o último homem

O motor já roncava desesperadamente e Steve Leverett o forçava ainda mais enquanto Hank Williams cantava em sua sabedoria palavras simples e estranhamente perturbadoras ali no calor e na paisagem desolada do meio da estrada:

“Long is the road that leads you / To that beautiful land up there / Is work on your home completed/ Death may be lingering near”

Mas o pensamento do homem ao volante vagava longe, talvez no friozinho confortável de um ar condicionado ou na piscina de sua aconchegante casa tão distante. Não percebia o quão rápido as imponentes montanhas, magras árvores e os mortos pastos passavam por seu carro, e somente quando uma grande placa verde com um nome muito familiar passou como um raio ele percebeu que o velocímetro de seu 480i já apontava 120 km por hora. Assustou-se por um segundo e olhou no retrovisor por sinais de luzes vermelhas ou algum carro ao longe. Mas não havia nada, nem fazendas, nem pessoas. E pelo que se lembrava já havia mais de uma hora desde sua última parada em um posto vagabundo para tirar água do joelho. Estava com fome também, mas ao ver o aspecto do atendente decidiu ficar apenas com a gasolina, e mesmo assim ainda um pouco desconfiado. O último carro que vira estava estacionado na beira da estrada, um velho e quase inidentificável Superbird sem rodas e com a lataria toda enferrujada que provavelmente ficaria por lá até os fins dos tempos.

Mas tudo isso não fazia mal, quanto menos se demorasse na estrada melhor, seus olhos já ardiam e sentia suas mãos suando por todo o volante. Sua camisa tinha grandes marcas escuras abaixo do pescoço, da nuca e das axilas. O sol era impiedoso e castigava qualquer um que ousasse ficar mais de uma hora em seu caminho. Steve Leverett não deveria estar se consumindo em suor dentro daquele forno ambulante com o ar condicionado quebrado, se a vida tivesse seguido seu rumo natural a essa altura ele estaria nadando em um lago qualquer ou tirando um cochilo na velha poltrona na sacada de seu sogro, talvez até mesmo numa refrescante sombra no último suspiro antes de disparar seu rifle e abater um veado para o jantar. Mas então havia Chris. O inconseqüente Chris Benton, repórter iniciante e ingênuo na complicada carreira de repórter da Semanal Flame, revista literária fundada e administrada por Steve.

Em sua impaciência para se mostrar competente escreveu uma matéria nua e crua sobre o autor mais popular do ano. Steve andara ocupado planejando suas férias e passou o olho pela reportagem poucos minutos depois da impressão começar. Palavras simples foram necessárias para destruir a ilusão de imparcialidade inabalável inerente ao jornalismo impregnada na jovem mente de Chris Benton, e mesmo que Steve concordasse com quase tudo escrito não queria enfrentar um tribunal novamente tão cedo. Se havia uma verdade em todos aqueles anos de revista era que quase ninguém deseja realmente saber a verdade, e quando dita pode custar fortunas e mais fortunas de dinheiro suado. Muitas vezes trabalhar desta forma pode ser frustrante, mas Chris aprenderia com o tempo formas melhores e mais sutis de se dizer coisas desagradáveis. Além do mais Steve não era mais um jovem solitário e sonhador como antes, com uma esposa e dois filhos não poderia mais se dar ao luxo de ser odiado por seus leitores e pelo mundo, pois geralmente quem se comporta dessa forma termina pobre, a não ser talvez os políticos e grandes empresários.

No fim das contas teve de adiar temporariamente sua viagem para ter certeza de que nada saísse errado desta vez, mas insistiu na partida de Janie e das crianças no dia planejado, pois simplesmente não havia motivo para que ficassem. Sue e Nick estavam eufóricos para rever seus avós e Steve não demoraria muito para ir também, atrasaria apenas um ou dois dias.

Então lá estava ele, suado e com sono, seguido pelos corvos entediados da estrada, perseguindo aquela eterna linha amarela no asfalto que parecia nunca terminar.

II

Aproximadamente meia hora depois os pneus Firestone quentes e praticamente carecas de Steve cruzavam o grande arco de pedra na entrada de Fahey, cidade pequena e pacífica localizada em Nevada, com pouco mais de dois mil habitantes. Dentre eles a família Cosini, dos quais fazem parte Arthur e Andrea, pais de Janice Leverett, conhecida antigamente como Janice Cosini.

Acima do arco se estendia uma estrada ferroviária enquanto um grande trem enferrujado e pichado descansava como uma grande besta adormecida em seus trilhos. A cidade figurava como uma paisagem num quadro do romantismo, tão pacífica que nem mesmo o vento parecia querer soprar. As grandes palmeiras nas calçadas estavam cabisbaixas e havia uma única pessoa no campo de vista de Steve: o carteiro, e até mesmo ele parecia preguiçoso e não havia passos apressados ou movimentos rápidos. Não era difícil entender essa situação, Steve calculava uma temperatura acima de 40° Celsius.

Mas enquanto o carro avançava ocasionalmente revelavam-se outras pessoas tentando aproveitar o dia da melhor forma possível sem derreter ou adquirir um maligno câncer de pele. Crianças corriam com mangueiras em seus verdes quintais enquanto a mãe lia um livro embaixo de um sombreiro e o pai bigodudo fritava hambúrgueres na churrasqueira. Mais crianças atravessavam a rua tão rápido quanto um fajuto truque de mágica de um bêbado fracassado. Havia piscinas por todo lado e os carros tomavam seu próprio banho de sol por tanto tempo que um cozinheiro inexperiente poderia fritar ovos em seus capôs sem a menor dificuldade.

Steve conhecia algumas pessoas de vista e cumprimentava todos quando viravam para fitá-lo com um breve aceno e um sorriso amarelo obrigatório. As pessoas daquela cidade, assim como na maioria das minúsculas cidades americanas, eram conservadoras e desaprovavam qualquer um que infringisse o delicado código das aparências. Steve não tinha paciência para esse tipo de coisa, era um homem impulsivo e bem resolvido sobre o importante e o dispensável, mas como estava na terra de sua querida esposa fazia o possível para não ser mal visto.

Chegando ao final da rua e virando à direita Steve tinha agora uma visão da maior parte da única praça de Fahey e naquele lugar havia várias pessoas que conhecia por nome. Uma delas era a Sra. Maxine, uma velha e simpática mulher que visitava os Cosini apenas quando Steve aparecia por lá e fazia sempre as mesmas perguntas a ele. Como a casa da família ficava na área mais alta da cidade ela chegava sempre suada e ofegante devido a sua grande massa corporal. Falava pelos cotovelos e nunca ouvia de verdade o que lhe respondiam, apenas balançava a cabeça e continuava sua falação desesperada. Pedia notícias da “cidade grande”, como ela gostava de dizer, e sempre lhe perguntava se havia visto seu filho, o “pequeno Eric” por lá. De acordo com ela o jovem rapaz havia saído em busca de novos horizontes e boas oportunidades de emprego, mas parara de enviar cartas havia um ano. Na última dizia sobre a “melhor oportunidade de sua vida”, embora não desse muitos detalhes.

No ano passado Arthur, pai de Janie, havia contado a história por trás dos olhos perdidos de Sra. Maxine. Ele a conhecia desde jovem, quando cursaram o ensino médio juntos Escola Municipal de Fahey e insistia em dizer o quanto ela era bela antigamente. Havia poucos homens que não se virassem para olhar quando Maxine entrava em algum restaurante ou bar e menos ainda aqueles que recebiam seu olhar em retribuição (nesse ponto da história Arthur olhou em volta para se assegurar da ausência de Andrea e deu um cutucão em Steve enquanto exibia um sorriso, provavelmente de triunfo, “eu fui um destes homens”, ele disse com satisfação). E quando isso aconteceu pela última vez o alvo do olhar foi um dos homens mais improváveis: o bom e velho Jeff, jardineiro oficial contratado pela prefeitura para cuidar das pelas paisagens de Fahey. Ele não era realmente velho, tinha 28 anos na época e também estudara na Escola Municipal de Fahey, um ano na frente de Arthur e Maxine. O homem era comum como andar para frente e a única coisa exótica em Jeff era seu estranho gosto pela mistura de conhaque e uísque no mesmo copo. Era sempre a mesma marca de conhaque e a mesma de uísque. Mas Maxine, com seus olhos argutos tão diferentes do que se tornariam futuramente, viu algo no interior daquele homem. Algo que ninguém mais conseguia ver, “um brilho, uma pureza e uma integridade inexistentes até mesmo nos romances melados que lia quando o conheci”, disse ela há muito tempo antes da tragédia.

Alguns anos depois se casaram e pouco depois de anunciada a gravidez, Jeff foi convocado para prestar seus serviços patrióticos ao país. A Guerra do Vietnam berrava a plenos pulmões lá fora e LBJ já havia tomado sua decisão. Vários homens de Fahey foram chamados e a maior parte retornou sem grandes danos físicos ou psicológicos, mas dentre aqueles que nunca mais pisariam na grama de sua cidade novamente estava Jeff Hoggard. Arthur parecia se arrepiar ao falar das incessantes lágrimas silenciosas de Maxine durante o enterro enquanto segurava no colo o “pequeno Eric”, tão consciente daquela gigantesca perda quanto uma ave desavisada que ousava cantar enquanto o padre entoava sua prece tristonha.

Mas a perda não era completa, havia Eric, aquela pequena fagulha de alegria na escuridão do luto para manter Maxine no caminho. E funcionou muito bem, até o momento no qual o jovem decidira que as fronteiras de Fahey não eram suficientes para comportar sua imensa ambição e curiosidade sobre o desconhecido. Ela relutou em deixá-lo partir, mas havia pouco a se fazer. Estava tudo decidido e o jovem se foi.

Por dois anos suas cartas viajavam até a caixa de correio dos Hoggard em Fahey, mas então de repente pararam de chegar. Obviamente Maxine tornara-se toda preocupação e depois de dois meses sem notícias embarcou em um ônibus para Carson City e pediu por informações sobre seu querido filho em todos os lugares mencionados nas cartas anteriores. A procura se revelou totalmente infrutífera e ela retornou quando começava a chegar a lugares nada respeitáveis, como bordéis e casas de jogo. Voltou silenciosa da mesma forma como ficou durante o luto por Jeff. E provavelmente este era o caso novamente. Trancou-se em casa por semanas nas quais não se comunicou com ninguém. Não houve barulho nem luz nenhuma durante o tempo de reclusão da boa e sofrida Sra. Maxine.

Algum tempo depois ela saiu de sua aconchegante e carregada casa como se nada houvesse acontecido. Em sua absurda tristeza forçara sua mente a simplesmente esquecer a provável morte de Eric e com esse esforço esqueceu tantas outras coisas que a deixaram com uma sutil loucura perfeitamente aceitável. Era basicamente a mesma pessoa de antes, apenas com uma incapacidade de aceitar o presente em sua forma simples e brutal sem perder completamente o juízo.

Então sempre que ela subia o grande morro para lhe fazer perguntas inocentes Steve era completamente gentil e prestativo, por mais cansado ou impaciente que estivesse no momento. Uma pena profunda vagava por seu coração e não queria dar a Maxine falsas esperanças, mas também não poderia simplesmente confrontá-la com a verdade. Não havia razão para isso.

Enquanto Steve contornava a praça viu a velha senhora sentada em um dos bancos com um belo vestido branco enfeitado de rosas vermelhas, olhando para o céu com uma bíblia em seu colo. O vento soprava suavemente pela cidade e movia as árvores e suas folhas da mesma forma que Maxine movia seus lábios numa prece silenciosa. Aquela imagem trazia uma angústia tão insuportável quanto inexplicável ao coração profundo de Steve. Não suportou aquela visão por muito tempo e desviou o olhar, mas não teve o mesmo sucesso com sua mente. Ela continuava a ponderar sobre a validade de sentimentos tão destrutivos em uma realidade caótica tão desnecessária.

Mais à frente Steve ativou a seta para direita e novamente fez a conversão. Entrava agora numa das várias ruas secundárias de Fahey que formavam o caminho para a casa de seus sogros. Já podia vê-la imponente como um castelo morro acima, e como sempre acontecia quando a via daquele ângulo não pôde deixar de pensar no quanto ela parecia uma típica casa mal assombrada de um filme vagabundo de terror. Certa vez quando fez esse comentário com Arthur ele simplesmente soltou uma grande risada, como sempre fazia, e respondeu com seu vozeirão italiano enquanto suas bochechas se tornavam cada vez mais vermelhas devido ao vinho: “Mas esse sempre foi o objetivo! Assim mantemos afastados os ladrões!”

Mas quantos ladrões poderia haver numa cidade pacata como Fahey? O mais próximo disso por aquelas bandas era chamado de Willie Foust, um jovem de cabelo castanho comprido e oleoso que usava sempre as mesmas roupas: uma camiseta preta com uma caveira estampada e jeans desbotados e rasgados. Tinha como maiores crimes em sua extensa ficha criminal roubo de cigarros nas mercearias e pichações nos muros da escola. Steve já o vira em certas ocasiões caminhando pela rua como se fosse um rei, tragando sem parar um Chesterfield na boca cercada por um sério caso de acne. Certa vez o viu com uma garota loira apaixonada por rosa e com olhos de peixe morto mascando um chiclete como se fosse um pedaço de borracha de má qualidade.

Willie era conhecido como um grande falastrão e um encrenqueiro de marca maior. Aparentemente a única pessoa na cidade que o assustava era seu pai, um homenzinho gordo e careca que vivia correndo atrás do filho esbravejando enquanto balançava uma chave inglesa como se fosse um sabre sedento de sangue. As pessoas viam essa cena várias vezes por mês e não paravam de rir quando acontecia. A perseguição se dava sempre que Harold, pai de Willie, tentava conversar com o rapaz sobre seu possível ingresso no quadro de trabalhadores da oficina do qual era proprietário. O talento mecânico do rapaz era conhecido por toda a cidade. Mas a resposta era sempre a mesma e assim a vida continuava, cheia de decepções e correrias desenfreadas pelas calçadas da cidade.

Algumas pessoas caminhavam calmamente pelas ruas, um casal tomando sorvetes do mesmo sabor e sorrindo felizes simplesmente por estarem vivos, um caipira carregando uma vara de pescar no ombro e uma cesta de palha na mão. Vários homens carregando um caminhão com pesadas toras de madeira e algumas crianças descendo do ônibus escolar. A vida seguia seu rumo e as horas passando nas pequenas atividades diárias dos moradores de Fahey.

Finalmente Steve alcançava o fim da grande subida rumo ao seu destino. O painel do 480i já indicava o calor excessivo do motor e o tanque já estava na reserva. Sua mente já começava a relaxar assim como todo o resto de seu corpo ao percorrer aquela estrada tão familiar. O efeito daquele ambiente era surpreendente toda vez que acometia um homem de negócios tão ocupado quanto Steve. Talvez fosse possível até retirar algum sentido na vida diante de paisagens tão belas e agradáveis. O sol já se cansava de seu reinado diário e começava a se por calmamente como um velho morrendo em seu sono. As sombras começavam a se alongar e tudo adquiria um tom alaranjado incandescente, mas o calor ainda continuava a incomodar como a casca de uma ferida antiga.

Logo que venceu o morro Steve já via movimentos no grande quintal em frente à casa dos Cosini. Enquanto avançava ouvia os gritos alegres das crianças se perseguindo em alguma de suas típicas brincadeiras. Viu também um pequeno rapaz na escada olhando para um bloquinho no qual escrevia lentamente. Nick. Tinha os cabelos negros e lisos como os do pai e olhos claros e profundos como o da mãe. Steve sorria levemente enquanto se lembrava do tom solene com o qual o menino declarara sua vontade de ser escritor como o pai. Parecia muito orgulhoso de tudo aquilo, e apesar de Steve considerar aquele desejo como algo passageiro, assim como quase tudo nas crianças, não pôde deixar de sentir uma pontada de satisfação. Sentia uma inteligência rara no garoto e sabia que ela poderia ser praticamente ilimitada se direcionada da forma correta. Steve tinha certeza, o futuro de Nick seria brilhante como o sol do meio dia.

Havia cerca de cinco crianças correndo em todas as direções, algumas caíam na terra e levantavam poeira, outras desapareciam pelas esquinas da casa e iam para a outra parte do quintal. Janie tinha três irmãs que possuíam um gosto especial por famílias grandes e sexo sem camisinha. Sue e Nick tinham oito primos se a memória de Steve estava correta, sendo dois deles ainda bebês sem condições de correr tropegamente e quase quebrar o pescoço a cada cinco minutos. Ainda não via Sue, talvez estivesse lá nos fundos ou dentro da casa.

Assim que estacionou o 480i e abriu a porta para descer viu a tela de proteção contra insetos da casa se abrir e sair dois homens lá de dentro. Conhecia os dois muito bem. Um era Arthur, pai de Janie, que oferecia um espetáculo e tanto com toda sua presença tanto de espírito quanto física. Balançava seu bigode e sua grande barriga à medida que falava tão alto que parecia estar muito nervoso com o homem no qual dava pesados tapas nas costas. Mas não era o caso, Steve já estivera muitas vezes na mesma situação e sabia das maneiras espalhafatosas do sogro.

O outro homem se chamava Andrew Holcombe e Steve ouvira sobre ele pouco depois de pedir a mão de Janie em casamento. Andrew, juntamente com seu irmão, era o dono da loja de armas de Fahey, a Holcombe Brothers. Arthur, com seu famigerado gosto pela caça esportiva, já era cliente da loja antes mesmo de Andrew ser nascido, quando a loja ainda era administrada por seu pai, Randy e seu tio Ralph.

Em algum dia de alguma primavera há anos atrás Arthur entrou na loja para olhar alguns novos rifles e jogar conversa fora quando o jovem Andrew pousou os olhos na jovem Janie, que acompanhava excepcionalmente o pai naquele passeio bélico. Como afirmaria tantas vezes no futuro foi amor à primeira vista. O rapaz foi azarado de todas as formas possíveis, tomando coragem para se aproximar apenas quando Janie estava com algum outro rapaz. “Graças a Deus!”, Steve costumava pensar, senão provavelmente não estaria casado naquele momento. Andrew era um homem “bem apessoado”, como gostavam de dizer na cidade, e também rico, agora que se mostrava um homem bem mais talentoso que seu pai na condução de negócios. Era também um cara legal, mas isso Steve admitia somente para si mesmo.

Desceu do carro e foi caminhando entre algumas crianças que não lhe davam muita atenção, dizendo apenas um “Oi, Tio!” sem interromper fosse lá o que estivessem fazendo.

Fernando Domith
Enviado por Fernando Domith em 10/06/2022
Código do texto: T7535168
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.