OCRE 1 IND 16 ANOS
MAIS UMA OBRA PARA TODOS, ESTE TEXTO DESTINA-SE A FAIXA DE 16 ANOS ACIMA, PERSONAGENS E FATOS, LUGARES NADA TEM HAVER COM A REALIDADE, SENDO ASSIM ESTE UM TEXTO FICTICIO.
NOSSO MUITO OBRIGADO A TODOS QUE NOS PRESTIGIAM E NOS ENOBRECEM COM SUAS LEITURAS.
DE PAULO FOG E IONE AZ
OCRE
Selma se entrega ali ao homem que conhecera há dois meses por intermédio de Cícero, seu marido, nos arrombos do prazer ela grita de satisfação por ter este em seu interior.
Terminado o coito, o homem arruma sua roupa ao corpo e sai sem dar ao menos um beijo de agradecimento a mulher que lhe serviu aos desejos da carne, Selma fica ali deitada naquela cama com lençol sujo, o quarto mantém o odor do que fora feito ali, logo os latidos da fera, um cachorro magro e que já fora picado por cobras por duas vezes e curados por Nosso Senhor Jesus Cristo e Cícero que aprendera algumas rezas e beberagens indígenas.
Selma pula da cama já retirando o lençol e chuta a calcinha manchada para baixo daquela cama feita em bambús.
- O que houve mulher, ainda na cama, essas horas, passou mau?
- Tive uma dor de cabeça já passou, vou preparar o almoço, acenda o fogo marido para mim.
- Tá certo, mais e você esta bem mesmo?
- Sim, fique tranquilo não há o que se preocupar.
Aceso o fogo, ela corta cebola, alho, unta o tacho em gordura suína e frita os temperos, joga o arroz colhido ali na terra e logo o casebre é tomado por delicioso cheiro de comida fresca.
Pouco tempo na mesa feita de jacarandá, arroz, feijão, ovo frito, abobrinha batida e linguiça caseira.
- Muito bom, oh mulher de mãos abençoadas.
- Agradecida.
- O que vai fazer agora á tarde?
- Enquanto você dorme, vou no riacho lavar as roupas.
- Quer que eu vá junto?
- Não carece não.
Cícero bebe o terceiro copo de suco de cajamanga, momentos depois adormece ali na rede debaixo da goiabeira.
Ali no riacho, Selma lava as roupas num tanque de pedras que Cícero lhe fizera com cobertura de palha de coqueiros, ela busca a água no riacho a meio metro e lava ali, quase uma hora e meia ela retorna com uma bacia e um balde grande para estender nos varais próximo a casa.
- Boa tarde Selma.
- Boa tarde cumadre. Giovana chega ali em roupas novas junto de seu filho Humberto, o mesmo que ficara a poucas horas com Selma no quarto lhe dando e recebendo prazer.
- Trouxe a quinzena.
- Obrigado cumadre.
- Achei que meu garoto estivesse vindo aqui.
- Por quê?
- Sei lá, ele anda desatento ultimamente, acho que viria para que Cícero o benzesse.
- Não seja por isso, já que o rapaz esta aqui, vou chama-lo.
- Não precisa, eu já ouvi. Cícero sai a porta sem camisa, de calça e chinelo.
- Venha cá Humberto, vou lhe benzer, Selma traz um ramo aqui.
- Sim, meu marido.
Cícero benze Humberto que por vez olha para a mulher do benzedeiro pelos cantos.
- Pronto, o garoto já tá pronto para a vida.
- Obrigado seu Cícero.
- Nada, só ande com cautela e não faça aos outros o que não quer que lhe façam.
- Sim sr. Giovana se aproxima deles.
- E então compadre, quanto foi o trabalho feito?
- Nada comadre, sabe que não cobro pelos meus benzimentos, são ordens de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO e eu as obedeço sempre.
- Obrigado então.
- Até mais comadre.
- Até. Mãe e filho saem se despedindo do casal, Selma entra na casa e inicia a varrição ali.
- Você gostou?
- O quê, Cícero?
- De ter me posto corno naquele quarto com o filho de nossos compadres?
- Cícero.
- Gostou ou não?
Selma larga a vassoura e tenta sair dali quando é pega pelos cabellos e levada para o quarto, aos gritos a mulher recebe tapas e Cícero retira um cinto de couro curtido que ele lança duas vezes nela.
Caída, Selma faz uma prece enquanto seu corpo todo surrado se enferma e a mulher é tomada por uma forte febre que dura quase toda á noite.
Ao inicio da manhã ela ali sendo cuidada com ervas e rezas por Cícero, acorda de um sono turbulento e cansativo.
020621….