A MISTERIOSA VILA 22 - PREPARANDO PARA BATALHA

O velho Asgard havia conquistado a lealdade dos dois cães que pertenciam a súcia do maligno, e isso vai fazer toda diferença na batalha, os animais são mortais, seres estranhos, poderosas feras do submundo, capazes de destroçar qualquer criatura em segundos.

Asgard vira-se para Soren e diz:

- Vamos!

Se dirigiram ao bote e rumaram para o barco, o resto de nós, ficou aguardando a sua chegada. Eu, particularmente estava curioso, pois sempre vi naquelas criaturas a feras malignas e encarniçadas, e agora estranhamente contava com sua preciosa ajuda. Mas ainda sentia um certo pavor deles.

Fiquei aguardado em frente a pequena enseada, após uma hora eles retornaram. As silhuetas dos cães se projetavam para fora do barco, suas orelhas eretas davam impressão de ferocidade e poder. Quando desembarcaram na praia, de perto pude perceber o poder daquelas criaturas. Eles eram imensos, sua musculatura era irregular e muito maior que as dos leões da África. Olhos cinza de um brilho ofuscado. Um deles me olhou diretamente nos olhos, Asgard então intercedeu, e gritou com firmeza.

- Calma (Svart), ele é um dos nossos!

O outro cão (Fare), não demonstrou animosidade, se aproximou de mim sem ranço. Eu a princípio fique meio temeroso, mas depois fui me acostumando com nossos novos valiosos guerreiros. Eles serão nossos olhos na escuridão, suas mandíbulas e presas, são nossos instrumentos de matar.

Asgard os levou até a entrada da caverna, pegou algo no caixote e os deu para comer. Enquanto eles se alimentavam ele murmurou algo e os acorrentou próximos um do outro. Nos espalhamos sentados em um círculo, Asgard com um graveto, riscava o chão desenhando o layout das armadilhas dentro do emaranhado de tuneis sob a pedra. Asgard finalizou as instruções deixando cada um com uma missão. Nossa principal arma, seria o silencio, surpresa, morte violenta e rápida. A certa altura da conversa Asgard olhou para dois dos guerreiros, e disse.

- Soren e Dragon, vocês se juntarão a mim e Aros, iremos sequestrar Isabelle.

– Uma vez dentro da fortaleza, nossa missão será de vida e de morte.

- O resto de vocês já sabe o que fazer, um dos cães vai comigo, o outro soltem, ele será a sentinela avançada de vocês, fiquem atentos, quando chegarmos traremos o inferno conosco. A batalha será encarniçada e letal. Depois do resgate lá na fortaleza, o sangue, jorrará do próprio sangue, e ele poderá ser das nossas veias. Continuou.

– Confio em todos, já tivemos muitas vitorias juntos, e esta será a mais jubilosa.

- Aros, quanto a você será minha sobra, o sabre será sua arma, mas, eu serei seus olhos.

Assim que o dia se apoderou da ilha e do oceano, saímos. Nossos destinos estavam selados. Traria Isabelle de volta ou morreria por ela. Então, nós cinco eu, Asgard, Soren, Dragon e o cão Svart, embarcamos na grande Traineira de pesca. Navegávamos durante o dia, a noite nos disfarçávamos de pescadores. O cão Svart ficava preso no porão. O mar tem olhos e faro, Asgard sabia disso como ninguém, era mestre na arte da guerra. Quando finalmente dia amanheceu, partimos para nosso destino final, a encosta do paredão de Kalle. Neste momento tive certeza, que estava pronto para encontrar e matar a própria morte, mas resgataria meu único amor, Isabelle.