CRIME NA SACRISTIA.

A pequena e pacata cidade de Igarapé das Falésias acordou em choque com a notícia da morte de padre Orfeu. A notícia macabra já se espalhava aos quatro ventos. -"Mataram o padre. Mataram o padre." Gritava o Bentinho, arrastando sua mula pela rua de terra." O sacristão Ptolomeu foi o primeiro a encontrar o jovem vigário, estendido no chão da sacristia. -"Meu Deus." Suspirou. O jovem padre tinha uma perfuração no ouvido direito e outra no peito. As âmbulas douradas no chão, as hóstias espalhadas, algumas manchadas com o sangue do representante de Cristo. -"Santo Deus, tenha piedade. Que horror." Gritou o sacristão, se benzendo, ao ver a cena horripilante. Os óculos do moço de Lavras, há seis meses na cidade, substituindo o bom e velho padre Constantino, estavam quebrados. As beatas: Maria Aparecida, Maria de Fátima e Maria Janete entraram a seguir. -"Mataram o padre Orfeu. Uma tragédia!" Anunciou o sacristão. Maria Aparecida desmaiou ao ver o vigário morto, sobre a poça de sangue. -"Corre chamar o coronel Januário!" Pediu o sacristão a Maria de Fátima. Maria Janete tentava reanimar a irmã caída. Maria de Fátima correu, erguendo a saia. Ela atravessou a praça como um raio. -"Mataram o padre!" Gritava. O bebum Robério arregalou os olhos. -"Virge Maria. Tão novo aqui e já virou presunto." O homem fez o sinal da cruz, com a garrafa de cachaça na mão. O coronel Januário veio, trazendo a família. Dona Quintina em choque. Romário, o filho mais velho, ainda de pijamas, não acreditava naquela tragédia. A filha mais nova do coronel, Jasmira, não quis ver a cena. Todos assustados. Até o pipoqueiro Jorge, vizinho do coronel, veio com Maria de Fátima. Robério avisou o boticário Nininho e o padeiro Nicassio. -"Melhor não bulir com o defunto. Vamos esperar a polícia técnica de Santa Cruz." Aconselhou o coronel. Maria Janete pegou uma toalha branca, numa gaveta da sacristia e cobriu o cadáver. -"Tão novo, tão lindo." Pensou a beata Ela fez o sinal da cruz, entre lágrimas. O sacristão foi até a casa paroquial e ligou para a polícia de Santa Cruz, distante a vinte quilômetros. Logo, a igreja estava cercada de curiosos. O povo que ia pra roça não foi. A cidadezinha parou. As mulheres nas calçadas. A professora Rosinha dispensou os alunos do único colégio da localidade. -"Primeiro crime, em toda história de Igarapé e justamente o padre é assassinado." Disse o dono do armazém, Seu Roque, ao barbeiro Luisinho. -"Pois é. Um padre novo, cheirando a leite. Recém formado no seminário diocesano de Lavras e mandado pra cá a mando do bispo Francelino. Quem será que apagou o vigário?" Roque e Luisinho olharam para o coronel Januário. O coronel acendeu um charuto e confabulava com Seu Nico, juiz de paz e suplente de vereador em Santa Cruz. Em seus sermões, o jovem padre criticava abertamente a política do coronelismo, que ainda existia na região, o trabalho escravo nas fazendas de cana e café. -"Isso é morte encomendada, foi tocaia. Quem fez isso não gosta de padre comunista." Opinou Darci, o general da banda da cidade, metido a filósofo sabichão. -"Coisa de gente poderosa, visse? " Concluiu. As fazendas do coronel Januário faziam divisa com as fazendas dos coronéis Adonias e Herculano. -"O sacristão antigo, Eurípedes, foi ele. Está fora da cidade. Ele ameaçou o padre garotão durante a reunião de líderes, lembram? O padre tirou o cargo dele pois estava roubando o dízimo." Disse a professora Rosinha. -"Então foi o Eurípedes com a ajuda do tesoureiro Genaro. Ele também foi substituído pelo padre." Gritou Ferdinando, o açougueiro. -"Então, todo mundo que foi substituído é um suspeito. Todo mundo tem culpa no cartório." Opinou Jacinto, antigo coordenador da pastoral de festas, destituído de seu cargo. Robério ergueu a garrafa . -"Quem matou o moço? Pra mim foi alguma mulher apaixonada pelo padre. Uma paixão não correspondida. A mulher veio, antes do sol clarear e deu os pipoco no moço." Um silêncio se fez. Ninguém tinha pensado nessa hipótese. -"Me admira muito, Robério. Dormindo na praça, não escutou os tiros!" Disse Rosana, dona da banca de tapioca da praça. Seu Zezinho, leiteiro, deu um beliscão na esposa. -"Foste tú, Marieta!?" Sussurrou. A mulher vivia caçando perdiz e pato. Tinha espingardas e dois revólveres 38. Sabia atirar bem, melhor que muitos homens da cidade. Vivia dizendo às amigas, do Grupo de Oração, que o vigário era uma tentação. -"Desperdício era esse homem ser padre, visse? É um pão, um galalau, lindo como nunca vi igual. Pra mim, padre tinha que ser feio e velho." Os olhares se voltaram a mulher, a frente da sacristia. -"Pessoal! Acham que eu ia matar o padreco? Todo o mulherio suspirava por ele, no altar. Juro que não fui eu! " Gritou Marieta. -"Não era só eu que suspirava pelo padre nas missas e procissão!" Concluiu. -"As três Marias, são suspeitas. Cidinha, Fátima e Janete batiam cartão na casa paroquial, levando guloseimas ao padre. Dona Rosinha, a professora, estava se reunindo direto com o vigário, tratando das obras da creche." Disse dona Gracinha, dono do salão de beleza. A professora solteirona abaixou a cabeça, envergonhada. -"Gente, não é hora de acusar, levantar falso e de jogar falsas acusações aos ventos. Investigação cabe a polícia, que aliás, está demorando! " Aconselhou o alfaiate Valdomiro. Alguns aplausos ao alfaiate. -"Pode ter sido suicídio! É comum, atualmente, devido a depressão." Opinou o coronel Januário, se abanando com seu chapéu Panamá. Eram quase dez horas da manhã quando a polícia chegou. -"Os homens da lei chegaram." Gritou o bebum Robério, ouvindo a sirene. Uma viatura, a Veraneio vascaína, acompanhada de um rabecão. O delegado Fagundes e os guardas Silva e Rondinelli. -"Saiam da frente, pessoal

Abram caminho." Pediu o delegado. O perito criminal fotografou a cena. -"A arma está debaixo da mesa. Pelo jeito houve luta corporal." Disse o perito ao delegado. A arma, um revólver 38, colocado num saco plástico e etiquetado. As pessoas do lado de fora, vendo o trabalho da polícia através dos vitrais da sacristia da igreja de Santa Luzia. -"Isso vai dar um trabalho! O moço não era daqui, é recém chegado a região." " Sussurrou o delegado ao perito Esperidião. -"Certo que não estava só. Não foi suicídio pois tem duas perfurações letais!" O delegado concordou. -"Ele não poderia atirar no ouvido e depois no próprio peito. E vice versa. Alguém quis passar a idéia de suicídio mas isso não colou." O perito terminou as fotos. O cadáver foi colocado no carro fúnebre. O delegado conversou com algumas pessoas, entre elas, o coronel Januário. O delegado e os guardas foram até a casa paroquial, onde a cozinheira do padre, dona Chiquinha, estava desconsolada. -"Padre Orfeu era um anjo de candura. Um rapaz gentil, delicado e amoroso. Gostava de abraçar todo mundo e sempre elogiava minha comida! Que Deus o tenha." O delegado se comoveu. -"Eu imagino. A senhora viu quando ele saiu? Hoje de manhã?" A mulher foi sincera. -"Não vi. Quando cheguei, ele já tinha saído de casa

Ele acordava e ia fazer caminhada, às cinco horas. Era atleta. Na volta, abria a sacristia pra adiantar as coisas, as hóstias, livros e microfone pra missa das sete. Vinha, tomava banho e o café. Era sua rotina." O delegado desligou o gravador. -"Não vou gravar isso. A senhora sabe de algum inimigo do padre? Um opositor político? Ele comentou alguma coisa pra senhora? Recebeu alguma visita ultimamente?" A cozinheira foi direta. -"Nada, delegado. Nenhuma visita estranha.

Padre Orfeu era só amor. " O delegado foi até a casa do coronel, onde almoçou com os guardas. Era noite quando o corpo do padre Orfeu voltou a igreja matriz, no carro funerário. A chuva fina caía. O sino tocando num ritmo moroso e triste, as badaladas mais tristes que a cidade ouvira. A multidão na praça. O bispo presente, com o clero diocesano. Mais de quarenta seminaristas presentes. Os coroinhas. A igreja enfeitada. As coroas de flores. O tapete vermelho. O caixão do padre a frente do altar. A foto de padre Orfeu, sorrindo, no quadro sobre um cavalete. As autoridades de Santa Cruz e cidades vizinhas presentes. Os fazendeiros. Um clima triste. O sistema de som tocando solos de piano, numa melodia que denotava a tristeza e o clima de oração. A fila se formou, pra ver o padre morto. Um dia inesquecível pra cidade. O delegado atento aos principais suspeitos. Observando cada rosto, detrás de seus óculos escuros. A cozinheira, o sacristão, a professora, o coronel, o bebum, as três Marias, dona Marieta, todos suspeitos. Todos chorosos. Todos com os rostos abatidos. O delegado conversou longamente com o bispo, na sacristia. -"Dom Francelino, o padre não tinha inimigos na vila. Desafetos sim mas não a ponto para ter motivo suficiente pra apagar o vigário. Quem o matou teve um motivo forte." O bispo concordou. -"Que eu me lembro, padre Orfeu não oferecia perigo a ninguém. Estou surpreso. Uma tragédia." O delegado mostrou ao bispo as folhas e fotos do perito. -"Havia material de epiderme e pêlos nas unhas da mão do padre. Antes de ser baleado, ele lutou com seu algoz e o arranhou. Teremos que coletar material dos principais suspeitos e comparar com esse material." O bispo concordou. -"Quem matou o bom padre Orfeu está arranhado! É só ver quem está arranhado, ferido! " O delegado sorriu. -"Exato, dom Francelino. Vamos achar e prender esse assassino." Quase meia noite. O bispo foi descansar na casa paroquial. -"O delegado ficou na igreja, com seus guardas. Alguns seminaristas e padres ficarão velando o padre, em oração. Melhor que só a porta principal fique aberta, durante a madrugada." Pediu o bispo ao sacristão. O bispo e alguns padres saíam da igreja quando um rapaz passou por ele. Um jovem alto, loiro. Os óculos escuros. O lenço segurava as lágrimas que caíam. Um terno italiano bem cortado e uma echarpe no pescoço. O bispo se virou e parou, na porta da igreja. -"Esse rapaz! Será?!" Pensou o bispo. Ficou observando o jovem, de pé, a beira do caixão de padre Orfeu. -"Padre Spinelli, chame o delegado. Rápido!" O padre saiu ao encontro do delegado, dando ordens a um guarda. O policial veio até o bispo. -"Me chamou,dom Francelino?" O bispo saiu da igreja. Agarrou o braço do delegado. -"Um rapaz entrou. Terno, echarpe, alto e loiro. Vamos segui-lo!" O delegado voltou a igreja. Pegou um folheto e fingiu ler. Viu o rapaz ao lado do caixão. Ele se ajoelhou e fez o sinal da cruz em frente ao altar. O moço saiu da igreja. O delegado saiu e entrou no carro do bispo. O moço entrou num veículo e saiu da cidade. O delegado e o bispo o seguiram. A estrada para Santa Cruz. O moço parou em frente ao hotel Imperador. -"Quem é esse rapaz, bispo?" O religioso estava em choque. -"Não tenho certeza, delegado. Temos que ter acesso a lista de hóspedes do hotel! Se confirmar minhas suspeitas, temos o assassino nas mãos!" O delegado estava surpreso. -"Então, é alguém de fora? Isso é surpreendente!" Eles esperaram por alguns minutos, até que a luz de um quarto, no terceiro andar do hotel, acendeu. Mais de uma hora de espera. A luz do quarto apagou. O delegado foi até o hotel. -"Senhor Silas, preciso ver sua lista de hóspedes! É uma ordem." O dono do hotel, conhecido do delegado, não se opôs. O policial tirou fotos da lista, com o celular. -"O rapaz loiro, elegante! Que dia chegou a cidade?" O delegado foi direto e incisivo. -"Chegou há três dias. Eduardo Figueiredo." O delegado estava curioso. -"Viu se recebeu visitas? O rapaz, esse tal Eduardo, saiu?" O dono do hotel foi sincero. -"Não o vi receber visitas. Sinto não poder ajudar o delegado." O policial o cumprimentou. -"Ajudou muito, meu caro. Tenha uma ótima noite " O delegado voltou ao carro do bispo. -"Consegui a lista do hotel. O rapaz se chama Eduardo Figueiredo. Chegou há três dias. Só isso! " O bispo coçou o queixo. -"Se importa de me acompanhar até a cúria, em Riachuelo? " O delegado estranhou a proposta do bispo. -"Alguma pista , senhor bispo? " O bispo deu um toque no ombro do delegado. -"Quero tirar uma pulga atrás da orelha. Ter a certeza, de fato. " O delegado pegou o celular. -"Vou colocar dois guardas aqui. Não podemos deixar esse rapaz sair do hotel." Assim que os guardas chegaram, o bispo e o delegado partiram pra Riachuelo. Quarenta minutos depois, o bispo abriu a porta da cúria. -"Vamos ao meu escritório! " O bispo abriu gavetas e portas de armários. Uma infinidade de papéis e documentos. -"O bispo poderia colocar tudo isso no computador! Pouparia espaço! " O bispo ajeitou os óculos. -"Duas pastas de recortes de jornais. Tudo sobre a diocese. Aqui está. É bom arquivar as coisas pois podemos precisar delas no futuro! Há cinco anos, ordenação diaconal do finado, padre Orfeu. Um rapaz entrou na sacristia, gritando palavrões e xingamentos. A polícia foi chamada e o jovem foi expulso da igreja de Lavras." O delegado ouvia atento. -"E o que isso tem a ver com o crime? " O bispo tirou os óculos. -"Até aí, nada de mais. Acontece que o Orfeu, ordenado diácono, foi depois a uma delegacia e fez boletim de ocorrência contra o rapaz. O jovem procurou o Orfeu, pediu perdão e fizeram as pazes. O Orfeu retirou a acusação." O bispo procurou outros documentos. -"Aqui está, a cópia do boletim de ocorrência! Acusado de importunação, Eduardo Figueiredo, dezenove anos." O delegado pegou o documento. -"Uau, é ele. O mesmo nome. Algo não encaixa, senhor bispo. O moço o xingou, tal. Que motivos teria pra matar o padre? " O bispo fechou as pastas. -"Eu estava presente na ordenação diaconal, delegado. Não era bispo ainda. O rapaz dizia amar o Orfeu! Gritava que ele não poderia ser padre de jeito nenhum pois eram feitos um para o outro e outras coisas! É duro admitir mas esse rapaz amava o padre Orfeu! Não posso afirmar que tinham um caso, namoro talvez mas eles se conheciam. Padre Orfeu devia saber que o rapazote era apaixonado por ele. Se o material genético dele bater com o material coletado no cadáver, temos nosso homem! " O delegado estava surpreso. -"Alô? É o delegado! Entrem no hotel e prendam o senhor Eduardo Figueiredo! " Ordenou o delegado aos guardas, de tocaia a frente do hotel. -"O assassino sempre volta ao local do crime, senhor bispo. Nosso homem foi a cidade e matou o padre. Ele iria embora tranquilamente se o bispo não o tivesse reconhecido! " Disse o delegado, retornando a Santa Cruz. Eduardo não ofereceu resistência ao ser preso. Exigiu um advogado. O delegado o observava. -"Será detido para averiguação, senhor Eduardo. Houve um crime e estamos realizando as operações de praxe, investigando turistas, essas coisas." O dia amanheceu. Avisado pelo delegado, o perito foi até o hotel e coletou copos, lenços e materiais na lixeira do quarto. Estava com material suficiente pra ver o DNA de Eduardo e confrontar com as provas. O bispo não quis ver o rapaz, seguindo sozinho para o velório do padre. Dom Francelino ocultou de todos as informações que tinha. -"As imagens das câmeras, da guarita de saída de Santa Cruz, mostram o carro do senhor Eduardo saindo no dia do crime. Horário, quatro da manhã. Tempo suficiente pra ir a Igarapé e matar o vigário. Retornou as seis." Disse um policial ao delegado. Eduardo ligou para o advogado e para os pais. O médico chegou a delegacia. -"Senhor Eduardo. Terá que ser examinado por um médico. É de praxe o exame de corpo de delito. Não poderá dizer que foi machucado ou ferido na prisão, entendeu? É assim que funciona!" O jovem concordou. -"Sei disso. Tudo bem! Sou inocente, não fiz nada." O delegado não entrou na cela com o médico. O doutor saiu logo. -"Está tudo bem, exceto por arranhões recentes no pescoço." Disse o médico, assinando o atestado. Enquanto isso, o padre era sepultado no cemitério de Igarapé. Os familiares do padre chegaram a tempo de se despedir. Seis horas se passaram. O perito chegou a delegacia. -"O DNA nas unhas do padre bate exatamente com o material do hotel. Não há impressões digitais na arma. Delegado, caso resolvido." O advogado do jovem chegou naquele momento. O delegado o colocou a par de tudo, antes do homem falar com Eduardo. O delegado chamou o escrivão. Eduardo ficou frente a frente com o delegado. O rapaz teve acesso as provas, aos relatos e fotos. As provas do perito. Fotos de seu carro. -"Senhor Eduardo, o boletim antigo, uma testemunha secreta que afirma que o senhor entrou na igreja dizendo ser contra

a ordenação de padre Orfeu, dizendo o amar. A sua visita a cidade de Santa Cruz nos dias anteriores ao crime, seus arranhões, me levam a certeza que o senhor é o assassino do crime da sacristia. O senhor está preso!" Eduardo abaixou a cabeça e confessou o assassino do padre Orfeu. -"Um crime passional! Foi por amor" Admitiu o jovem, em prantos. -"Guardas, recolham esse verme!" Concluiu o delegado, dando voz de prisão ao moço. O caso ganhou os jornais e até apareceu na tevê, em poucos canais. A rápida solução do crime não motivou longas e exaustivas reportagens. -"Motivo torpe, fútil. O senhor Eduardo, passeando por aqui, viu o padre entrar na sacristia e quis roubar. Entraram em luta corporal e ele atirou, infelizmente!" Disse o delegado, na coletiva de imprensa, ocultando de todos o real motivo do crime. Dias depois, o bispo recebeu o delegado, na cúria diocesana. -"Se eles se amavam, se eram namorados, nada interessa agora! Orfeu não queria nada com o rapaz e por isso morreu. Um escândalo. Apenas eu e o delegado sabemos o real motivo desse crime! Como diz a Luciana Gimenez, abafa o caso." Disse o bispo ao delegado. -"Tá certo, senhor bispo. Que o povo pense que foi um roubo seguido de morte. Logo o povo esquece!" Igarapé das Falésias voltou a rotina. Apenas quatro meses depois, a cidade recebia outro pároco, um idoso frei jesuíta. FIM

marcos dias macedo
Enviado por marcos dias macedo em 17/07/2022
Reeditado em 20/07/2022
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