Aconteceu comigo (Estória real) – O Suposto Lobisomem

Desde pequeno me contavam várias estórias sobre Lobisomens e eu morria de medo, minha tia falou que já viu um no sitio onde morava, minha mãe contava a estória que o irmão do meu vizinho se transformava em Lobisomem, fora uma lenda do bairro onde eu morava em que um suposto Lobisomem corria nas noites de quaresma na última rua do bairro que era próximo a um matagal.

Tinha muito medo, mas as estórias me fascinavam, via na TV todo filme sobre lobisomens, morria de medo, mas assistia, lembro da vez em que assisti ao filme 'Um Lobisomem Americano em Londres' na casa de uma vizinha, na cena da transformação dentro apartamento, assisti apavorado, assim que terminou a cena estava com tanto medo que dei uma desculpa qualquer e fui embora, isso sendo umas 3 da tarde.

Mas a vez em que eu supostamente fiquei a poucos metros de um Lobisomem ocorreu quando eu tinha uns 15 ou 16 anos, meu primeiro emprego foi em um escritório não muito longe da minha casa, eu caminhava uns 20 minutos e já estava na empresa, mas se eu cortasse caminho por uma pinguela que separava meu bairro do bairro vizinho eu diminuiria esse tempo ainda mais, porém precisava descer um pedaço de vegetação meio fechada, atravessar a pinguela e subir novamente a vegetação que dava para a rua.

Várias pessoas faziam esse trajeto para cortar caminho, abriram espaço entre a vegetação, deixando livre para qualquer um passar, porém a poucos metros era vegetação fechada, com altas árvores, bambuzais e trepadeiras, sei que pessoas entravam nesse matagal para usar drogas e fazer outras coisas, mas eu nunca me aventurei a entrar.

Certa vez, fiquei trabalhando até tarde, devo ter saído por volta das 20:00 e já estava escuro, fui embora caminhando como costume e quando cheguei na rua da pinguela pensei, vou ou não vou? Se contornasse a pinguela e fosse pela rua normal chegaria em casa em 10 minutos aproximadamente, mas se optasse pelo caminho da pinguela chegaria muito mais rápido, olhei a escuridão da mata fechada e as luzes da calçada do outro lado e pensei: vou bem rapidinho e desci o caminho com pedras e terra batido até a pinguela.

Hoje penso no perigo que passei, porque sabia que drogados e outras pessoas mal-intencionadas poderiam estar ali, mas nada aconteceu, ou nada desse tipo, pelo menos.

Desci até a pinguela me afastando das luzes da rua, na pinguela, lembro que estava muito escuro devido as sombras das altas árvores, o luar não conseguia iluminar o caminho direito, atravessei a pinguela, que na época era um grande tronco de árvore fixado nas extremidades do rio, lembro de ficar com muito medo, mas já estava no meio do caminho e seria burrice voltar agora.

Estava subindo o caminho de pedras e terra até o outro lado da rua, quando alguns poucos metros do meu lado se levanta um grande animal das sombras, lembro de conseguir ver apenas a silhueta escura do bicho, na hora a razão some e seus maiores medos vem à tona, lembro que minhas pernas bambearam e por um instante pensei que iria desmaiar de medo, pois estava a poucos metros de um Lobisomem, acho que essa situação durou uns 2 ou 3 segundos, devo ter ficado paralisado sem respirar até que o grande bicho deu um carreirão e começou a galopar para longe, era um cavalo, dei um suspiro de alivio e xinguei até a sexta geração daquele filho de uma égua.

Fui embora rindo do idiota que fui, cheguei em casa e contei a todos minha estória e até hoje conto essa estória quando o assunto é sobre Lobisomens.

E se você esta se perguntando, depois de tantos anos com medo de Lobisomem, o que penso sobre o assunto hoje, minha resposta preferida eu roubei de um personagem do seriado Chapolim, que disse certa vez: Eu não acredito, mas que eles existem, existem!