Pirralha
 
Aquela tarde foi tensa e pavorosa. Os minutos de aflição e desespero vividos por aquela professora ficarão marcados para sempre em sua memória.

Era uma tarde aparentemente normal, até receber uma mensagem da aluna do sexto ano, que logo de imediato revelou que estava triste por estar longe de sua mãe. Era uma cidade distante, na casa de um tio, que não sabia qual Estado. E que estava lá contra a sua vontade.

A professora percebeu algo errado e tentou ajudar, contudo a aluna escreveu que não podia contar o que estava acontecendo. A professora ligou várias vezes e ela não atendeu.

Sua preocupação aumentou, quando a aluna enviou um vídeo de uma música relacionada a suicídio, acompanhado de emojis de choro.

A professora pediu uma chance para ajudá-la, mas ela remeteu: “não insista”. A professora tentou falar pelo fone, enviar áudio, todas as tentativas foram frustradas. Nada disto convenceu a menina a revelar o que de fato estaria acontecendo.

A professora fez uma aproximação, dizendo que gostava da aluna; esta, por sua vez, respondeu da mesma forma, chamando-a de "tia", mas acrescentou que nada podia ser feito. E por último, veio a mensagem “Até nunca.”.

A professora ligou desesperada para a diretora da escola no intuito de salvar a aluna e sem adentrar ao assunto, foi imediatamente para lá, ver se contatava à mãe da menina, e pudessem fazer algo para evitar o pior, mas quando chegou ao portão da escola, sua ficha caiu e percebeu que era tarde demais...

Havia sido trolada por uma “pirralha” de 11 anos.