ALINE E A CASA DA MATA - O FINAL
Aline sabia do perigo em sair correndo pela mata numa noite de chuva como aquela. Mas qualquer lugar lhe parecia melhor do que ficar naquela casa.Mal conseguia enxergar por onde corria,a sorte era que conhecia o caminho muito bem.Ela se escorou no tronco de uma enorme árvore e olhou para a casa.Os relâmpagos de vez em quando iluminavam a fachada e as janelas refletindo a luz pareciam faróis na escuridão.Aline ficou sem saber o que fazer.Não poderia voltar pra fazenda,era muito longe dali, e na mata não havia nenhuma espécie de abrigo.Sua mente fervilhava: - A casa do pai era mal-assombrada!Que criatura era aquela que tinha visto? Não conseguia esquecer a maldade daqueles olhos!
Alguma coisa acariciou sua mão.Aline deu um pulo. Ah!era Ludovico. Ué,Ludovico ali na chuva? Aline abriu os olhos.Estava deitada no quarto da casa! Ludovico pedia mais carinho deitado a seu lado. - Não acredito! - pensou ela - Foi tudo um pesadelo então?Acendeu a luz do abajur e olhou o relógio: duas da madrugada,a chuva ainda caía lá fora.Aline não teve coragem de sair do quarto,parecia tão real o sonho!Seu coração ainda não voltara ao normal.Ficou muito tempo pensando em tudo aquilo.
Lá para as nove da manhã, Aline tornou a acordar.A luz do dia, tudo parecia uma enorme bobagem.Riu de si mesma e do seu medo.Desceu as escadas olhando pra tudo como se fosse a primeira vez.Ao pé da escada seu pé resvalou em alguma coisa.Uma vela! - Meu Deus, uma vela! Eu joguei a vela aqui e corri! - pensou ela. O medo voltou. Afinal, sonhara ou não?Alguém abriu a porta da frente.Era seu pai.
- Aline? O que está fazendo aqui sozinha? - perguntou ele.
- Pai!Vim passar uns dias aqui - disse ela com um sorriso amarelo.Correu pra dar um abraço no pai. - Estava com saudades de você sabia?
Seu Fernando sorriu: - Eu também filhota! - Deu um beijo na testa de Aline - O que andou aprontando aqui? - Continuou ele olhando pra vela ainda no mesmo lugar.
Aline estremeceu. - Nada, na verdade não sei como esta vela foi parar aí.
Seu Fernando apanhou a vela e foi pra cozinha. - Tive um pesadelo horrível pai! - disse Aline atrás dele.
- Não me admira - respondeu ele -Todo mundo que dorme aqui tem pesadelos.
-Por que? - disse ela.
- Na verdade, não sei.A casa é antiga,cheia de antiguidades e as pessoas daqui criaram um mito de que é mal-assombrada, isto não existe! É tudo imaginação!
- É deve ser... - falou ela sem convicção.
O pai pegou a mala e subiu as escadas,tirou uma chave do bolso,abriu a porta do escritório,entrou e fechou a porta.Aline ficou parada do lado de fora.
- Posso entrar pai? - perguntou ela.Nenhuma resposta.
- Pai?
- Melhor não filhota! -respondeu ele finalmente.
As suspeitas de Aline aumentaram.Tinha que descobrir o que havia ali dentro.E a vela no pé da escada?Como estava lá se tudo fôra um sonho?Mas isso tudo já é outra estória...
FIM