O Homem e o Urso

Lorran andava por esse mundo como um nômade, mais como um errante. Erguia tendas improvisadas, e passava no máximo uma semana em cada tenda e ainda não tinha morrido, pois era um excelente caçador.

Aconteceu que um dia, ele achou um vilarejo, lá morava um número razoável de pessoas. O objetivo era apenas ficar poucos dias, mas se encantou pelo povoado, ganhou um grau de importância muito grande, já que era o único caçador, ele era tratado como um salvador, visto que só viviam de agricultura. O Apelidaram de Ninrode, e popularizaram um ditado “Valente como Ninrode”.

 Em um dia rotineiro de caça, Lorran estava se sentindo mal, sua visão se encontrava turva e trêmula, logo se sentou em uma rocha e ficou olhando para as águas do rio. De repente ele escutou um barulho grave e amedrontador, ao olhar para trás se deparou com um grande urso marrom, o animal mostrou sua imponência, e claro, Lorran revidou mostrando sua dominância. O caçador empunhou sua lança e foi atacar o urso, mas o animal era forte e ágil, logo derrubou a arma, e deu uma patada no rosto de Lorran. O urso ficou em cima do valente caçador, suas patadas cortavam a pele e o sangue jorrava, até que em um momento, Lorran pegou suas facas e golpeou o animal, os cortes eram profundos, e rapidamente o urso ficou fraco e caiu morto no chão. Como forma de conquista, Lorran com a faca degolou o animal, a empunhou e disse “O homem sempre ganha da natureza!”.

 Lorran decidiu voltar ao vilarejo, em sua mente já conseguia ouvir os gritos e aplausos ,“Valente como Ninrode!”, mas seu corpo estava repleto de arranhões profundos, e o sangue derramava na trilha, até que chegou um momento em que não aguentou mais andar e caiu no chão, ele não queria parar, então começou a rastejar, mas nada adiantou, seu corpo tinha perdido muito sangue, e olhando fixamente para a cabeça do urso, ele faleceu.

O corpo de Lorran foi achado três dias depois, e fizeram um funeral digno, tão memorável que decidiram chamar o vilarejo de “Lorran”.

Produção/Organização: 30/10/2020 - 31/10/2020
Escrita: 18/12/2020 - 19/12/2020
Reescrita: 10/01/2021, 28/02/2021
Publicação: 27/03/2021