O CANTO DO SABIÁ, E A MINHA DOCE INFÂNCIA

Vivi a minha infância na roça, por isso lembro-me que ao entardecer e também no amanhecer, sempre ouvia o canto alegre e triste do sabiá no meio de tantos outros cantos da bicharada. Não entendia o motivo daquele canto, aliás, até hoje, não entendo, mas gostava daquela melodia, que por alguma razão fazia bem aos meus ouvidos.

Dessa forma, iniciava e terminava o meu dia, isto é, com o canto encantador daquele pássaro. Então, eu brincava quase o dia inteiro e uma vez por outra, durante as brincadeiras escutava o canto entrecortado e solitário do sabiá que tinha um ninho lá no alto da mangueira plantada em nosso terreiro.

Ainda durante a minha tenra idade mudamos para a cidade grande, assim sendo, nesse novo lar, a vida era cheia de muitas novidades para crianças de minha idade. Por isso, sem perceber, não lembrei mais daquele canto que alegrava minhas tardes e manhãs, pois tinha muitas descobertas bem mais interessantes para participar do que ouvir um canto bobo de um pássaro qualquer.

Após, mais algum tempo, aquilo que era novo, incrível e emocionante na cidade, simplesmente virou rotina. Dessa maneira, toda aquela vida típica de cidade grande, recheada de muitas inovações perdeu o encanto e o entusiasmo, principalmente porque naquela fase eu estava mais interessado, além do mais de olhos vidrados nos brinquedos dos adultos.

Sendo assim, essas diversões dos adultos eram coisas sérias e concretas, por isso, naquela altura da vida, eu já imaginava e também sonhava desfrutando de tudo aquilo, mas, antes disso, era preciso trabalhar duro, além do mais, com muita disciplina para ter acesso à vida incrível e interessante que os grandalhões desfrutavam.

E assim fiz, ou seja, abandonei aquela vidinha medíocre de criança mimada para entrar de vez na maioridade, ainda sendo uma criança muito nova. É claro que no início foi muito legal, pelo fato de me sentir um adulto ainda sendo uma criança, além do mais, todos me elogiava por se destacar no meio dos outros garotos da mesma idade que ainda usava fraudas. Enquanto eu, simplesmente estava uns 10 a 20 anos bem à frente da minha própria idade.

Apesar do início mágico dessa nova vida, os problemas logo apareceram, porque, inicialmente as minhas trapalhadas e os desejos malucos que eram engraçados e divertidos para aqueles adultos, se transformara em algo muito mais sério agora. Dessa maneira, começaram a me podar, ou melhor, me cortar de fazer aquilo que os adultos faziam a bel-prazer. Além disso, usavam questionamentos do tipo: oh! Você, ainda é muito criança. Nessa fase precisa mesmo, é de brincar. Além do mais, determinavam enfaticamente que, tais coisas, ou melhor, que isto, ou aquilo eram específicos de adultos, e ainda, se justificavam que após algumas décadas mais, eu poderia fazer tudo aquilo que eles estavam fazendo.

É óbvio que essas coisas todas me entristeceu bastante, mas, não estava disposto a deixar barato, pois, não iria arrendar o pé nem um milímetro sequer, daquilo que provei e depois gostei muito.

Nesse intervalo de tempo enquanto eu tentava arrumar um jeito de permanecer naquele mundo divertido dos adultos, voltei para passear naquela fazenda onde eu nascera.

Ao chegar lá, a primeira coisa que ouvi, foi aquela melodia mais sagrada que os meus ouvidos já ouvira. Fiquei emocionado e encantado com aquilo, senti que já ouvira aquele canto típico antes. Não era um delírio, pois o canto do sabiá estava lá intacto, como antes, aliás, estava ainda mais bonito e gostoso de ouvir. Então, aquelas recentes memórias daquele tempo de infância que ainda estava em curso, simplesmente voltaram. Além disso, como que num passe de mágica, voltei a ser criança novamente, além do mais, vivendo todas as delícias incríveis daquela respectiva idade angelical.

FrasesFeitas $ FilosofiaPopular 04/10/21

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Autor PaginaUnica

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Enviado por LivroDeUnicaPagina em 05/10/2021
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