CAMASUMA, CONTO DA MADRUGADA.
CAMASUMA, CONTO DA MADRUGADA.
Ressuscitei as quatro da manhã,
Bebi água, alimentei o gato e o cachorro que também antes haviam ressuscitados e me olhavam do chão.
Ressuscitei para mais um segundo.
Abri a porta e vi um pássaro dormindo fundo perto de minha janela.
Queima garganta o fogo Verde, verde pimenta guenta.
A fumaça da cigarra queima,
A água queima,
O ar queima.
Um calango azul vigia largaticha.
A largaticha tiça o calango. Vejo você nua nas páginas de seda
Tenho a longevidade da tartaruga de Galapagos,
A saúde do touro das savanas e a paz no pouso das pombas nos campanários das catedrais.
Tenho a serenidade, a mansidão e a tolerância das cabras que pastam entre os espinhos da caatinga .
A sabedoria dos golfinhos do Atlântico Sul,
A inteligência dos primatas do Gongo
e a prudência da sucuri Pantaneira.
Tenho a riqueza dos faisões Faraonicos,
A prosperidade das formigas Amazônicas
e a fartura das abelhas das montanhas.
Tenho a coragem da Leoa no meio da manada ,
A lealdade do cão que desliza sobre a neve para socorrer seu dono no Himalaia
e a força do leão no momento de seu rugido.
Tenho a alegria, a felicidade e a harmonia dos beija flores Silvestres que bailam nas passarelas de Burle Máx .
O sucesso das baleias que desfilam nos oceanos, a inspiração no canto do Irapuru no Alto da seringueira e a determinação em construir o futuro de João de Barros.
Sou um animal enjaulado em seus braços imaginários.
Nunca sei o que vou lhe fazer, sei apenas que estou lhe fazendo.
Nunca sei o que vou dizer, sei apenas que estou lhe dizendo. Nunca sei o que vou pensar Sei apenas que do estou lhe pensando.
Nunca sei o que vou escrever, sei apenas do que estou lhe escrevendo.
Nunca saberei do minuto seguinte, sei apenas deste seu segundo presente.
A minha voz q lhe fala não é voz, mas gemido de dúvidas, incertezas.
Meu gemido quer lhe causar dor, mas a voz do meu desejo lhe consola.
Quer trazer lhe motivo, mas a voz da vida lhe vivifica.
Quer instalar lhe uma cruz, mas a voz do meu cálice lhe revigora.
Quer implantar lhe a forja, mas voz do amor lhe pacifica.
(Ignore o gemido de dor e aceite a voz do amor)
Você é a harmonia entre todos os elementos das forças vitais.
É uma floresta, um riacho, um tsunami em meu lago.
É uma pluma e uma garra presa ao meu beijo.
Você é o eco do grito voando livre entre os hiogrificos de meu quarto.
Penetro em sua gruta, beijo sua relva e sinto o gosto de seu diamante rosa,
Então vejo que você é a profunda essência perfumando meu ser.