AMO TUDO ISSO. CAPÍTULO II
Ser um professor do Estado era uma situação inusitada, por isso Rômulo se mantinha solteiríssimo. Seria suicídio se ele tivesse se aliançado, firmando este tipo de contrato.
Inteligente, bem sensato, histórico e filosófico: características assaz aparentes em nosso Rômulo. Poetar, também é um lema para ele viver, em seus dias mais cansativos. Ele se refugia nas alegrias dos versos, e na serenidade da verdade. Certa tarde, ele lia "O caso dos dez negrinhos", e saboreava uma sopa de ervilha, foi quando seu telefone celular tocou: o deixando assustado, pois não esperava nenhum toque, a não ser o de sua mãe...uma senhora de 80 anos, mas que não se rendia ao ageísmo hipócrita e reinante, que faz do rico um eterno adolescente, aos 100 anos, e do pobre, um pejorativamente, idoso, aos 30.
Bem, ele não atenderia a nenhum toque que não fosse O Réquiem de Mozart, específico para recepcionar Margarida. Margarida, uma mulher forte, altiva, vivaz e corajosa, que pariu filho depois de estudar antropologia, e ficar pobre. Afinal, Margarida não compactuva com a Mão Sanguinária do Mercado explorador...
Margarida, tinha 42 anos, quando se apaixonou por um burocrata, um banqueiro, e não fora por interesse, foi apenas por uma paixão atípica e fugaz. Antes dos três meses de gravidez, o homem ameaçou a antropóloga de morte. E dois dias depois, quando ela saía do falecido Museu Imperial da Quinta da Boa Vista: foi atropelada. Graças ao Destino, assim ela dizia: ambos sobreviveram, ela e Rômulo...
Continua no terceiro e último capítulo