KAL-412 (Primeira parte).

Vamos a qualquer lugar. KAL-412 recebia os comandos, passados do satétite Ubi até à Torre, na base subterrânea em Hamburgo. A microcâmera, fincada na região do peitoral, trazia as imagens do painel exterior da nave triangular. O problema: excesso de massa — na Terra, dizem que isso já é caso de espalhar alumínio nos rios, mas em segredo. A solução seria desaclopar as duas pontas laterais, deixando apenas o fragmento do meio, que formaria um retangulo e possuía apenas os propulsores; com a ação da Torre, eles poderiam retornar apenas com o impulso e o combustível restante. KAL-412 era a tripulante mais velha de cinco: um "noviço", outros com mais experiência, porém apenas ela tinha em seu currículo de mais de trinta anos de serviço a visita a mais de 7 planetas, além de 20 expedições, tendo ido até a distância equivalente à metade da Via Láctea. Dadivosa exploradora, mas os tempos eram outros, agora havia vários; com o avanço tecnológico, ela se tornava "obsoleta", pertecente à geração antiga da Revolução Sideral. Sempre expoente de seu tempo, ela insistira, numa expedição para explorar substâncias da atmosfera de um exoplaneta, em ir com um modelo antigo de espaço-nave, com mudanças feitas por ela mesma. Em seus planos, ao voltar para sua terra, estava a de criar sua própria empresa, onde aplicaria os aperfeiçoamentos de engenharia nos modelos tidos como velhos. A resistência aos novos veículos se dava por a) o material: extraído do solo de Marte, onde, há anos, foi descoberto vida fúngica; interferir no ambiente causaria problemas para o desenvolvimento biológico, o que era radicalmente contra, e b) as empresas por trás dos projetos, as quais os donos já manifestaram, numa reunião particular, onde esteve presente, a intenção de "migração humana", sombria ideia (já posta em prática secretamente) de "cultivar" humanos "perfeitos" para um planeta de melhores condições e levar dar à Terra a função de grande "centro de testes"... com a população lá presente. Saíra revoltada de lá, prometendo contar tudo para a sociedade. Raciocinou, estaria "ficando louca" sem as provas. Essa expedição, também, surgiu de repente — no final: uma boa oportunidade de provar a capacidade de suas naves. Urdiria um plano para melhor combater o que achava errado, sentindo que a humanidade terrestre corria perigo nas mãos de quem já lucrava com colonização espacial. "Por que manter a vida num lugar que degenera, pouco a pouco, nossa espécie?" Uma época onde ainda residiam bilhões de pessoas. — Certo, agora corte o fio vermelho... KAL-412 obedeceu.

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ainda não revisado

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 21/06/2023
Código do texto: T7819353
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