A MISTERIOSA VILA 25 - BATALHA ENCARNIÇADA

Avançamos entre os paredões de pedra em forma de túnel. Ao chegarmos a uma clareira quase circular, envolta havia entradas em arcos simétricos e escuros, uma delas levava aos aposentos de Isabelle.

Asgard:

- Chegamos ao fim, atacaremos com violência total, mataremos todos os que guardam a entrada dos aposentos de Isabelle, e faremos o resgate.

- Se alguém for capturado melhor matar-se, a rendição seria pior do que a morte.

Dito isto, soltou o cão, este saiu trotando e desapareceu por uma das entradas na parede. Asgard, sabia que ele iria direto aos aposentos dela, pois já havia sido seu guardião. Passados alguns minutos ouvimos gemidos, e o barulho de correrias em nossa direção. Avistamos o cão com uma cabeça pendurada pelos cabelos longos e negros vindo direto até nós. Logo atrás, algumas criaturas todas do mesmo tamanho e aparência o seguiam. Eram seres humanos modificados, seus corpos haviam passado por transformações grotescas. Mãos enormes, unhas que mais pareciam navalhas, suas bocas abertas mostravam um dente pontiagudo, proeminente saindo das gengivas expostas.

Saltamos em sua frente, e a batalha foi encarniçada. Com um golpe do deu sabre pesado sobre o ombro da criatura, Asgard o estraçalhou. Eu sai um pouco da retaguarda e me lancei sobre outro, golpeei várias vezes, sentia que meu sabre o perfurava, rasgando seus tecidos e quebrando seus ossos, tamanha era a força que empreendia em meus golpes. Mesmo assim, o demônio caído, levantava a cabeça e olhava para mim, foi quando o cão mordeu seu rosto com tanta força, que expeliu seus olhos das orbitas.

Novamente admiro, o animal que um dia havia odiei.

As paredes da clareira ficaram tingidas de sangue, cabeças decapitadas, e restos dos seus membros decoravam o piso, cenário de um museu tétrico e medonho. O cheiro de cravo mesclou com uma fedentina apodrecida, insuportavelmente intensa. completando o cenário, gemidos fúnebres das criaturas em agonia final.

Corremos imediatamente para a entrada de onde saíra o cão, seguimos até chegarmos a uma gigantesca porta, o silencio do lugar era pavoroso. Ali atras daquela porta, os aposentos de Isabelle. Boca seca, pensamento mendigando por respostas, será que ela estaria ali? Novamente meu coração quer sair do peito, contenho a tosse.

Mas, algo despertou a nossa atenção, ficamos petrificados imoveis, uma grande sombra de formas humanas, se projetou na parede oposta do corredor, ficou parada ali por alguns instantes. Depois como se levitasse sobre o piso, movimentou-se furtivamente e se misturou com a sombras na escuridão. Tive a clara impressão que era sombra terrível do Capitão.