A MALDIÇÃO DA VILA - CAPÍTULO VII

VII - DESCONFIANÇA

A polícia chegou no local, os três garotos estavam sentados na calçada era por volta das 17hr

- Vocês de novo em uma cena de crime? – Perguntou o policial – Vamos ver o que vocês têm a falar dessa vez

- O que aconteceu, foi... – Feitosa foi interrompido na hora pelo policial

- Aqui não, na delegacia!

As pessoas da vila que estavam saindo da missa se aglomeravam ali e viam dona Teresa numa unidade de socorro e os meninos entrando na viatura e haviam alguns comentários como “eu falei que são eles, os satanistas” e outros como “ta acontecendo de novo” “depois que aquele menino estranho veio pra cá isso tudo começou a acontecer”

No outro canto da vila, Emma e Eduardo encontram Dico sentado na “pedra do desejo” essa pedra fica escondida no final da vila e poucas pessoas conhecem aquele local.

- É o Dico ali? – Perguntou Eduardo

- É sim!

Emma e Eduardo se aproximaram de Dico, que parecia estar em estado de transe

- Dico! – Gritou Eduardo – Acorda, vagabundo!

Dico desperta assustado

- Oi, tava viajando aqui nos pensamentos

- Nos pensamentos ou em uns assassinatos?

- Ah Du, vocês também não...

- Também não? Porra desceram a paulada na velha agora pouco e de novo você era o único que não tava, não atendeu celular, como é que fica?

- Fizeram o que?

- A dona Solange foi assassinada, Dico, com pauladas na cabeça – completou Emma – O Facebook do Hugo foi invadido e narrou a morte dela.

- Isso não pode ser verdade

- Não pode ser verdade? Dico, essa fita ta errada – falou Eduardo

- Gente, eu sai da casa do Gus, passei no Aloisio, peguei uma cerveja e vim pra cá, não fui eu, mas que porra...

- O Lucio mandou mensagem, eles estão indo pra delegacia...

- Puta que pariu! Vamos pra lá

Os três saíram da “pedra do desejo” e foram para a delegacia, no meio do caminho foram conversando sobre as coisas que estavam acontecendo, Dico estava realmente transtornado com tudo que estava acontecendo, porque quando Emma mostrou a mensagem escrita no perfil do Hugo no Facebook, era igual ao que ele disse na casa de Gus, era muita coincidência.

Na delegacia estavam sentados na frente do escrivão; Feitosa, Lucio e Gus. Eles estavam aguardando o sistema voltar para conseguirem prestar os depoimentos. A publicação de Hugo estava criando força e haviam vários comentários envolvendo “satanistas” “cultos” “fim do mundo” as pessoas realmente naquela vila ficaram atormentadas.

O delegado chamou os três garotos em sua sala...

- Muito bem, quero entender melhor o que os senhores estavam fazendo na casa da vitima

- Estávamos na casa do Gus – começou Feitosa – e quando saímos a moto do Lucio estava quebrada, parece que alguém fez isso, então saímos para procurar a pessoa quem fez isso.

- Concordam que é meio estranho, segundo assassinato e vocês estão lá de novo, fora que existem varias queixas de você de um tempo pra cá, sobre perturbação e até de cultos satânicos

- Senhor, a gente não faz nada demais, paramos pra entrar na casa, pois ouvimos um grito horrível de lá de dentro, a porta estava aberta, o que acha que faríamos? Antes não tivéssemos entrado, porquê a cena que vimos...

Gus se lembra e vomita no chão

- Que nojo – falou o delegado – Porra, se controla moleque! Santos! Chama alguém pra limpar essa merda!

Emma, Eduardo e Dico chegaram à porta da delegacia...

- Bom, é o seguinte, não nada que concretizem que vocês tem algo haver com esses dois crimes, essa vila ta uma loucura com a postagem da vitima de ontem falando da vitima de hoje, eu vou ficar bem de olho em vocês! Podem ir, mas ninguém sai dessa vila até acabar esse inquérito.

Os meninos saíram da delegacia e viram na frente os outros três

- E então, o que aconteceu? – Perguntou Emma

- Vamos andando – respondeu Lucio – Daqui a pouco a gente fala disso.

Os seis foram andando em direção a casa de Emma, todos estavam em silêncio ao dobrar uma esquina Dico foi falar alguma coisa, mas e surpreendido por Lucio o segurando pela gola da camiseta e o jogando contra parede.

- Seu arrombado! Nós quase fomos presos por sua causa, seu assassino de merda!

- Calma – Feitosa foi separar a briga

- Calma o caralho! Esse filho da puta fez a gente quase ir preso, a gente não pode sair da vila por causa dele! Por quê você não contou a verdade na delegacia!

- Eu não disse a verdade porquê não existe uma ainda, Dico, você matou a Solange? E toma muito cuidado com o que você vai falar, porque eu não defenderei nenhum assassino!

- Pessoal – Dico se recompunha – Eu não matei ninguém, eu entendo a desconfiança de vocês, eu também teria, mas eu juro por tudo que vocês mais acreditam não fui eu, eu preciso que vocês acreditem em mim!

- Sabe que é difícil né parça – era Eduardo quem falava – Bom, eu vou te dar um voto de confiança, mas bem pequeno, porque gosto de você, mas na próxima eu te entrego

- Todos nós meu, isso ta fugindo do controle – Emma ainda era incrédula nas coisas que estavam acontecendo – Olha Dico, se você fez isso você é um monstro!

- Você não acredita em mim, não é mesmo?

- Eu não sei em que ou no que acreditar, só não faça mais se foi você!

- Gus?

- Maninho, foi o que o Eduardo disse, se acontecer de novo a gente te entrega.

- O que eu posso provar que não fiz nada, querem ficar 24 horas ao meu lado para ver que não fiz nada?

- Amigão, aqui ninguém é baba de ninguém – Lucio quem dizia – Você é bem grandinho já, o recado ta dado.

Ao ficarem quietos todos olharam para o mesmo lado, à esquerda, e viram alguém de blusão e capuz.

- Ta olhando o que arrombado? – Lucio gritou, a pessoa virou as costas e saiu correndo – Vamos atrás desse filho da puta!

Os seis foram correr atrás, mas ao virar a outra esquina onde a pessoa entrou, já não havia ninguém.

- Como é possível?

Dico tem uma lembrança de quinta quando viu alguém muito parecido com a vestimenta daquela pessoa na rua, mas preferiu ficar quieto. Emma se recordara de seu sonho com alguém muito parecido também.

- Rapaziada, isso aqui ta ficando sinistro demais – Era Eduardo quem falava – Vamos embora que o ambiente aqui ta pesado e já está escurecendo, tenho que abrir a pizzaria.

- Vamos logo – Disse Dico, enquanto caminhavam ele olhou para trás e viu alguém apontando para o lado, e dizendo cuidado, Dico se perguntara mentalmente “Essa pessoa não me é estranho, ela está apontando para o Gus” em uma piscada a pessoa desapareceu “essa pessoa parece meu pai”