OCRE 4 IND 16 ANOS

2

Três anos de alegrias e momentos em família, Selma vive tão feliz que quase esquece de tudo que passara.

Ao fechar a contabilidade da venda diária, ele abaixa a porta mais não a tranca, esta é aberta repentinamente.

- Estamos fechado.

- Mais agora, não.

- Como assim?

- Queremos beber e muito.

- Por favor, senhores o comércio esta fechado.

Logo Josias se vê frente a pistola de um deles, o homem vai até o freezer e traz a mesa uma cerveja.

- Pensando bem, acho melhor não bebermos.

- Como?

- Passe toda a grana velho, agora.

- Não, por favor.

Josias recebe um empurrão por um deles e cai, Selma surge ali fazendo Josias desesperar-se.

- Josias.

- Vai para casa, agora.

- Amor.

Os homens se assustam e o da pistola atira em direção da Selma, no segundo tiro Josias entra na frente.

Selma grita ali, os caras correm, a policia é acionada, o resgaste também, Josias é levado e entra na CTI após uma cirurgia, horas depois ele sofre uma forte hemorragia vindo a óbito.

Com pouca gente, o enterro acontece e Selma fica por meses no assumo do bar até certo dia.

- Janice.

- Sim, eu sou a ex do Josias, com certeza ele deve ter falado de mim.

- Sim.

- Olhe, eu não quero apressa-la mais você sabe que meus filhos tem direito aqui e em qualquer outro bem do Josias?

- Me dê duas semanas por favor. Selma sai da casa e entrega as chaves para Janice, em poucos dias o bar é vendido e Selma sai com certa quantia, muito inferior a que Janice e os filhos receberam.

Selma aluga um quarto num cortiço e inicia a produção de salgados e costura, reformas de roupas.

Janice não procura por Selma, após semanas, Selma sente enjôos e após exames descobre estar grávida.

Nasce um menino, filho de Josias, mais 3 semanas após o nascimento, a criança morre de falta de ar.

Selma fica transtornada com a morte de Felipe, anos depois, Priscila já na terceira série do primário, Selma ficara todo esse tempo mexida com a morte do filho, Felipe fora uma espécie de luz para seu futuro.

Selma já tem clientes fixos, frequentes, em seus salgados e nas costuras, indo muito bem.

Priscila chega da escola, Selma terminara um vestido e um colete para entregar a uma freguesa que sempre lhe deixa serviços.

- Filha, deixei lanche no forno e tem refri na geladeira.

- Quer que eu vá junto?

- Não precisa, aqui pertinho.

- Tá.

Assim que Selma sai, Priscila vai ao banheiro toma um banho e segue para o quarto saindo em short e blusinha de alça, ouve uma batida a porta.

- Oi, você é freguês da mãe?

- Olá, me desculpe você é a Priscila?

- Sim, o sr é?

- Sua mãe esta?

- Ela saiu, volta logo.

- Vou esperar aqui fora, posso?

- Tudo bem.

- Você me daria um pouco de água?

- Sim.

Priscila entra e logo retorna com o copo e garrafa.

- Obrigado.

- Quer mais?

- Sim, só um pouco.

- Como se chama?

Selma retorna e ao ver a cena, desacredita.

- Cícero, você aqui, por que veio, o que houve?

- Olá Selma.

Minutos depois ali na sala o homem um tanto sem graça olha para a mãe e filha.

- Você deve ter se assustado ao me ver, aqui, assim.

- Realmente, eu imaginava que jamais iríamos nos reecontrar.

- Sua filha ficou linda.

- Obrigada.

- Sabe, muita coisa aconteceu depois da sua saída.

- O que houve?

- A Elisabeth aquela que eu trouxe para morar comigo, me deixou meses depois da sua mudança, soube que há dois meses atrás ela falecera.

- Nossa, que horror, de que?

- Problemas com câncer no ventre.

- Meu Deus.

- Eu sai daquela fazenda e fui trabalhar em outra.

- Acho que nossas vidas foram sacudidas.

- Mais você esta bem, olhe tem uma casa.

- Quem te disse que ela é minha?

- Eu soube pelo Giovana.

- Olha, eu nunca mais soube dela, esta bem?

- Cheia de problemas, o marido a largou, os filhos ficaram com ela e se tornaram imprestáveis, o Humberto, bem......

- O que houve com ele?

- Esta internado, se salvar vai ficar por um tempo, um bom tempo atrás das grades.

- Por que?

- Ele andou em maus caminhos, entrou numa quadrilha de roubos de mansões e a pouco tempo tentaram roubar um carro forte.

- Sério, ele se tornou esse tipo de pessoa?

- A Giovana me perguntou sobre sua filha e........

- O que disse a ela?

- Aquilo que achei ser o melhor.

- E.........

- Que não sabia quem era o pai.

- Fez bem, obrigado.

- Fiz o minimo que poderia, afinal você foi muito generosa e eu, fui um traste, um monstro.

O estômago de Cícero dá sinal de fome e Selma o convida para almoçar junto dela.

- Obrigado. O almoço segue normal, por algumas vezes ele olha para as duas ali e sente um certo arrependimento lhe corroer a alma.

Minutos depois já no portão ele se despede.

- Então tchau e muito obrigado pela deliciosa refeição.

- Tchau Cícero.

- Olhe, fique com meu endereço, estou aqui na cidade.

- E o seu trabalho na fazenda?

- Consegui me aposentar, faz uns 6 meses, decidi que o melhor era vir para a cidade afinal não tenho terrar né. Risos.

- Muito bom, bom para você.

- Você também logo conseguirá a sua aposentadoria.

- Espero que sim, em breve.

O homem sai pela rua, Selma guarda o endereço dele no bolso, dentro de casa, ela ajuda a filha secando a louça que a menina lavara.

- Mãe.

- Sim.

- Quem é este homem?

- Você não se lembra não querida, ele foi meu esposo ha muitos tempo atrás.

- Então, ele é o..............

- Não, querida, ele não é seu pai, se fosse eu teria te dito, mais ja que me perguntou ele trouxe noticias de seu pai, você quer saber?

- Sim.

Selma conta tudo a garota que Cícero lhe dissera.

- E então?

- Bem, não imaginava que meu pai fosse um ser tão ruim, assim.

- Não filha, quando eu o conheci ele era tudo menos isso, na realidade a errada fui eu, era casada e tinha um marido, ele era muito jovem e.......

- Mais ele não te cuidou, deixou que esse homem ai te mandasse embora, a senhora passou por tantos e ainda quer defende-lo mãe?

- Ficou tudo no passado querida, não falemos mais disso, por favor, agora preciso saber, quer que eu tente fazer com que veja seu pai, o conheça e fale com ele?

- Não sei, um lado meu diz que sim, ja outro diz que não.

- Pois pense querida, só não se esqueça, bem ou mal ele é seu pai.

- Eu quero, sim, eu quero ver o meu pai.

- Vamos fazer o seguinte, vou ligar para uma freguesa antiga minha, o filh dela é policial, quem sabe ele não consiga para a gente uma visita.

- Por favor mãe, obrigado.

- Vamos ver, tomara que dê certo.

100621......

ricofog e IONE AZ
Enviado por ricofog em 12/06/2021
Reeditado em 12/06/2021
Código do texto: T7277106
Classificação de conteúdo: seguro