PESADELO

Atravessou a rua fazendo zigue-zague entre os carros, cujos motoristas xingavam nomes feios, outros buzinavam. Não dava atenção, tinha pressa em fugir. Coração acelerado, suava. Tentava gritar, mas por quem? Rogar a Deus e a todos os santos? Era ateu. Corria, tropeçava, levantava, não tinha tempo a perder.

Ouvia o barulho dos algozes que aproximavam. O pavor aumentava, e num instante lembrou quando corria para não levar uma surra dos pais. As suas pernas doíam, fora alcançado, encurralado. Eram quatro, e estavam ferozes. Sacaram os revólveres e atiraram. Quando a bala atingiu o seu corpo, deu um grito. Ficou aliviado. Era apenas um pesadelo.

Geovane Morais
Enviado por Geovane Morais em 01/08/2021
Código do texto: T7311811
Classificação de conteúdo: seguro