O Caso dos Três Degraus
Existe algo mais importante que a lógica: a Imaginação. Se a idéia é boa, jogue a lógica pela janela.*
(Alfred Hitchcock)
Rodolfo lavou o rosto na pia do banheiro em seguida retornou à sala onde se encontrava seu amigo e detetive Marconi:
- Você está bem cara? Eu posso lhe mostra amanhã se quiser.
- Não... Eu quero ver agora, eu só fui ao banheiro porque está calor, fui lavar o rosto.
- Tudo bem camarada, mas me prometa uma coisa...
- Sim... O quê?
- Você não vai cometer nem uma loucura, certo?
- Bem... Isso depende.
- Depende de quê?
- Do que você me mostrar!
Marconi coçou a cabeça e ao mesmo tempo torceu o rosto fazendo uma cara engraçada. Com a outra mão ele entregou um envelope pardo para Rodolfo, que o pegou com as duas mãos, parecia que pegava algo pesado. Rodolfo pôs o envelope sobre a mesinha de vidro, ele encarava aquele envelope como se encarrasse seu maior inimigo, ele se levantou com um pouco de dificuldade, mas Marconi não quis comentar esse fato, ele apenas observou. Rodolfo caminhou ate a estante e pegou um envelope cinza, ele girou nos calcanhares e sorriu jogando o envelope no coloco do detetive – ai está- disse ele voltando para seu lugar, voltando a encarar o envelope. Depois de criar coragem Rodolfo pegou o envelope e o abriu retirando de dentro fotos de sua esposa, foto dela com outro homem, eles pareciam estão felizes, eles sorriam como dois casais apaixonados. Rodolfo amassou as fotos como torcesse o pescoço de ambos:
- vagabunda desgraçada... Os olhos dela... isso é paixão, ela nunca me olhou assim, nem quando eu a pedi em casamento!
- Calma meu amigo!
- Como você me pede para ter calma? Se eu estou vendo minha mulher me traindo!
- Agora que você precisa ter calma, ou vai acabar fazendo uma loucura.
- Vou mesmo!! Você sabe quem é esse cara?!
- Ele trabalha no financeiro de uma empresa de transporte, não é casado, mora em um pequeno apartamento na rua machado; o número do quarto é 30.
- Eles se encontram sempre?
- Só na hora do almoço que eles vão para o restaurante que fica bem longe do centro, dali eles vão sempre para o mesmo...
- Eu sei cara não precisa ficar economizando palavras! Motel, eles vão para o motel, depois a vagabunda volta pra se deitar comigo!
- É... As roupas que ele esta usando foram comprado na loja mais cara da cidade, e foi pago com seu cartão... tive que mexer uns pauzinhos para descobrir isso.
- Filha da puta...
- Se você quer dar um fim nela, eu tenho a solução meu amigo.
Marconi sacou um revólver 38 de cor escura, cano curto, 8 balas. A numeração estava raspada ‘’ será que ele já usou esse revolve antes? ‘’ Rodolfo se perguntou. Marcone apontou a arma na direção de Rodolfo que tremeu feito vara verde.
- Aqui está meu camarada! Atire no peito quantas vezes quiser.
- Mais... Eu nunca atirei antes, e se eu errar?
- Bom, se você errar tente até acertar. São 8 balas.
- Estou falando sério cara, isso não é brincadeira.
- Como eu falei, dê o primeiro tiro e depois do primeiro os outros saem fácil.
- Tu... Tudo bem.
- Assim que você fazer a serviço eu venho e faço a limpeza, eu tenho outro serviço agora, mas não se esqueça de me ligar.
Assim que Marconi foi embora Rodolfo começou a pensar, o que ele estava preste a fazer era algo que ia mudar sua vida por completo. Ele pegou a garrafa de uísque e a virou na boca, deixando escorrer algumas gotas que mancharam sua camisa social branca “eu vou fazer’’ ele disse a si mesmo sentando-se no sofá e pondo a arma embaixo da camisa. Meia hora depois Landir chegou em casa; a moça tinha um sorriso bobo, ela estava de cabelo solto. Landir encarou Rodolfo que estava com uma afeição apática:
- Você está bem Rodolfo?
- Sim, porque não estaria?
- Não sei, você está com uma feição estranha! Parece que se aborreceu com algo... Sei lá.
- Impressão sua querida, eu estou ótimo, estou vendo que você teve um dia bom; esse sorriso no teu rosto diz tudo.
- Meu dia foi ótimo, a empresa está prosperando, e espero que você volte logo. Você já recebeu os exames?
- Não, estou pensando em buscá-lo amanhã e vou aproveitar e passar no advogado, vamos conversar sobre o testamento.
- Lá vem você com esse papo de morte, amor aproveite mais a vida ,vamos viajar, vamos almoçar fora. Você precisa sair mais.
- Nunca se sabe quando a morte vem, às vezes ela vem como um ladrão.
Landir sorriu beijando a testa de Rodolfo ‘’ o beijo do traidor’’ pensou Rodolfo, ela caminhou em direção ao quarto. Rodolfo respirou fundo, pegou o envelope que continha as fotos e caminhou em direção ao quarto. O confronto era inevitável e a morte também. Ela estava enrolada na toalha pronta para tomar banho, ele entregou o envelope na mão dela, e assim que Landir o abriu seu mundo caiu, ela caiu sentada, tremula não conseguia tirar os olhos das fotos
- Meu Deus, Rodolfo eu...
- Cala boca, enquanto eu estava aqui em casa me recuperando de um ataque cardíaco você estava com outro, como você pode fazer isso comigo?
Landir se vestiu rápida enquanto Rodolfo a encarava:
- Eu o conheci no restaurante no centro, onde eu sempre almoçava sozinha porque você nunca tinha tempo pra mim!
- Não tinha tempo pra você? É sério que você vai vim com esse discurso barato! Viajamos pra fora do país... rodamos a porra do Brasil juntos! Eu te amava e você faz isso comigo!
- Eu estava me sentindo sozinha, foi isso que aconteceu. Ele quis me pagar um drinque, fomos conversando uma conversa leva outra.
- Você não presta, não vale nada, você nunca me disse que nosso relacionamento estava abalado o algo parecido, aí resolveu me trair.
- Eu estou confusa eu devia ter dito que não te amava mais, mas você está doente... seu coração... eu só foquei porque você esta doente.
- Foi isso? Você não quis me falar a verdade, então resolveu me trair!? Nossa como você é humilde!
- Eu vou embora não é isso que você quer?
- Não, eu quero mais que isso, eu quero que você parta desse mundo também!
- Como assim? Eu não estou entendendo.
Rodolfo sacou a arma. Landir deu uns passos para traz. A moça tremia muito enquanto o rapaz tinha a respiração ofegante.
- Por favor, Rodolfo não faça isso, eu vou embora da sua vida, nuca mais você vai ouvir falar de mim, eu prometo mais não cometa uma loucura dessas!
- Tarde demais Lan... Adeus!
Rodolfo descarregou toda munição sobre o peito de Landir que caiu morta sabre o criado mudo.
– meu Deus o que foi que eu fiz!? -Rodolfo se perguntou. Uma parte de si estava aliviado e outra parte estava sofrendo. Em seguida o rapaz ligou pra Marconi:
- Eu fiz, eu fiz.
- Quantas vezes?
- Descarreguei tudo! Eu estava nervoso, vem me ajudar cara, por favor.
- Tudo bem não toque em nada até eu chegar ai, está me ouvindo? Não toque em nada.
- Tudo bem, eu vou esperar você.
- Beba algo ou você vai pirar.
Rodolfo voltou para sala, ele estava nervoso. Todo seu corpo tremia, ele pegou a garrafa de uísque e virou na boca, ele nem conseguia olhar em direção ao quarto, pois estava morrendo de medo. Alguém estava batendo na porta, seria Marconi? Tão rápido. Rodolfo hesitou em atender, mais acabou voltando atrás, ele andou em direção à porta e a abriu mais não havia ninguém. O rapaz respirou fundo, ele olhou para os dois lados do corredor vazio, e em seguida retornou para dentro de casa “tudo isso faz parte do nervosismo”, ele tentava encorajar a sim mesmo e de repente algo bateu com força na janela da sala. Rodolfo se assustou! Ele encarou a janela, havia algo realmente batendo nela. Rodolfo andou até a janela e a abriu, um morcego entrou voando em sua direção. Rodolfo tentava se defender usando as mãos sem perceber ele tropeçou no tapete e caiu de costa. Ao se levantar alguém tocou em seu ombro quando ele se virou deu de cara com Landir. O rapaz ficou pálido todo seu corpo tremeu seus olhos se arregalam faltaram palavras em sua boca, a moça estava banhada de sangue:
- Por que você não me deixou partir Rodolfo? Tenha cuidado com os assassinos na floresta, eles vão enforcar você Rodolfo!
- Eu... Eu não queria, mas eu perdi a cabeça, você está viva? Venha vou te levar ao hospital tudo vai ficar bem.
- Não, nada vai ficar bem, pois você me matou não tem como você se livrar de mim, vou estar com você até na hora da sua morte.
Rodolfo recuou alguns passos para traz, havia medo nos seus olhos, ele não acreditava no que via. Uma onda de arrependimento lhe veio à mente. Landir caminhava em sua direção. Rodolfo pôs a mão no lado esquerdo do peito, pois sentia uma dor. Landir começou a gargalhar bem alto. Rodolfo deu um suspiro e caiu morto no chão. Landir caminhou até o corpo do rapaz, em seguida ela pois a mão sobre o lado esquerdo do peito de Rodolfo. Seu coração não batia mais. Batidas na porta chamaram a atenção da moça, ela se levantou e foi atender, quando ela abriu a porta deu de cara com Marconi, ele a beijou sujando assim sua roupa de sangue, ele viu o corpo de Rodolfo no chão e sorriu.
- Otário nem desconfiou que as fotos eram montagem, ele acreditou em cada palavra que eu disse, achei que ia ser difícil mais pelo jeito foi muito fácil.
- Você precisava ver olhos dele enquanto ele atirava em mim, era olhos de satisfação
( ela sorriu)
- Tudo perfeito Landir, agora é só seguir com o plano, jogue essa roupa que está vestindo fora me dê a arma, em seguida ligue para emergência.
- Calma ai meu amor, acabamos de ficar ricos, vamos comemorar um pouco.
- Depois fazemos isso, vamos seguir o plano.
A boca de Marconi foi calada com um beijo de Landir, que em seguida pegou a garrafa de uísque e entregou a Marconi. O rapaz virou a garrafa na boca algumas gotas de uísque escoriam pelo seu queixo enquanto Landir gritava – estamos ricos meu amor! Ela beijava a boca de Marconi que virava mais uma dose de uísque na boca:
- Como você fez pra Rodolfo em farta tão rápido? O foi apenas o susto?
- Não, eu coloquei um alucinógeno no uísque dele, exclusive é esse mesmo uísque que você está bebendo.
- Sua megera desgraçada! como você pode fazer isso comigo? Tínhamos um acordo.
- Acordo cancelado meu amor.
Marconi soltou a garrafa e, pôs a mão dentro da jaqueta na intenção de sacar sua arma mais o que ele puxou foi uma serpente, ele a jogou no chão com medo, o mesmo morcego que voou em direção a Rodolfo voava em direção a Marconi ele levou as mãos pra se defender – calma meu amor e apenas um pombo, você um homem desse tamanho com medo de um pombo? – ela ria feito uma louca, Marconi se jogou ao chão, pois achava que seu corpo estava coberto de aranhas caranguejeira. Landir pegou o telefone e ligou pra emergência – socorro!! Tem um louco dentro da minha casa ele matou meu marido e... – a telefonista escutou um disparo. Landir acabara de levar um tiro na cabeça. Mesmo vendo uma serpente no lugar da arma, Marconi criou coragem suficiente para dispara um tiro certeiro na testa de Landir. O rapaz ainda continuou com as alucinações ele viu o chão se abrir e ficou com medo, achando que não tinha mais opção ele saltou pela janela que estava aberta, caindo sobre a viatura da polícia que estava
fazendo ronda pelo local.