Relatos de uma mulher perseguida!
Eram cinco horas na tarde de sexta, eu estava voltando do trabalho quando lembrei que precisava ir à farmácia. Logo quando cheguei, percebi que estava um pouco vazio e silencioso, então eu logo peguei as minhas caixas de remédio e fui para o caixa. Como não tinha ninguém na fila, eu peguei o meu cartão de crédito para poder pagar logo.
Quando passei o olho no caixa achei que não tinha ninguém lá, mas quando olhei direito, vi que o homem do caixa estava deitado no chão tremendo e com espuma saindo de sua boca. Corri pelo lugar inteiro para chamar ajuda, mas não tinha ninguém lá, nem um funcionário. A única coisa que pensei em fazer era chamar a polícia.
Depois de uns cinco minutos a polícia chegou, eram quatro homens, dois foram checar o corpo, um foi me interrogar e o outro cuidou da segurança. No meio das perguntas que o investigador da polícia estava fazendo, chegou outro policial que começou a cochichar algumas coisas no ouvido do investigador e foi embora. Depois de ouvir as notícias, o policial me perguntou quais remédios eu estava tomando, eu falei os nomes dos remédios e o policial falou que um deles tinha sido usado para o envenenamento da vítima.
Quando cheguei em casa não conseguia parar de pensar quem teria feito aquilo e porque tinha feito o que fez. Tomei meus remédios e fui jantar. Como eram quase dez horas da noite, peguei um pacote de miojo de galinha caipira, esquentei a água e em menos de cinco minutos eu estava na minha sala de televisão, com um prato quente de miojo na bandeja que estava apoiada no meu colo, tomando um copo de guaraná gelado e vendo alguns documentários sobre assassinatos e investigações. Como no dia seguinte eu não tinha que trabalhar, fiquei acordada até às duas da manhã tentando entender o que tinha acontecido enquanto devorava um pacote de salgadinho.
Com o passar dos dias, percebi algumas coisas estranhas em todo lugar que eu ia. Um dia, eu cheguei no parque para dar uma caminhada e quando voltei em casa, uma moça tinha sido encontrada no fundo do lago. Isso aconteceu mais de uma vez. Em todo lugar que eu ia acontecia algum crime.
Depois de passar por todo esse terror, comecei a ficar preocupada, fiquei com medo de alguém estar me perseguindo. Então decidi fazer um teste, eu não sairia de casa por um mês inteiro, se não acontecesse nada, eu entraria em contato com a polícia e explicaria a situação.
Foi um mês muito difícil, não pude sair para ver ninguém, só comia comida do Ifood, não podia sair para dar uma caminhada e fiquei com medo do que poderia acontecer depois. Durante a minha “quarentena”, fiquei na maioria do tempo escutando música, vendo TV, limpando a minha casa e relatando o que estava acontecendo. Porque não fazia ideia do que poderia acontecer.
Nesse ponto eu não tinha mais nada para fazer na minha casa, mas só faltavam duas semanas para o tempo acabar e até aí, nada tinha saído no jornal ou acontecido comigo. Os dias estavam passando muito devagar. a minha rotina era basicamente acordar, escovar os dentes, tomar café da manhã, estudar, almoçar, pesquisar casos criminais, trabalhar, assistir televisão, jantar, tomar banho e dormir. A minha vida estava muito monótona, eu estava cansada de ficar o dia inteiro sem fazer nada, sem falar com ninguém e sem sair de casa.
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Meu passado: o ano era 1963, eu tinha 7 anos e estava na escola durante a aula de matemática quando meu pai veio me buscar mais cedo. Eu estava muito feliz, porque não gostava nem um pouco de matemática e não suspeitava de nada. Meu pai era um homem muito divertido e me tirava da escola várias vezes mais cedo para nós irmos nos divertir em algum lugar. Mas dessa vez a gente não foi para o parque ou para o teatro, ele nos levou para o hospital. Quando chegamos lá, ele foi correndo para a recepção e depois para uma sala que estava escrito UTI na porta, mas quando tentei entrar junto, um médico me puxou para fora e falou que eu não era permitida de entrar porque não era velha o suficiente.
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O tempo finalmente tinha acabado. Eu finalmente poderia sair de casa, mas tinha um problema, nada tinha acontecido, absolutamente NADA. Eu comecei a ficar frustrada, estava hiperventilando. Então liguei para a polícia…
Alô? Polícia civil.
Olá, meu nome é… E eu gostaria de reportar um crime.
Eu expliquei tudo para eles e eles falaram para eu não me preocupar porque eles tomariam conta do caso. Eu não acreditei muito neles, porque era óbvio que não era um dos casos mais importantes que eles tinham no momento.
Por mais incrível que pareça, dois dias depois a polícia me ligou e falou que não tinha nada demais e que eu estava liberada para fazer o que eu quisesse.
Mais tarde naquele dia, fui para o meu restaurante favorito, já que agora eu estava tranquila para sair de casa. Estava tudo ótimo, não precisava de mais nada, eu estava muito feliz com o que eu tinha no momento. Isso foi até a porcaria da minha vida vir e estragar tudo, como sempre.
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Meu pai demorou muito para sair daquela sala, mas quando saiu, estava aos prantos, mal conseguindo respirar. Ele disse que a minha mãe tinha morrido. Depois disso, eu não conseguia prestar atenção em nada que ele dizia, parecia que o mundo estava prestes a acabar, depois disso, eu não me lembrei de mais nada. Na semana seguinte, eu estava na escola quando uma criança ficou me perturbando, ela falava que eu não tinha mãe e que eu não merecia ser feliz. Logo depois eu peguei uma tesoura e comecei a cortar o cabelo dela, mas a minha mão escorregou e a tesoura acabou cortando a orelha dela. Eu nunca tinha feito algo assim, nunca tinha saído da linha, eu me senti muito estranha, mas por alguma razão, eu gostei daquele sentimento, achei que ela tinha merecido aquilo e não me arrependi por um segundo. Depois do que eu tinha feito, a minha professora nos arrastou para fora da sala e nos levou direto para a diretoria. Conclusão: Eu fui expulsa da escola e a garota levou uma suspensão e cinco pontos na orelha.
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Eu estava comendo a minha comida tranquilamente quando um homem chegou correndo e gritou que tinham três pessoas atropeladas no estacionamento. Eu não podia acreditar, parecia que eu estava amaldiçoada. A primeira coisa que eu fiz foi seguir os meus instintos. Ou seja, eu fui me esconder no banheiro feminino. Depois de uns três minutos a polícia chegou e começaram a fazer perguntas para todo mundo que estava no estabelecimento. Quando eu consegui me acalmar, saí do banheiro e fui falar com a polícia. A minha sorte foi que um dos policiais tinha falado comigo mais cedo, então ele sabia o que tinha acontecido comigo anteriormente.
Já era manhã e eu estava acabada, então tomei um banho e fui descansar. Como eu ainda estava em casa, não fiquei muito preocupada, mas de repente o telefone tocou e eu senti um calafrio, não fazia ideia de quem poderia estar me ligando.
Alô?
Aqui é o Xerife Castro, você pode vir para a porta da frente da sua casa, por favor? Precisamos falar com você.
Está bem, desço em um minuto.
Quando cheguei no jardim, vi uma viatura estacionada na frente de casa. Tudo que consegui me lembrar foi de abrir o portão da frente e levar uma pontada no pescoço.
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1971: Eu tinha quinze anos, estava no colegial ( ensino médio de hoje em dia ) e estava indo para a escola à pé, quando um carro veio em velocidade alta e eu não tive mais de dois segundos para desviar. Não tinha nada que eu pudesse fazer além de gritar e chorar de dor. A minha sorte foi que uma senhora passeando com seu cachorro veio para me socorrer. Ela perguntou o que tinha acontecido e foi direto para a cabine telefônica mais próxima e ligou para a ambulância. Foi bom ter alguém por perto para me ajudar, a senhora estava sendo muito cuidadosa enquanto eu acariciava o cachorro dela para me acalmar.
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Quando eu acordei, estava em um lugar escuro, frio, vazio, eu estava amarrada em uma camisa de força e minha cabeça estava sangrando. A dor estava insuportável e eu não parava de tentar adivinhar aonde eu estava. De repente, apareceu uma mulher com o uniforme de um manicômio e sem uma parte da orelha esquerda. Eu soube quem ela era na hora em que a vi.
O que eu estou fazendo aqui? por que você está aqui?
Se acalme, você está em um lugar seguro, eu só vou tomar conta do seu ferimento
O que você vai fazer comigo?
Só vou desinfetar o seu corte e colocar um band-aid, Sra… É você?
Sim, sou eu!
Depois de todo esse tempo…
Me desculpe, de verdade. Eu sinto muito pelo que aconteceu quando nós éramos pequenas, eu nunca quis te machucar. - Aquilo era uma mentira, mas naquela hora eu faria de tudo para ela não fazer nada comigo.
Se acalme, eu sei do que você estava passando.
Minha mãe tinha acabado de morrer!
Não é disso que eu estava falando.
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Quando a ambulância chegou eles me colocaram em uma maca e começaram fazer um monte de coisas que eu não estava entendendo. A minha perna estava doendo muito, eu estava desesperada e de repente os médicos colocaram uma máscara anestésica em mim e o quarto ficou escuro. Algum tempo depois eu acordei com menos dor, a minha perna estava um pouco torta e sem um pedaço do meu joelho. Parecia que alguém tinha pegado uma colher e tirado um pedaço da minha perna. Eu comecei a chorar e chorei até dormir de novo. Dessa vez, quando eu acordei, meu pai estava sentado na cadeira do hospital esperando que eu acordasse. Conversei um pouco com ele e ele falou que eu teria que usar cadeira de rodas por uns três meses e que eu tinha quebrado o meu joelho e que um terço do meu osso tinha saído da minha perna .
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Eu estava muito confusa, se ela não estava se referindo a minha mãe, ela estava se referindo a que?
Quando sua mãe morreu, você ficou traumatizada e sofreu um caso de personalidade dupla.
COMO ASSIM? - Parecia que o mundo estava girando. Eu não consegui processar o que ela tinha acabado de falar. Eu vou ficar assim para sempre? Isso tem cura? Parecia que eu não era eu mesma. Todos esses anos de vida eu vivi uma mentira. Na hora eu nem queria mais viver.
Se acalme. Com sorte conseguiremos tratar isso e você voltará a ser como antes.
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Hoje eu tenho 72 anos e consegui dar um jeito na minha vida. Depois do meu tratamento, fui condenada a 38 anos de prisão, que foram encurtados para 25 porque o meu tratamento tinha funcionado. Agora, estou escrevendo esse livro para a minha história sempre poder ser lembrada e outras pessoas sempre poderem saber procurar ajuda e perceberem que não é bom fazer mal para outras pessoas.