ESPESSOS REFLEXOS 2 IND 14 ANOS SUSPENSE

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Selma sai do quarto e segue para a cozinha, serve um copo com água, lava as mãos e refresca seu rosto com elas molhadas, após desligar a luz retorna para o quarto, ali no sofá perto da cama, Moisés dorme como há anos atrás.

- Meus Deus, o que significa toda essa loucura.

Ali parada a olha-lo, ela segue até a penteadeira, abre a gaveta e procura por algo, logo tira desta sua aliança, coloca no dedo e em seguida tira, seus olhos enchem de lágrimas.

Elza caminha pela rua hoje asfaltada de seu bairro, logo para frente ao número 1603, abre o portão já velho e enferrujado, segue por uma calçada já bem corroída pelo tempo, ao tentar abrir a porta da frente, nada, ela dá volta pelo jardim mau cuidado, restanto somente mato e algumas plantas mais fortes, com outra chave ela consegue abrir a porta dos fundos e ao ligar a luz, nada, nem relógio medidor existe mais na casa, no chão todO sujo pela ação do tempo ela caminha, logo pega algumas correspondências, dentre estas uma que diz, o imóvel vai a leilão dali a dois dias.

Amanhece, Elza segue até o escritório de advocacia, após 3 horas ali ela sai com documentos em mãos, horas depois recebe uma ligação em seu celular que comprara de um box importados, o leilão irá acontecer mais a sua casa fora retirada das ofertas, depois disso ela vai ao banco e faz um saque, logo sai de novo do escritório advocaticio onde fizera o depósito em juizo das taxas e impostos em atraso, ela segue de volta a casa.

- Olá.

- Oi.

- Quando eu soube quis ver com meus próprios olhos.

- O que Matilde?

- Você ainda se lembra de mim?

- Como poderia esquecer, você sempre esta por aqui.

- Por onde andou?

- Por ai.

- Olha, hoje eu não vou trabalhar, então vai me conte tudo.

- Você não quer saber.

- Vai, conta.

- Vamos sair?

- Onde?

- Preciso comprar algumas coisas, alimento.

- Legal, vamos.

Matilde acompanha a vizinha de bairro sem ainda entender como pode a mulher aparecer assim do nada depois de 27 anos.

Ali cortando legumes para uma sopa, Elza assovia uma canção antiga romântica, Matilde bate no batente entrando.

- Aqui, trouxe umas roupas de cama e cobertor.

- Obrigada, amanhã mesmo irei ao banco e vou comprar novos.

- Nossa, Elza, preciso te perguntar, você andou mergulhada no formol?

- Por que?

- Olha, você não mudou nada, nem uma ruga, a pele e visual de tempos atrás.

- Acho que é imprenssão sua.

- Deve ser.

- Sim, eu envelheci e muito devo estar me acabando.

- Vai fazer o quê da vida?

- Trabalhar, oras.

- Mais.....

- Ainda existe aquele posto onde trabalhei?

- Esteve fechado por uns 5 anos, acho, reabriu há pouco com outro nome e dono.

- Bom, vou dar uma passadinha por lá. Nisso Elza sente uma forte dor de cabeça, deixa a faca cair e desmaia.

Quando acorda, Matilde esta a abanar, preparara para ela um chá.

- O que houve?

- Sei lá, você estava falando e ai apagou.

- Preciso de um favor.

- Sim, qual?

- Arrume para mim um comprador para esta casa ou alguém de confiança para aluga-la.

- Vai alugar?

- Senão conseguir vender, vou sim.

- Por que, estava tão contente.

- Só faça isso por favor.

- Tá bom.

Moisés arrumas sua ferramentas na sacola, Selma chega do plantão que estivera por 12 horas de cuidadora no asilo.

- Oi.

- Olá, bom dia.

- Bom.

- O que é isso?

- Vou trabalhar, arrumei um bico, chego em casa á noite.

- Tá tudo certo você assim já voltar a trabalhar, esta se sentindo bem?

- Sim, por que?

- Nada.

01082020............

ricofog e IONE AZ
Enviado por ricofog em 01/08/2020
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