Eu Morri
Era um dia de céu aberto. Pássaros cantarolavam por entre as árvores, o vento frio assobiava, enquanto meu corpo todo arrepiava.
Eu estava perdido, como um filho que perdeu a sua mãe, procurava a trilha de volta, entretanto ficava cada vez mais preso, cercado por árvores enormes. A mata continuava a ficar densa, meus pés doíam, enquanto minhas forças iam desaparecendo.
O céu estava agora mais escuro, o Sol raiva por entre as árvores anunciando o anoitecer. Sentia um desespero possuir meu corpo, minha boca tremia junto com minhas mãos e já não conseguia continuar caminhando.
Sentei encostado a uma pedra, com fome e sede, pensava na minha mochila que tinha perdido ao fugir de um animal selvagem. Eu tropecei em um galho e a mochila saltou dos meus ombros parando longe, com medo do animal que me perseguia, deixei a mochila para continuar fugindo até ver uma árvore grande e subir. O animal me rodeou por um tempo e saiu desaparecendo entre o matagal.
Entregado a natureza, continuei escorado aquela pedra, a Lua surgiu e o céu escureceu, eu já não conseguia ver mais nada além do brilho de vagalumes que pairavam por perto. Escutava as folhas balançar, sapos coaxarem e cigarras.
Depois de um tempo, quando Lua estava no centro do céu, comecei ouvir pegadas de algum animal passando por entre as folhas. Quando o som começou a se intensificar, de repente se aquietou, por um momento ficou apenas o silêncio da noite e ao começar me acalmar a fera saltou em meu peito pressionando-me entre a pedra atacou meu pescoço e sem qualquer possibilidade de fugir ou me defender, decretou minha morte.