O lugar onde o sol não alcança-capítulo 1

Era uma noite fria, com muitas nuvens, a lua estava escondida atrás de diversas nuvens e seu brilho já não era tão ofuscante assim. O céu não apresentava estrela nenhuma, estava um silêncio mesmo com aquelas ruas movimentadas, ônibus, caminhões, carros e motos passavam na rua, e, na calçada ao lado caminhando estava André, um rapaz de cabelos longos, branco com olho castanho escuro, alto e magro, com nariz fino e boca grossa, indo embora, ele tinha acabado de deixar a namorada em casa, Beatriz, cabelo azul, pequena, com olhos grandes e uma boca delicadamente perfeita.

Indo embora sem perceber, ao som de Pink Floyd, ele decide atravessar a avenida para pegar o ônibus, rápido, mas e o tráfego? o farol em vermelho permitiu que ele passasse, mas em alta velocidade, quebrando diversas leis, um ônibus que por coincidência o mesmo que ele deveria pegar vem em direção próprio, que estava com fone de ouvido ouvindo música no máximo nem conseguiu entender o que aconteceu, pobre coitado.

O motorista que parecia desesperado e angustiado disse que perdeu o controle, que não conseguiu acionar o freio, disse também que buzinou para o rapaz, mas ele não o deu atenção e despercebido tentou passar.

Logo, a polícia acompanhada de ambulâncias chega ao local, era uma morte inegável que nem precisou de muito mais que 3 minutos para declararem como morto o rapaz.

A notícia não demorou muito para chegar aos ouvidos dos familiares, amigos e, é claro, a Beatriz, todos esses se sentiram fracos, indefesos, sentiram saudades, emoções, tristeza e angústia.

No funeral do próprio, diversas pessoas choravam, arrependidos, imploravam para que isso não fosse mais que um sonho, um terrível sonho, o qual não era, o qual tinham que aceitar a dura realidade. O pobre André veio a falecer com seus poucos 16 anos.

Mas do outro lado, em outro país, acordava André, sem explicações, apenas acordou de um sonho, aqueles onde você está caindo e quando alcança o chão da um pulo da cama.

André acorda com susto e não reconhece o lugar aonde dormiu, sua pele que antes branca, agora aparece em um tom mais moreno, seus longos cabelos agora são modestos e curtos, seu fino nariz, continua fino e seus lábios engrossaram, sua voz também, sua vida mudara e nem percebido foi.

Em seu quarto, na escrivaninha ao lado, pega um espelho, e ao se ver toma um susto, esse mesmo que se vê não enxerga o rosto que antes conhecia, não se reconhece, quando entra um homem, velho, baixo com cabelos grisalhos e barba feita, perguntando o que queria no seu café da manhã, o próprio falava inglês, diferente do que André estava acostumado, mas ele entendeu perfeitamente mesmo sabendo o básico do inglês, André ao perguntar ao senhor quem era, escuta como resposta que era o Sr. Gutter House, mordomo da casa, pergunta se está tudo bem com o Senhor Andrew hoje, André desconhece o nome e o pede explicações, G. House sai do quarto com uma expressão assustada no rosto e fecha novamente a porta do quarto, André então se levanta e procura algo que o explicasse o que houve, encontra um passaporte onde dizia nome, idade, nacionalidade e endereço, parece que André havia mudado de corpo, não lembrava de nada, apenas se estranhou com seu corpo novo, ele sente uma sensação ruim e decide sair do quarto.

Mesmo sem se lembrar de nada, consegue identificar a casa onde estava, era sua casa em Milão, Itália, sua família formada por seu pai, Lingard Richards, sua mãe Rochelle Richards e sua irmã mais nova Sara Richards, ele chega na sala e encontra a família reunida:

- Está tudo bem filho? - pergunta Rochelle ao ver a expressão do filho. O mordomo disse que você não se reconheceu e o fez perguntas estranhas

- Estou bem, eu acho, poderia me dizer o que estou fazendo aqui?

- Você não conseguiu acordar seis e meia da manhã e perdeu seu vôo - afirma o pai. agora trata-se de se arrumar, iremos sair e você irá sair com Jamile.

Confuso, André volta ao seu quarto e estranhamente lembra-se de um quadro o qual ele passou há segundos atrás pelo corredor, um quadro bonito, uma mulher nua com lábios grandes e seios cobertos por uma mancha escura que como impressão o dava a entender que a própria tentava esconder seu corpo, André com essa lembrança vem a cair e bate a cabeça no chão, desmaiando.

Quando acorda, percebe que não está mais no local onde acordara antes, mas sim em um local vazio e escuro, uma porta meio aberta com seus ruídos apresenta um brilho que chama sua atenção, ele vai até a porta e estreitamente olha por dentro, vê alguém que o lembrava outro alguém, quem não sabia quem de mão dada a uma pessoa que parecia tão manchada quanto a mulher do quadro, essa que sorria agora parecia estar triste, ao lado, em outra porta conseguir ver esse mesmo alguém mais de perto, ele já tinha visto esse rosto antes, ele sabia de quem era, mas não se lembrava.

Com outro susto ele acorda, na cama novamente, seu mordomo entra e o informa sobre sua família estar o esperando na sala, no andar de baixo, André concorda e manda se retirar do quarto, tentando lembrar do rosto da pessoa que viu em seu sonho, percebe que no quarto ao lado tem um telão no qual ele pode pintar, usando o pincel e tintas fortes começa a pintar a pessoa que tinha visto, ele então o finaliza e tem uma lembrança, um nome vem átona e rapidamente ele escreve Beatriz, mas antes que pudesse finalizar o quadro, gotas da tinta preta caem no quadro que pintava, sem saber o que fazer ele utiliza uma pequena esponja que espalha a tinta formando uma grande mancha sobre o corpo qual desenhou, sobrando apenas o rosto. Ele decide deixar secar e volta a escrivaninha, procurando documentos, uma vontade de urinar o faz sair do quarto em busca do banheiro, enquanto sua irmã, curiosa, entra em seu quarto e vê a pintura, rapidamente grita o nome de seus pais. Quando chega ao seu quarto se depara com os três apreciando sua pintura:

- O que vocês querem aqui?

- Quando aprendeu a pintar assim - pergunta Rochelle ainda admirando a obra de André.

- Do que está falando? são apenas rabiscos e...

Quando André bate os olhos no próprio telão vem a sensação de surpresa, ele não reconhecia o quadro porque não percebia o que fazia enquanto pintava, apenas com desejo de reconhecer a pessoa ele continuava pintando e só agora percebeu:

- Mas esse quadro... eu pintei?

- Sim meu filho, pelo menos é o que parece, ou não foi você?

- Sim! fui eu que pintei

- e por quê a surpresa ao ver o quadro que deixaste de lado há segundos atrás?

- Eu... eu não sei.

André pede para que saiam do quarto, mas antes sua mãe que pouco escuta o que ele diz, pega o quadro e o elogia:

- Onde vai com meu quadro? - pergunta André.

- Bom, o quadro vai para o corredor principal, será um grande destaque para esse andar, vai por mim, André - afirmou a mãe.

Então, o pendurou no corredor e o deixou ali, que por incrível que pareça já estava seco, André reconheceu o quadro, acabava de ver ele quando subia, antes de bater a cabeça de desmaiar, era o mesmo quadro, tudo era idêntico ao que ele viu, mas por que agora parecia que ele nunca existiu? quando perguntou aos familiares da réplica que antes ali estava, escutou que não havia nada na parede além de teias de aranhas, quais o Gutter não removeu.

Patrick Ventura
Enviado por Patrick Ventura em 29/02/2020
Código do texto: T6877301
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