A MALDIÇÃO DA VILA - CAPÍTULO IV
IV – Um grito sufocado
Dico para em frente a igreja por volta das 21:30hr e pensa “algo tão lindo não merecia coisas tão feias lá dentro”
Em sua casa, Hugo estava deitado em sua cama, de fundo se ouvia a música “me liga, me manda um telegrama, uma carta de amor...” Hugo admirava o retrato de Emma, e enquanto acariciava a foto, pensava “Emma, porquê anda com esses satanistas? Eu poderia te dar tudo meu amor” Sua face mudou para algo mais digamos “tarado” e sua mão esquerda começou a baixar para suas calças, mas antes de que ele pudesse prestar alguma homenagem a Emma, ele ouviu um barulho em seu quintal.
“Mamãe?” pensou ele. Hugo foi até a cozinha e viu que eram 21h45 “Ueh, mas a missa ainda não acabou”
- Mãe? É a senhora? – O silêncio prevalecia – Devo estar ficando louco, oi? Emma? To voltando.
- Doente! – Uma voz sussurrara por trás de Hugo, que arregalou os olhos. Antes que pudesse virar um pedaço de fio foi envolto de seu pescoço e com tamanha força começou a estrangula-lo.
Na casa de Gus, todos conversavam e campainha tocou...
- Devem ser eles
- Não, é só Emma
- Emma, cadê o Dico?
- Vão se foder, meu! Vinte minutos esperando vocês e nada, o Rael fechou e eu vim sozinha pra cá.
- Mas o Dico foi atrás de você!
- Olha gente, então ele se perdeu nessa super vila, por que ele não apareceu
A corda apertava mais a garganta de Hugo que tentava gritar, mas era tão sufocado que não saia nada, seus olhos já vermelhos de sangue. O que estava atrás dele deu um pequeno sussurro em seu ouvido: - in nomine christ, amem! – Hugo reconheceu a voz, a entidade atrás dele o solta, Hugo cai e sem que pudesse ter qualquer reação, tem sua calça abaixada e seu pênis cortado, antes que pudesse gritar seu órgão genital e posto dentro de sua boca. A entidade de blusa e capuz olha para Hugo que já quase morto não vê o rosto de seu assassino.
O relógio bate 22hr e a entidade corre.
22hrs15 na casa de Gus, toca a campainha, os garotos saem e lá estava Dico, ofegante
- Caralho, Dico! Onde você estava? – Perguntou Lucio
- Eu fui buscar a Emma, mas o Rael estava fechado, não tinha ninguém lá
- Eu não vi você – Disse a garota saindo da casa do Gus – Eu esperei ele fechar para sair
- Correu a maratona? – perguntou Feitosa
- Querendo ou não, cansa – dizia Dico, quando novamente escutaram um barulho no quintal – De novo esse barulho?
- Gente, minha mãe está para chegar, hora de acabar o role aqui.
Gus fora avisar seu irmão que iria sair, ao entrar no quarto viu seu irmão embaixo das cobertas suando frio: - Félix, você está bem?
- Estou sim, tive um pesadelo horrível, estou bem...
- Tem certeza?
- Aham
- Está bem, vou dar uma volta com o pessoal, e lembre-se nada de contar pra mamãe
- Pode deixar!
Gus então saiu e foi dar uma volta com seus amigos, no caminho estavam passando pela casa de Hugo, e duas viaturas estavam lá, e eram as duas viaturas que tinha na vila, um pequeno conglomerado de velhos ali estavam tentando ver o que acontecia.
- Eita – Lucio olhou assustado – Será que aconteceu alguma coisa?
- Eu espero que não – Disse Dico de forma fria, puxou um cigarro e ascendeu. Uma mulher olhara fixamente para os seis que estavam do outro lado da rua.
- Foram vocês seus satanistas! Foram vocês! – Enquanto um policial a levava para dentro de casa o outro atravessa a rua...
- O que houve aqui? – perguntou Feitosa
- Parece que alguém matou o rapaz que morava aqui – respondeu o policial – e que mal pergunte, onde vocês estavam?
- Na casa dele – disse Eduardo, apontando para o Gus.
- Va..Nã..- Emma se atrapalhava nas palavras, não conseguia falar.
- Vamos embora – Disse Dico – Não há mais nada pra ver aqui
Enquanto caminhavam, Emma em um surto sai correndo na frente de todos
-Emma, espera! – Gus correu atrás dela, a segurou – Ei, espera, você está louca? Vai correr assim?
- É que, vamo – Emma ainda não completava as frases.
- Dico – dizia Feitosa – Não quero, mas...
- Está achando que fui eu? Você está louco?
- Não disse, nada
- Ei, depois a gente conversa a menina precisa ir pra casa – Disse Eduardo olhando para Gus e Emma.
Os garotos deixaram Emma em sua casa que foi recepcionada por sua irmã Ana Luisa.
- Meu de novo? Real, vocês são foda – disse a garota
- O Ana, não vem com essa não, sua irmã e nós vimos algo zoado – Disse Dico
- É sempre assim, toda vez que ela sai com vocês
- Como se você fosse santa, não é? – Eduardo estava pilhado – Leva sua irmã pra dentro, e ponto.
Ana então segura sua irmã para entrar em casa. Enquanto elas entravam Gus leva suas mãos ao rosto e diz: - Dico, me fala que isso não é verdade! Pelo amor de Deus!
- Vocês devem estar de brincadeira com a minha cara! Vocês acham que eu mataria alguém?
- Olha, acreditar nisso, eu não acredito não – disse Eduardo – Mas se juntar as peças você será o principal suspeito
- E porquê?
- Porra, tu sai pra buscar a mina, a mina volta sem você e de repente do nada, assim “pá” o Hugo, o cara que o Gus narrou a morte, aparece morto? É estranho...
- Pessoal, amanhã é sábado, a gente estará mais de boa, vamos conversar disso depois – disse Feitosa – Hoje acho que já deu.
Cada um foi para sua casa, em uma noite fria e estrelada, o oposto do começo do dia.