VEM DANÇAR COMIGO
A festa estava animada no melhor clube da cidade, a orquestra tocava o que havia de melhor e do agrado da moçada acostumada com as noitadas regadas a muita bebida e diversão. Era comum nos finais de semana um show com apresentação de cantores famosos e quando isso não acontecia os jovens se deliciavam com os cantores locais que recebiam pequenos cachês, mas suas músicas agradavam tanto quanto as dos visitantes milionários.
De uns tempos para cá foi notado o desaparecimento de moças da localidade, jovens que participavam das festas e que não chegavam em suas casas, mesmo tendo ido ao clube acompanhadas com amigas. Esse fato deixou em polvorosa a população da cidade, pacata e sem histórico de violência urbana. No entanto esse fato não afastou os freqüentadores, apenas deixou-os mais cuidadosos na questão de darem atenção a pessoas desconhecidas, já que vinham jovens de outras cidades para o deleite noturno nessa casa de eventos.
Algumas moças serviram de "isca" para que averiguações fossem feitas no tocante ao desaparecimento de jovens, especialmente do sexo feminino. Chegou o final de semana e tudo foi organizado com perfeição, sem nenhum alarde, o foco era em pessoss estranhas que para o clube afluíam com grande freqüência dada a notoriedade e fama da casa. Joana, uma das moças escolhidas para as investigações com a participação de policiais disfsrçados, foi convidada para dançar com um jovem bonitão que vestia uma roupa preta e usava um penteado diferente e que chamava a atenção das moças, o que era natural entre os jovens vaidosos com a apresentação física.
-'Vem dançar comigo' - disse o jovem, no que foi aceito por Joana. A música do momento era penetrante e a moça dançou normalmente com o rapaz que cochichou algumas palavras ao seu ouvido, coisa natural numa situação assim. Outras músicas incentivaram os dois jovens a permanecerem unidos numa dança sensual, num envolvimento que deixou a moça animadíssima, ali poderia surgir um relacionamento futuro, ninguém sabia. Só que Joana estava sendo monitorada e a partir do momento que o jovem a convidou para conversarem um pouco na área livre do clube os policiais ficaram em alerta e disfarçadamente se posicionaram na saída e nas imediações de um lago que ficava ao lado do clube. Joana, sem desconfiar de nada, teve o nariz tampado por um lenço embebido com uma substância que a fez perder a consciência. Desfalecida nos braços do rapaz ela foi conduzida cuidadosamente por ele para um carro estrategicamente ali colocado, estacionado ao lado da grade de proteção externa, através de uma passagem por baixo da mesma. A moça foi colocada deitada no banco trazeiro do veículo e quando o sujeito ia dar início aos seus atos bestiais os policiais o interceptaram e efetuaram a sua prisão.
Com a prisão desse jovem a polícia chegou a conclusão de que ele foi o responsável pelos outros desaparecimentos de moças da cidade, cujos corpos ou restos mortals, foram localizados enterrados num área de mata, conforme depoimento do mesmo. Julgado, ele foi condenado pelos assassinatos praticados, num total de quatro moças, todas residentes na localidade.