A MISTERIOSA VILA 20 - AJUDA DE ASGARD

Seguimos navegando as águas escuras e profundas do oceano nos afastando da costa até não vermos mais as luzes do pequeno porto. Depois de algumas horas, avistamos o grande barco, singrando suavemente em nossa direção.Reduzimos a velocidade e nos aproximamos... a bordo um homem jogou a corda com a qual amarramos na nossa proa, daí em diante fomos rebocados. Navegamos por duas horas em direção a um pequeno grupo de ilhas vulcânicas em meio ao oceano, os clarões dos relâmpagos nos ajudavam a ver e localizar a grande silhueta de pedras que se projetava de dentro das águas.

Deveria ser por volta de uma ou duas horas da madrugada, de repente, a embarcação parou. Encostamos a contrabordo e subimos ao seu convés. O velho Asgard nos aguardava sentado na ponte de comando, juntamente com outros seis homens. Me aproximei,estendi minha mão e o cumprimentei, senti novamente aquele fortíssimo cheiro de cravo, que sempre o acompanhava.

- Boa noite Aros, estes são os amigos que nos ajudarão a resgatar Isabelle.

Em seguida me apresentou um a um, constatei que eram desertores do maligno e fiéis ao seu capitão Asgard. Sua determinação era explicita, demonstravam isso claramente, estavam ali para cumprir a missão, de resgatar Isabelle, era seu único desejo. Agradeci a todos, e os fiz saber que estava disposto a matar e morrer para salvar minha amada. Nesse ínterim, o velho cocheiro sentado em um canto próximo a escotilha disse.

- Asgard, a guerra é insana, mas,por vezes um mal necessário.

Asgard respondeu.

- A guerra é uma droga viciante que somente os insanos se acostumam contemplar, mas as vezes precisamos reparar o erro e devolver a liberdade aos conquistados.

Eu, me senti acolhido por aqueles valentes guerreiros, e convicto que resgataria Isabelle faria justiça a sua irmã e seu pai.

Em seguida falei.

- Estaremos juntos até o último momento, só descansarei depois que pôr fim a este pesadelo, se por um infortúnio eu cair, peço que a resgatem, tirem Isabelle das garras do maligno.

Somávamos onze guerreiros decididos a travar a batalha e ganhar a guerra, sabíamos que esta seria encarniçada e sangrenta, pois ela tinha algo a mais, enfrentaríamos não simples soldados. Nossos adversários eram criaturas sobre-humanas, terríveis, e isso me causava certa apreensão. Sem mencionar os poderes do Capitão maligno.

Será que conseguiremos suplantá-lo? Minha esperança é Asgard, e seus guerreiros, afinal ele fora um deles, e sabia atingir a jugular do inimigo.Os homens que ele escolhera, foram cuidadosamente selecionados.

Por minha vida não temia tanto, meu receio era em falhar e não resgatar aquela que era a razão para eu viver, se falhasse eu também estaria condenado.

Passaram-se horas, conforme a noite caía, meu ódio por aquela criatura só aprofundou. O calor me reafirmou, que a chama ainda queimava lá dentro em mim, movia meu ímpeto, movia minha vontade e acima de tudo, reafirmava a esperança de encontrar Isabelle viva. Meus dedos contornaram o cabo de marfim do sabre, com tamanha força que causou dores nas falanges. A fria lâmina afiada de cobre, faria a diferença. A certeza que o corte profundo nas vísceras do inimigo, drenaria o maléfico fluido das entranhas de suas vidas e me levaria em direção a vitória.

Asgard reuniu todos no convés e passou as instruções, enquanto isso, o cocheiro serviu uma dose generosa de conhaque a cada um dos homens, inclusive eu, naquela latitude o conhaque revigora. Escutamos com atenção a cada palavra, falhar não era opção. Era preciso respeito, lealdade e bravura. Assim rumamos em direção a grande fortaleza.