O Ponto e o tempo
Passava da meia noite, estava escuro, não tinha nenhuma alma viva, um frio terrível, cada vento que passava cortava a pele, mas não saia sangue.
Era de noite, acho que já tinha trocado de dia, uma luz piscava no poste, os vivos não passavam por ali, mas tínhamos certeza que muitos mortos passaram, o sereno da noite molhava minha pele e hidratava minhas feridas.
Tinha certeza de ter ouvido o sino da meia noite, tinham vários vagalumes brilhantes, muitas tenias abaixo da terra pulsantes e o orvalho da manhã ainda amaciava a terra.
Queria saber as horas, não enxergo, ainda bem que tenho meus amigos nesse tempo que parece estar frio.
E eu continuo esperando meu ônibus.