A MISTERIOSA VILA 47 - A IDENTIDADE

Aros chega ao interior da cripta acompanhado do grande cão negro. O cenário que mais temia se materializa a sua frente. Asgard tem em seus braços a linda e meiga Natasa inerte e mortalmente ferida. Aros ordena que Asgard a leve aos seus aposentos, e que o espere em companhia de Isabelle. O guardião permanece de cabeça baixa no canto do salão, Aros empunha seu poderoso sabre e desfere um golpe letal decapitando o guardião, em seguida se aproxima do altar onde Baldor agoniza. Aros apoia sua cabeça sobre seu braço e pergunta:

- Rapaz quem é você o que procura aqui?

Baldor num esforço sobre-humano, abre os olhos e fita diretamente nos de Aros e diz:

- Sou Baldor filho de Agnes, minha bisavó se chamava Ada, seu irmão mais velho, meu tio bisavô Aros saiu em busca do seu pai que fora a guerra em Baltimore e ambos nunca voltaram.é Baldor respira fundo e continua.

- Minha mãe contou toda a história então resolvi resgatar as minhas raízes, vim parar aqui quando soube de um certo Aros, morador dessa fortaleza, tinha a mesma história contada pela minha mãe. Um ancião cocheiro lá da vila me confirmou alguns detalhes, porém quis me dissuadir da idéia de vir aqui, mas nada poderia me deter. Baldor, entre os espasmos da tosse pergunta.

- Quem é o senhor? Vi na entrada do túmulo um epitáfio com o nome de Aros. – Respirando com dificuldade, seus olhos continuam vidrados nos de Aros.

Lágrimas escorrem sobre a face de Aros. O rosto do rapaz era extremamente familiar, suas feições eram exatas cópias da sua irmã a qual deixara há muito. Aros não contêm o soluço, ali em seus braços moribundo, estava seu passado, seu neto, seu descendente direto, carne da sua carne, sangue do seu sangue. Nada poderia fazer para salvá-lo, a maldade da filha do maligno havia se antecipado a ele, dando o mesmo destino a sua irmã. Natasa tinha muito de Isabelle, Thana tinha tudo do maligno. Mais uma tragédia se abatia após alguns anos de trégua. Então ele o envolve em um abraço e carinhosamente encosta sua cabeça em seu peito, estraçalhado pela dor e pela lembrança.

- Sim, sou eu Aros seu avô.

Baldor abre um sorriso de felicidade e retribui o abraço fraternal de quem tanto ouviu falar, ali estava o homem, o mito, a biografia em pessoa, era seu avô, o sangue daquele homem corria em suas veias. Embora sua jovialidade e vitalidade fossem proeminentes, sua força esvaia-se rapidamente. Baldor percebia que era o fim. Seus olhos semicerrados agora se fecham e ele descansa. Aros o ergue em seus braços e o carrega para dentro da grande fortaleza, depositando seu corpo sobre a pedra. O corpo de Natasa, está sobre a cama encoberto por um lençol lilás, ao seu lado Isabelle soluça baixinho na cabeceira do mortuário.

Aros sente que a tempestade do mal se avizinha, o som da maldade ecoa como trovões revoltados dentro da sua mente, a fúria, e o ódio que outrora se apoderou do seu coração, agora era libertada. Asgard, impávido ouve as ordens de Aros.

- Quero que prenda todos as criaturas na masmorra imediatamente, após isso levaremos os corpos de Baldor e Natasa para o gaivota, partiremos antes do amanhecer. Asgard ouve o seu mestre e acena com um sim. Aros completa.

- Asgard, sua última missão antes de partirmos, será abrasar toda a fortaleza e suas criaturas. – Asgard pergunta.

- Qual o nosso destino mestre? Aros responde.

- Ilha do Urso.