Barba Azul-Prólogo( Parte 1)
O público aguardava na praça pública a execução do ardiloso e cruel Barba Azul. Jeane, ex-esposa do criminoso, estava junta com sua irmã mais velha Ana, o cunhado e os dois irmãos estava no meio da multidão. Os populares gritavam: "Morte ao Barba Azul. Vingança e justiça para as sete esposas''.
O prisioneiro apareceu magro e abatido, com os cabelos e barba azulada desgrenhados devido aos três anos de prisão até cumprir a sentença mortífera. Foi guiado por dois guardas através do cadafalso até junto a forca. Lá, o carrasco, que tinha coberto no rosto uma máscara vermelha, parecia calmo antes de aplicar a sentença em prática. Havia um edifício defronte ao local da execução. Neste prédio antigo que servia de pousada diária a viajantes que vinha a cidade, estava a sós num quarto o casal que representava nada mais do que as antigas vidas passadas de Esmeralda e Quasimodo. Ela veio novamente em vida, com a mesma beleza cigana, combinada com os olhos verdes compatíveis a nome da pedra preciosa qual carregava o nome, além do próprio nome. Já Quasimodo, não era mais o corcunda feio e desprezado. Era um homem bem alto e de cabelos negros curtos e de olhos castanhos enigmáticos. Na nova vida era Albert Baptiste. O casal era jovem e combinavam perfeitamente bem, pois ambos tinham em comum falarem além do idioma nativo, o francês, as outras línguas incluindo o inglês, espanhol e árabe. Estavam despidos na cama, cobertos apenas pela cobertor de veludo vermelho. A cabeça de Esmeralda estava inclinada sobre o peito forte do amante. Os cabelos ciganos exalavam o gracioso perfume de nardo. Aquele cheiro estonteante enfeitiçou as narinas do companheiro dela.
-Vamos assistir a execução do canalha? Perguntou sussurrando num tom macabro a mulher, depois de um beijo ardente no peito do esposo.
- Não. Você sabe por que?
A mulher encarou os olhos dele e disse:
- Eu sei amor.
- Só de lembrar daquele dia...
Esmeralda pós o dedo nos lábios do amado
-Amor,amor. Isso não me perturbar.
- Mas a mim, sim.
-O meu fim mortal a mais de trezentos anos atrás não me traz tormenta.- Gargalhou em seguida a linda e sensual cigana. -O passado é apenas o tempo que a ruir igual a pedregulhos, que quando desmoronar, não retornar a forma original de antes.
- Entendo. Você é livre para assistir a execução. Mas só de imaginar, lembro daquele dia...
- Amor- Repetiu pacientemente Esmeralda a linda palavra:
-Acabou. Estamos juntos e precisamos aproveitar o presente tempo. Mas se não quiseres ir, entendo e respeitarei a sua decisão, querido.
Alberto suspirou profundamente e comentou.
- Tudo bem. Pode assistir. Mas eu prefiro poupar meus olhos de contemplar a morte outra vez.
Ambos trocaram o beijo com forte ardor.
Ele pode sentir os seios dela se afastando do seu peito definido e meio peludo. Ele sorriu ao contempla as costas desnudas da amada. Aquele corpo era bem definido, como se a deusa do amor Afrodite desse bênção a aquela formosura feminina. Mas ele amava não pela carnalidade, e sim por que era a mulher especial na sua vida. Esmeralda vestiu o vestido branco e foi até a janela, enquanto Alberto olhava para o teto.
- Avise-me quando tirarem o corpo da forca e levarem dentro da carruagem funerária.
- Eu te avisarei, querido.
No momento da execução, dentro da plateia enfurecida, a mãe de uma das esposas vitimas de Barba Azul gritava xingava-o a alto som:Porco! Canalha!Verme! Queime no inferno eternamente!
A outra ex-sogra gritou em forte pranto:Morra demônio! Que o diabo lhe torture eternamente no inferno! Morra!
Antes de estar naquele local de punição fúnebre, Barba Azul era o rico e influente poderoso nobre francês, dono de imensas mansões, casarões e demais propriedades espalhadas nos campos e cidades. Tinha nas sua proteção a quantidade imensurável de baixelas, pratos, taças, talheres, pratos e demais mobílias folheadas a ouro, prata e bronze. Também herdou incalculável pedras preciosas. A sua residência fixa era nada mais do que um luxuoso castelo, ornado de luxos e cuidados por criados e empregadas dispostos a cuidar dos cômodos requintados daquele grandioso edifício. Mas a curiosidade da última esposa, Jeane, o conduziu a sua própria ruína. Tudo devido ao passado sombrio e macabro deste nobre em caráter malvado e complexo.
Ao ser perguntado pelo carrasco, quais seriam as últimas palavras a expressar antes de morrer,Barba azul olhou fixamente para a ex- esposa Jeane. Ele sabia que era pai de um pequeno garoto, fruto do relacionamento com a ex-mulher . A criança tinha dois anos e sete meses.
Ele respondeu- Eu te amo, minha mon cherri!
Segundos depois, o carrasco, puxou a alavanca,fazendo que o mecanismo abrir o alçapão, enforcando o demônio e condenado ao sono mortal. Esmeralda olhou sem titubear. Queria ver Frolo adquirir o mesmo fim trágico.