TREM DA VIDA

 

O trem estava com alguns minutos de atraso. Seus olhos cheios de lágrimas. Não via a hora de partir para tentar uma nova vida em um lugar desconhecido. Quem sabe ali poderia esconder um pouco de suas angústias? Ou mesmo esquecer as partes mais tristes que vivera na cidadem que, além de lhe ter tirado o amor pela vida, tirou sutilmente o brilho que existia em seu olhar.

O trem chegando. Malas postas uma a uma no bagageiro. Sensações de alívio e de pesar misturam-se em seu coração.

Segundos antes de adentrar o vagão, entende a grande dúvida da sua vida: “A dor está doendo bem mais!” A dor do que já teve e perdeu, ou do que não teve e jamais perderá!?... E constata que perdeu, completamente, o encanto da espera. Agora, nada mais possuí.

Andrea Gusmão Montano – 20 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 21/03/2023
Código do texto: T7745455
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