MORTE MISTERIOSA
Sari entrou apressada no escritório e foi até sua sala depositando a bolsa sobre o birô e sentou-se em seguida. Acendeu um cigarro e olhando a fumaça permaneceu pensativa. Alguns minutos se passaram e ela foi até a janela onde tinha a visão total da rua. Estava ela em uma bem montada sala de uma imobiliária localizada no segundo andar de um prédio de aparência simples. Lá em baixo notou um carro circulando em baixa velocidade e parando na esquina. Isso lhe chamou a atenção, principalmente quando o mesmo fez a volta e parou do outro lado da rua em frente a entrada do prédio. Ninguém desceu do veículo, dava para perceber que tinha mais alguém além do motorista. Alguns minutos se passaram até que um homem desceu e o carro foi embora. O sujeito dirigiu-se até a entrada do prédio onde o ramo de atividades era variado. Além da imobiliária existiam escritórios de advocacia, clínicas e lojas comerciais. Já no corredor o homem teclou o número dois no painel do elevador. No segundo andar Sari viu quando a luz do elevador indicava que o mesmo estava subindo, apressou-se então e entrou em sua sala trancando a porta com a chave.
Longe dali Petrônio manuseava alguns papéis em seu escritório, mostrava-se tenso. Vasculhou algumas gavetas em busca de algo que não conseguia encontrar. Toca o seu celular e ele atende rapidamente, ouve o interlocutor por alguns momentos e esboça um sorriso. Esquece as gavetas e os papéis. Desliga o telefone e sai apressado indo até a garagem. Abre seu carro e dar partida no motor ganhando a rua.
No escritório da imobiliária, numa sala do segundo andar, o maior reboliço com a presença da Polícia. Um vai e vem de pessoas, alguém chorando e um corpo é retirado coberto por um lençol. Petrônio ali está exatamente na hora em que o corpo é retirado e aproveita para descobrir a parte do lençol que cobria o rosto da pessoa morta. Era Sari, sua ex-mulher. Ensaiou um ar de tristeza e lamentou pelo ocorrido, afastando-se em seguida.
Já no seu escritório, em companhia do homem que tinha ligado para ele momentos antes, sorria satisfeito, abriu uma bolsa e despejou todo o seu conteúdo sobre a mesa, eram notas e mais notas de 100 reais, para contar ia tomar muito tempo. Deu a devida parte ao comparsa pelo "serviço" e guardou o restante. Esse volume de dinheiro havia sido subtraído indevidamente pela ex-mulher quando lhe confiou as chaves do seu escritório na noite anterior sem imaginar que ela faria tal coisa na sua ausência. Tinha em mãos uma passagem aérea em nome de Sari para o sul do país que rasgou e jogou no lixo.