A MISTERIOSA VILA - EPÍLOGO

Não sei se acreditarão em mim. O que posso afirmar agora é o meu direito de falar do capitão Aros e da sua inverossímil

aventura. As tormentas monumentais me revelaram medo, tensões e desespero, mas também maravilhas ao longo daqueles mares gelados. Porém, deixarei que o leitor tire suas conclusões. O que terá acontecido ao Capitão Aros? Será que ainda está vivo?

Será que aparecerão nas areias das distantes e remotas praias, algum indício da sua história?

Eu particularmente acredito que sim, aliás tenho quase certeza que sua história ainda está longe de acabar, e digo isso, porque os rumores entre os poucos e corajosos pescadores que ainda se aventuraram nas proximidades da ilha do Urso, tiveram visões sinistras e inquietantes. Esses depoimentos dão conta de que figuras bizarras em horários determinados se movimentam sobre a montanha, e em meio ao denso nevoeiro que cerca a ilha, surge uma traineira de aparência fantasmagórica que desaparece tão rápido quanto surge, porém entre os relatos uma coisa é comum e intrigante, uma linda jovem de olhos verdes e de beleza apaixonante, caminha sobre o convés da embarcação completamente despida e se insinua aos mais incautos a aceitarem seus favores alucinantes. Aqueles que ousaram se aproximar, nunca mais foram vistos. Quanto ao Capitão Aros, um mistério se acerca sobre ele, não obstante nunca mais ter sido visto, os pescadores evitam de todas as formas pronunciar seu nome.

Quando sua traineira desapareceu entre a linha do horizonte que une os dois universos, algo inimaginável aconteceu, outra realidade se operou na atribulada existência do grande Aros. Espero e torço fervorosamente por ele, a vida e a justiça estão em débito para com esse guerreiro que só cometeu um mal, amar a moça dos olhos verdes.

Também torço que sua benevolência e seu traço de humanidade esmoreça o seu ímpeto de vingança. Espero avidamente que as vidas dos grades guerreiros que se uniram a ele nessa odisséia e foram aniquilados combatendo, tenham nosso respeito e reconhecimento.

No meu entender, Asgard fora o centro de toda desgraça que permeou a enigmática vida de Aros e sua família. A traição acompanhou seu desejo de poder, desde a época dos combates na guerra em Baltimore, e digo isso, porque o poder inebriou seus olhos, quando aderiu a prática canibalesca do maligno ingerindo partes do corpo do pai de Aros.

Mas, vamos em frente, estou a procura de noticias sobre essas revelações, ainda é muito cedo para me lançar ao mar em busca de provas, mas juro que farei isso, irei a ilha do Urso assim que puder navegar.