A pecadora
A carne rasga, o sangue escorre e o prazer em encontrar mais uma vez seus corpos juntos é tomado por um arrepio prazeroso. As memórias que a mantinha viva são sua única alternativa de sanidade.
O cabelo loiro brilhante, agora tomado pelo vermelho-escuro de suas entranhas, a fazia lembrar de seus momentos juntas. Desde o momento que se conheceram no colegial, onde as risadas e o refrigerante ao final do dia eram suas únicas preocupações, mas o amor sempre batia em sua porta.
Em cada final de risada seus olhos brilhavam como se seus corações fossem proclamar o mais doce e puro amor e quando este amor foi inteiramente consumado tudo desabou. A família da loira desaprovou a relação com toda a sua força, ela sendo uma fiel amante mostrou-se forte diante tudo e afirmou que nunca deixaria.
As consequências do tempo são tão cruéis pensava ela enquanto sentia o sangue entrelaçado em seus dedos. Quando ela virou e disse que iria se tornar freira, ela chorou amargamente naquele dia, perguntava:
— E a gente?
Enquanto ela respondia com um:
— Não existe mais.
Ter visto ela enfrentar os próprios pais para ficar com ela e dias depois dizer que não queria pecar a destruiu por completo.
Ela não podia perdê-la, então fez com que ela nunca mais fosse embora.