nós já chamamos o IML para constatar o óbito e precisamos que compareça a delegacia, no departamento de homicídios.

- Sarah? Como assim? Ela já estava tão bem, melhorando com a medicação, não pode ser! NÃO É POSSIVEL!!!

Bruno fica sem chão, sem acreditar... O amor da sua vida, a mulher da sua vida.. Se foi... Sem nem ao menos, se despedir...

- Por que ela não desabafou? Por que ela não me disse o que estava sentindo?

Por que??? Se perguntava, aos prantos e gritando inconsolável...

Depois de falar com o delegado e um psicólogo. Bruno saiu da delegacia, desejando que tudo fosse apenas um pesadelo. Seguiu para sua casa se sentindo vazio, sozinho e com o luto saindo pelos olhos e ecoando em sua cabeça, se culpando...

No dia seguinte... (Ding Dong, a campainha toca), várias vezes, até Bruno se levantar, e gritar do corredor, perguntando:

- Quem é?

- Sou eu né, Miranda. Abre aqui!

- Cadê sua chave? Eu te dei uma justamente pra eu não precisar abrir a porta pra você! Que droga Mi!

- Desculpa, devo ter perdido. Abre logo vai!

Bruno abre a porta, Miranda entra com algumas sacolas na mão, com algumas comidas.

- Como você tá? Sinto muito por tudo, sei o quanto amava ela.

- Será que ela também sabia disso? Ou pelo menos eu demonstrava o suficiente pra ela saber?

- Bruno, você fez o que pôde por ela, e sabe disso. Então não se culpe.

- Agora estou sozinho, esse apartamento ficou grande demais, preciso me mudar e fora que tudo aqui me lembra ela.

- Se você quiser, posso passar uma temporada aqui com você, o que acha?

- Pode ser, vou pensar sobre isso...

- Vou fazer algo para comermos.

Então Miranda vai até a cozinha e prepara algo de café da manhã para os dois.

- Bruno, vem tomar café, você precisa se alimentar.

- Já tô indo!

Os dois sentam à mesa para comer e conversar um pouco.

- Você vai fazer o que hoje? Porque eu vim para passar o dia aqui e ajudar com as coisas e se quiser, arrumo tudo da Sarah.

- É uma boa mesmo, não quero mexer em nada dela, pelo menos não agora. Acho que vou trocar de quarto, o nosso vai me trazer muitas lembranças, e não quero ficar sofrendo. Não quero que isso doa mais do que precisa doer!

Miranda fica assustada com o que Bruno lhe diz, mas ela imagina que seja porque a ficha ainda não caiu. E essas coisas ecoam dentro de cada um de forma diferente.

Depois do café Miranda recolhe as coisas da mesa, coloca no lava louças e organiza tudo na cozinha. Enquanto Bruno volta pro quarto e se joga na cama de novo, sem vontade de fazer muita coisa...

E cai em sono profundo, e sonha com Sarah, e ela estava tão serena quanto a última vez que a viu. Ela chega e diz à ele:

- Bruno você sabe, isso tudo é culpa sua. Por que você fez isso comigo? Eu te amava tanto, eu fiz tanto por você... E assim que você me retribui?

E ele acorda gritando, atordoado, suando frio, agoniado, aflito... E percebe que não está em casa, não esta no seu quarto, não está na sua cama, não está...

Bruno se recorda, de tudo...

Sarah não se matou.

Sarah nunca nem pensou em suicídio.

Sarah nunca esteve dopada de remédios.

Sarah nunca teve depressão.

Bruno, ah o Bruno...

Um assassino frio e calculista, mas apaixonado por Sarah...

Um assassino apaixonado e ciumento...

Matou Sarah enquanto ela dormia, asfixiada e depois amarrou seus braços, suas pernas, e a colocou numa mala... Pegou o carro e seguiu para a estrada na rota 666, estacionou próximo a ponte Atlantic Rout... E jogou a mala, com o corpo de sua amada, toda amarrada, gelada e pálida, com o pijama de sonserina, seu favorito e presente dado por Bruno.

Bruno se levantou e se deu conta que estava num quarto branco, com roupas brancas, e paredes acolchoadas em toda sua volta.

Ele estava preso num manicômio e vigiado por médicos, enfermeiros e seguranças, 24 horas por dia. ele era louco, completamente insano, tão louco quanto à história que inventou...

Sarah, nem teve chance de se defender de seu ataque.

Sarah não teve saída...

Miranda visitava seu irmão uma vez por semana, e sempre lhe questionava:

- Por que você fez isso? Olha onde você veio parar! Destruiu ela e a si mesmo! Você acabou com tudo Bruno, com absolutamente tudo...

- CALA A PORRA DA BOCA MIRANDA!!!!! Pelo menos agora ela é só minha, ela vem me ver todos os dias, fora que me enche o saco perguntando a mesma merda em todas as visitas!

- Por que você me matou? Por que fez isso? Por que? Por que?

CARALHOOOO!!!!

- Fiz porque eu quis, mais que porra!

HAHAHAHAHA!!!!!

Bruno dá uma gargalhada, a mesma que ele deu no dia em que matou Sarah!

Escritos de Monalisa
Enviado por Escritos de Monalisa em 21/08/2024
Código do texto: T8133512
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