PAPA FIGO

“e disse: "Eu lhes asseguro que,

a não ser que vocês se convertam

e se tornem como crianças,

jamais entrarão no Reino dos céus..”

MATEUS 18:3

Recife, 1989. Bairro de Longa Vista.

O quintal não era o bastante para Raquel Soares.

Cada centímetro ali já fora exaustivamente explorado por ela. Havia seis galinhas, dois cachorros e três gatos perambulando e bagunçando tudo, mais que o suficiente para qualquer criança comum se divertir numa manhã de sábado — não para ela. Seus animais favoritos eram bem menores e mais selvagens, com antenas e muitas patas. Ela poderia encontrar alguns insetos ali também, e sabia exatamente onde, mas não como no terreno baldio da esquina. Tinha certeza disso mesmo que ainda não houvesse surgido a oportunidade de explorá-lo. Lá haveria novidades. E sabia que novas histórias surgiriam espontaneamente em sua mente assim que pudesse explorar aquele pedaço de terra abandonada.

Era assim que ela se divertia. Explorando coisas, seres e lugares, ouvindo as histórias deles em sua mente. Tinha algumas bonecas, mas achava suas histórias monótonas, domésticas e repetitivas demais.

Fazia nove meses que morava ali com sua mãe e sua avó Carminha. E as histórias que o velho quintal era capaz de lhe contar, após todo esse tempo, já não soavam tão interessantes como no primeiro dia em que ela chegou — com a avó e Dona Irene, sua mãe, após o enterro do pai. Por isso ela planejou a fuga. Aproximou-se de uma brecha na cerca do quintal onde a madeira estava apodrecendo e olhou por cima do ombro para a janela lateral da casa de alvenaria. Tinta verde desprendia-se em todos os pontos da madeira velha de uma janela aberta. Mas não tinha ninguém lá.

Ouviu o som da radiola da avó. Tocava uma canção da qual ela não conseguia entender a letra, mas a melodia a cativava. Cruzou a brecha na cerca assobiando a música que a fazia pensar nas flores copo-de-leite que havia em grandes jarros de cimento na entrada de sua casa. Usava um vestido desbotado, que um dia fora vermelho com estampas de girassóis. Levava na mão direita uma lata de leite vazia para guardar e trazer todos os insetos que ela conseguisse capturar. A lata tinha pequenos buraquinhos na tampa, que ela fizera escondida com um prego e o martelo da avó na noite passada.

Raquel ficou aliviada com o fato de ter poucas pessoas na rua de terra batida. Correu direto para o terreno baldio que ficava numa quadra oposta à da sua casa, torcendo para que ninguém conhecido aparecesse. Ao chegar, limpou o suor da testa com as costas das mãos. Ofegante, respirou fundo e começou a explorar.

As histórias que ela encontrou ali foram (como era de se esperar) sobre coisas velhas e esquecidas. Havia inúmeras garrafas de vidro quebradas; a metade de um vaso sanitário; restos de cigarro, tecidos rasgados, madeira podre e muitas ervas daninhas. Havia áreas cobertas com alto capim verde e estruturas de ferro, enferrujadas, que ela não sabia para que serviam ou tinham servido algum dia — exceto uma, que ela tinha certeza que se tratava de um velho e enferrujado tanque de caminhão-pipa. E restos de construções indicavam que um dia existira uma casa ali — Raquel podia ouvir a história dela, fragmentada, quase sem forma, assim como a casa.

Havia uma pichação negra com o nome

mateus

num dos restos de paredes que sobraram, onde ainda havia o número da casa. O número, riscado em vermelho, era 183. Havia um buraco circular pequeno — talvez uma marca de um tiro — que separava o 18 do 3, de maneira a ficar assim:

mateus 18.3

Raquel passou a mão sobre a inscrição, fechou os olhos e foi se formando em sua mente a silhueta de uma grande árvore. A medida que árvore crescia, pouco a pouco, sua imagem ia ficando mais nítida.

Cresceu tanto que Raquel sentiu uma vertigem ao contemplar sua imensidão e acabou abrindo os olhos, atordoada. Sentou-se encostada à parede e baixou a cabeça sobre os joelhos, sentindo o mundo girar à sua volta. O giro foi diminuindo até parar. Quando ela ergueu a cabeça, seus olhos foram atraídos para o que pensou ser um pequeno quadro, jogado num canto. Engatinhou até ele e descobriu que não era exatamente um quadro. Ou, se fosse, era de um péssimo artista, porque a imagem parecia bagunçada e aleatória, disposta em vários quadrados pequenos dentro de um quadrado azul. Porém, quando finalmente tocou o objeto e o segurou com as duas mãos, entendeu perfeitamente do que se tratava.

Era um quebra cabeça deslizante. As peças poderiam ser movidas de um lado para o outro até se encontrar as posições corretas onde as imagens se encaixavam. Nunca gostara de quebra-cabeças. Não via sentido em montar uma imagem que já sabia exatamente qual era, posto que já estava impressa na caixa. Mas aquele ali poderia ser qualquer coisa. Qualquer coisa branca e azul, pelo menos. Embora parecesse bem evidente que se tratava de uma flor, não fazia ideia de como ela era. Como ficaria quando todas as peças estivessem perfeitamente encaixadas. Pôs o brinquedo no bolso do vestido e continuou sua exploração.

Havia uma enorme árvore nos fundos do terreno. Raquel provavelmente não teria dado tanta atenção a ela, se não fosse a visão que acabara de ter. Era uma amendoeira, conhecida na região como pé de coração-de-nego, que parecia ter o tamanho do mundo inteiro. Havia outras plantas mais ao fundo do terreno, três mangueiras, uma goiabeira, e uma pitangueira, mas elas não tinham importância. Porque a amendoeira era a árvore da visão, a árvore da história que Raquel estava tentando ouvir naquele lugar.

Por um momento que pareceu muito mais que um momento, Raquel contemplou a árvore, abismada. Não da maneira que alguém contempla algo, normalmente, vendo-o como um todo, ignorando as pequenas partes interdependentes. Não sabia quantos anos a árvore tinha, mas, naquele momento, parecia ter a idade das eras. E ela, naquele pequeno-grande momento, ouviu sua inteira história. Não como uma linha reta, rígida, isolada e estável, e sim como um grande rio, cheio de inumeráveis afluentes vindos das terras mais variadas e distantes. Cada um contando a sua própria história, juntando-se ao Grande Rio. A árvore contava as histórias das intermináveis folhas, desde o seu nascimento verde-claro até a sua queda marrom-alaranjada. Dos galhos, pequenos e longos, crescendo em todas as direções. Do tronco que unia todos num único propósito. Das enormes raízes semelhantes a grandes serpentes fractais adentrando as profundezas da terra. Da água e dos nutrientes que vinham de lá. Da luz do sol, tímida e mágica pela manhã, forte e poderosa ao meio-dia, misteriosamente evanescente na beira da noite. Das chuvas que traziam os contos dos lagos, rios, mares, céus e lágrimas. Dos ventos, que contavam sobre toda a terra por onde deslizavam. Dos pássaros, pequenos mamíferos, répteis e insetos que ali coabitavam, por ali já tinham passado, ou ainda passariam, compartilhando e misturando um pouco de suas próprias correntes de histórias, que, por sua vez, vinham da convergência de outras tantas e tantas e tantas.

Ufa!

Não era de admirar que ela tivesse ficado tonta.

Raquel era apenas uma criança, e não saberia por em palavras quase nada disto, mas palavras, quantas fossem, não descreveriam nem metade do que ela sentiu.

Na verdade, reduziriam.

Aquele pequeno-grande momento, como qualquer outro, passou, e logo Raquel, satisfeita do que vira e ouvira, viu-se caminhando para as pitangueiras nos fundos do terreno. Encontrou apenas algumas poucas, grandes, vermelhas e suculentas, e outras mais azedas e alaranjadas.

Cuspindo os caroços das frutinhas, enquanto levava mais uma à boca, começou a caminhar pelo capim alto, para finalmente começar a caçada aos insetos. Mal pisou no capim e as primeiras criaturas do mato começaram a saltar. Cada passo que ela dava fazia pular pelo menos três gafanhotos. Ela seguia a direção do salto ou voo de um deles e tentava capturá-lo com cuidado. Havia muitas espécies, de várias formas, cores e tamanhos. Aquela variedade era um deleite para os seus olhos ávidos por novidades. Quando encontrava um que a interessava, que a chamasse atenção por seu tamanho, sua cor, ou sua estranheza, aproximava-se devagar, tentando fazer o menor barulho possível, e dava um bote com a mão bem aberta. Os gafanhotos que não tinham sorte ou agilidade para fugir, eram pegos e tinham suas patas traseiras arrancadas imediatamente. Ficavam incapazes de saltar, e, assim, ela os colocava na lata de leite. Havia também pequenas mariposas e vagalumes que voavam incomodados com a menina que resolvera atrapalhar o sono deles. Encontrou pelo menos uma grande perereca amarela de olhos escuros e algumas rãs azuladas que saltavam nas áreas encharcadas com água da chuva. Levou um susto quando viu um calango que aparentemente estava tão ávido por insetos quanto ela. O lagarto, de escamas coloridas com um degradê que ia do verde ao azul e lilás, assustado tanto quanto ela, escondeu-se rapidamente entre o capim.

Raquel não viu o tempo passar naquela tarde. Os últimos raios do sol poente a encontraram sentada sobre o velho tanque de caminhão-pipa, brincando com os melhores exemplares de gafanhotos que conseguiu encontrar: cinco verdes, pequenos e finos como agulhas, de asas azuis, dois pardos, grandes e robustos, maiores que a sua mão, com asas vermelhas como rubis e, o que julgou ser seu maior prêmio, uma esperança enormemente verde que mais parecia uma folha viva. Dava-os de comer com lâminas de capim, os fazia apostar corridas, ou brigarem entre si. De vez em quando tentava montar seu quebra-cabeça novo, sentindo-se estranhamente feliz com o achado.

A manhã estava saindo melhor que o esperado.

Estava tão absorta na diversão que não percebeu que já era quase a hora do almoço e já devia fazer algum tempo que sua avó Carminha estava à sua procura. Também não percebeu quando um homem entrou no terreno baldio e se aproximou. Vestia uma camiseta esfarrapada de cor indefinida e uma calça jeans rasgada na altura do joelho. Tinha cabelos ruivos e bagunçados embaixo de um velho chapéu de palha, e uma espessa e assanhada barba. Silencioso, o homem ficou a observando brincar com suas presas. Também não viu quando ele se afastou, pegou uma garrafa quebrada de cerveja Brahma pelo gargalo, se reaproximou sorrateiramente e ficou observando a menina lá em cima do tanque enferrujado, fumando a metade de um US.

Raquel não estava conseguindo progredir muito na montagem do quebra-cabeça deslizante. Sempre que achava que estava chegando perto de conseguir, a movimentação necessária de uma peça acabava tirando todas as outras do lugar correto. Aborrecida, ela guardou o brinquedo novamente no bolso e finalmente se tocou que estava mais que na hora voltar para casa. Reuniu toda sua captura de insetos na lata e desceu cuidadosamente uma escada de ferro enferrujado na traseira do velho tanque. Quando pôs os pés no chão para ir embora, ouviu uma voz falar calmamente:

— Olha só, que coisa linda, maltratando as criaturinhas de Deus...

Raquel soltou um grito agudo e viu o homem sair de trás de um arbusto de mamoneira. Os olhos dele pareciam vermelhos e flamejantes.

— Eu... eu... só tava brincando... — Gaguejou Raquel.

— Ah, brincando, não é? Eu sei, eu sei... Crianças...

— Mas já tô indo, minha avó...

— Não está nem ai. — Disse prosaicamente o homem, enquanto se aproximava ainda mais. — Ainda é cedo... crianças gostam de brincar até tarde, não é mesmo? Por que não brinca comigo? Vamos brincar, menininha? Garanto que não vou arrancar essas suas perninhas perebentas. — Ele se aproximava cada vez mais com o resto de garrafa de vidro na mão. — Fique caladinha, se comporte direito e eu prometo que quando a brincadeirinha acabar eu deixo você ir sem... sem ficar muito machucada. — Ele lambeu os beiços e sorriu. Mostrando os poucos dentes que tinha, três deles estavam podres, os outros, escurecidos de cigarro.

Raquel gritou e tentou correr. O homem a segurou pelo braço, apertando como se sua vida dependesse disso.

— Ah, se continuar fugindo assim... vou ser obrigado a arrancar essas suas perninhas magricelas. Ele encostou a lateral da garrafa quebrada numa coxa dela.

— Me solta, eu não fiz nada com você. — Grunhiu Raquel, à beira do choro.

— Ah, não fez? — Ele puxou Raquel segurando-a com as duas mãos. — É. Isso mesmo... Você não fez! — Falava tão próximo que o odor de cigarro e cachaça deixava Raquel com vontade de vomitar — Quando eles vieram, me diga, onde você estava? Onde você estava quando eles disseram que não ia doer e doeu como o diabo enfiando um tridente no meu rabo? Quando todos disseram que eu tava louco por causa das vozes no buraco embaixo do colchão? Quando todos zombaram de mim! Você não estava lá... Ah, não estava mesmo, sua porquinha nojenta. Não fez nada comigo, além de me abandonar... mas agora vai fazer. Vai sim fazer algo para mim...

Raquel chorava à medida que tentava desesperadamente se soltar.

— Pare de se mexer se não o vidro vai fazer um desenho lindo no seu couro! — Disse e deu tapas nos braços da menina até que ela soltasse todos os seus pertences — os gafanhotos na lata de leite e três pitangas que tinham sobrado. As pitangas, vermelhas, as melhores que ela tinha encontrado, ele recolheu do chão e mastigou ao mesmo tempo, com sementes, areia e tudo. Depois esmagou os gafanhotos que tentavam fugir e chutou a lata para longe. Sorriu alto, aparentemente muito deliciado, quando pisou na esperança que parecia uma grande folha verde.

Raquel gritou e começou a se contorcer. Ele a mandava calar a boca, mas ela não estava mais ouvindo nada. Soltou um grito e abocanhou o antebraço dele com seus dentes finos.

O homem gritou e a empurrou de encontro com a estrutura de ferro sobre a qual ela estiver. Gritando sem parar, sentindo gosto de cobre, Raquel começou a subir novamente a escadinha de ferro enferrujado do tanque. Quando estava quase alcançando o topo, o homem alcançou seu pé.

— Desse daí, sua cadela fujona! — Rosnou e a puxou brutalmente para baixo.

Ela abraçou-se a lateral direita da escada, chorando, gritando, e com uma força que nem ela mesma sabia que tinha. A viga onde ela segurava entortou e cedeu, jogando Raquel, agarrada com ela, de costas no chão.

— Puta merda, que menininha endiabrada! — Disse o homem, curvando-se para segurar Raquel novamente. — Mas essas são as melhores. — Acrescentou com um sorriso malicioso.

Mas o seu sorriso foi desmanchado por uma pancada forte que Raquel o deu com o bastão de ferro enferrujado que se soltara da escada.

O homem urrou e cuspiu um dente podre numa poça de sangue. Raquel levantou-se, mas o homem a derrubou com uma rasteira, o rosto dela caiu bem próximo onde sua esperança jazia morta numa confusão verde.

— Agora você vai me pagar, sua putinha. Vai sim, sua...

Depois disso, tudo aconteceu muito rápido, ao mesmo tempo em que parecia durar uma eternidade. Como um sonho esquisito.

Raquel foi subitamente tomada por uma raiva furiosa que nada podia fazer para impedi-la de jorrar. A árvore, que há pouco contemplara ali, surgiu em sua mente, limpando-a de todos os outros pensamentos e dúvidas, deixando apenas uma certeza.

Raquel levantou-se com a barra de ferro em mãos. E deu um passo em direção ao louco ainda desorientado com a pancada. E com um grito de dor por todas as vidas coloridas dos gafanhotos mortos, enfiou a ponta da barra de ferro enferrujada no olho do homem que a atacara.

O sangue jorrou vermelho junto com um grito gutural de dor que jamais deixou de ecoar nos recônditos da memória de Raquel.

Ela correu sem olhar para trás. Tropeçou duas vezes, mas por fim alcançou a rua, com os joelhos ralados. Caminhou por alguns metros até que encontrou Dona Firmina, uma vizinha e amiga de longa data da sua avó.

— Pronde tu vai, menina? — Disse ela que passava por ali, voltando para casa despreocupada, com uma sacola de pano florida cheia roupas lavadas e com um vestido igualmente florido cobrindo seu corpo volumoso.

Raquel a abraçou, chorando ainda mais. Pensou em contar o que tinha acontecido, mas achou que ficaria ainda mais encrencada se o fizesse.

— Eu quero ir para casa... — Disse ela, entre os soluços — me leva para casa...

Dona Carminha as encontrou no caminho. Raquel ainda não conseguia abrir os olhos por muito tempo e chorava e soluçava sem parar.

— Mas ora me veja, onde é que essa menina tava, cumade? — Perguntou dona Carminha, enquanto Raquel se jogava nos braços dela.

— E eu sei? Eu tava indo para a casa do seu Piloto e achei a bichinha chorando, tadinha, deve ter se perdido.

— Ave Maria! — Ela colocou a mão sobre a cabeça da neta, que a abraçava forte e chorava com a cabeça enterrada em sua barriga.

— Mas é assim mesmo, cumade — Disse a vizinha, já caminhando — essas criança de hoje em dia é tudo assim. Cada vez mais afoita.

— E num é — Dona Carminha olhou firme para Raquel — vou contar tudo para sua mãe quando ela chegar.

***

Raquel chorou durante uma hora em seu quarto, principalmente por causa dos gafanhotos mortos, até que se lembrou do quebra-cabeça. Nem tudo eram perdas, afinal. Segurou o novo brinquedo nas mãos e uma onda tranquilidade a invadiu como nunca havia sentido antes. Fechou os olhos e sentiu um tênue aroma de flores. Tudo ficaria bem no final.

Sua mãe chegou no fim do dia e Dona Carminha, como prometera, contou toda a peripécia da neta. No tribunal maternal, a sentença vinha antes do julgamento. Raquel apanhou de sandálias havaianas e ouviu bronca por cima de bronca, avisos por cima de avisos, de como era perigoso uma criança — e principalmente uma menina — sair de casa sozinha daquele jeito.

— Tu não tem medo do papa-figo, não menina? — Perguntou a mãe, respirando fundo.

Raquel, que acreditava ter enfrentado e escapado de algo pior que um papa-figo, enxugou as lágrimas e disse orgulhosa:

— Eu não!

E apanhou ainda mais para deixar de ser respondona.

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Davyson F Santos
Enviado por Davyson F Santos em 10/10/2021
Reeditado em 17/10/2021
Código do texto: T7360581
Classificação de conteúdo: seguro
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