Marcados para morrer
De fora a fora naquele condomínio, a vontade era unânime em matá-los, mas como fazer tal serviço sem ser descoberto. Afinal eles tinham alguns defensores e obviamente sempre teria alguém na espreita cuidando para que na primeira oportunidade pudessem delatar ou quem sabe até chantagear o responsável ou responsáveis pela chacina. Sem contar a repercussão que causaria tal ato de violência por todo o bairro. Entretanto os mais afetados pelas delinquências daqueles marginais estavam decididos até mesmo a pagar a algum estranho para executar o serviço, já que as autoridades competentes não tomavam nenhuma providência, mas o servicinho teria que ser muito bem feito e não poderia deixar qualquer tipo de pista. Resolveram que quem fizesse o trabalho não poderia deixar os corpos espalhados pelo local e deveria desová-los numa região erma e de preferência bem longe dali, pois quanto mais afastado, mais demorado seria a descoberta dos crimes.
Tudo combinado e acertado, partiram para os finalmente.
Os mentores tomaram conhecimento da existência de um sujeito com vasta experiência nesse tipo de tarefa (execução sumária) e se encaixava perfeitamente no perfil que procuravam: - Era um desconhecido na região e vivia em outra cidade.
Arthur, por ser aposentado e não ter grandes compromissos diários, fora designado para procurar o tal profissional e saber com o mesmo da possibilidade de executar tal tarefa de extermínio exatamente como eles planejaram e de preferência sem que eles, os mandantes, soubessem quando seria o dia “D”. Caso afirmativo deveria contratá-lo imediatamente com a ressalva de urgência na execução do trabalho.
O assassino profissional contatado, logo foi contratado.
Os moradores responsáveis pela contratação não viam a hora de saberem-se livres daqueles marginais, mesmo tendo consciência de que seria um derramamento de sangue. Já os restantes nem de longe imaginavam que uma chacina estava por acontecer no bairro.
Passados alguns dias... Duas solteironas não muito benquistas pelos moradores e que davam cobertura aos delinquentes, chorando copiosamente deram o alarme:
“Estão desaparecidos nossos amados!”
Por alguns dias, aqueles que se sentiam prejudicados pelos marginais descansaram das suas delinquências, mas não demorou muito e o arrependimento bateu.
Estavam livres do mal cheiro e da sujeira, mas um novo transtorno acometeu o local, com o extermínio dos gatos da dona Maria e da dona Inês, os ratos, sem a milicia felina, passaram a fazer a festa no bairro.
Só os passarinhos continuavam felizes e agradecidos.