O TEMPO É QUEM MANDA cap 3

_Bom dia pessoal! O café está na mesa. Temos bolachas de padaria de ontem. Desculpem é só o que consegui além do café preto e leite de caixinhas. Devo lembrar a vocês que não atendam o celular. Aliás é melhor deixá-los aqui por via das dúvidas.

Todos comeram ávidos de fome sem reclamar. Depois do café o Murylo disse que estaria esperando no pátio da escola. Para a contagem dos alunos.

-Gente, silêncio! Todos os dias a gente faz a contagem dos alunos aqui antes de sair pra ter certeza de que alguém não caiu em uma armadilha e ficou preso.

_Como assim armadilha?

_Sim, Joel, armadilha. Se alguém atende o celular ou conversa com alguém preso acaba preso também. Temos que ter muito cuidado. Hoje eu quero que vocês se dividam em grupos de 4 e se dirijam para lados opostos aos outros grupos. Tem mais gente livre perdida por ai. Gostei da tática da Marcelly cantar o hino será uma boa idéia.

_Epa lá, essa idéia foi minha.

_Verdade pessoal a idéia foi do Joel eu nem gostei a princípio mas acabou se revelando uma boa ideia. Tem que ser alguém bem esquisito pra sair cantando esse hino por aí.

_Ei foi o meu grupo que fez esse hino tá?

E a confusão começou. Murylo conseguiu controlar a todos dizendo que precisavam ficar unidos. E que o hino era esquisito mesmo. Cantar um hino de escola na rua não era normal que o Matheus se conformasse. Ele concordou e sairam pela cidade.

Joel ficou com o Alex, o Roger e o Miguel. Eles resolveram ir para os lados do bairro das pedras porque lá existiam muitos adultos e crianças que não tinham internet e celular. Talvez estivessem livres.

Marcelly ficou com o Murylo, é claro.

A Terezinha ficou com o grupo da Mariana , a Júlia Laís e o João Lucas do 3° ano para protegê-las se fosse preciso. Apesar da cidade estar praticamente as moscas eles temiam algum problema. Afinal as meninas eram as mais novas do grupão de alunos dali.

A Derma ficou com os três únicos alunos do 2º ano da tarde. Eles não compreendiam porque apenas Julierme, sauloe o Joca, do grupo de estudo que estava na casa do Joca, ficaram bem, enquando os outros seis se tornaram autômatos na frente deles. Acreditavam que eles estavam conversando no zap ao mesmo tempo em que respondiam o último exercício. Eram ótimos alunos e resolveram ir para a rua do Cais do porto porque lá viram movimento e barulhos diferentes quando passaram na última vez quando encontraram o Pezão andando sem rumo.

E por falar em Pezão ele, o Rick, o Alemão e o Santinho(Romeu dos Santos) foram tentar entrar em algumas casas onde alguém jurou que ouviu choro ontem a tarde antes dessa confusão começar.

O Mais velho dos alunos, o Eleô(Eleotério na verdade), levou dois pequenos da 5ª série ( o Bentinho e o Fábio) e uma da 6ª( a Rafaela) pra visitarem suas casas pois choravam muito e pediam que tinham que ter a certeza de que as famílias estavam mesmo presas. Ele como mais velho entraria somente com a criança da casa pra segurá la em caso de comoção.

O Matheus, o Bicudo e o Resma(Na verdade Ricardo resmungão) ficaram na escola pra ajudar o Murylo e a Marcelly nas pesquisas. O Resma era especialista em jogos de vídeo game , o Matheus era especialista em cozinha e cuidava de abastecer a despensa, o Bicudo era o cara que ajudava em tudo. Não era especialista em quase nada mas era muito observador, tipo o Whatison do Sherlock assim mesmo, o próprio. Conseguia notar um alfinete fora do lugar.

Marcelly

Marcelly ficou com o Murylo, é claro.

A Terezinha ficou com o grupo da Mariana , a Júlia Laís e o João Lucas do 3° ano para protegê-las se fosse preciso. Apesar da cidade estar praticamente as moscas eles temiam algum problema. Afinal as meninas eram as mais novas do grupão de alunos dali.

A Derma ficou com os três únicos alunos do 2º ano da tarde. Eles não compreendiam porque apenas Julierme, sauloe o Joca, do grupo de estudo que estava na casa do Joca, ficaram bem, enquando os outros seis se tornaram autômatos na frente deles. Acreditavam que eles estavam conversando no zap ao mesmo tempo em que respondiam o último exercício. Eram ótimos alunos e resolveram ir para a rua do Cais do porto porque lá viram movimento e barulhos diferentes quando passaram na última vez quando encontraram o Pezão andando sem rumo.

E por falar em Pezão ele, o Rick, o Alemão e o Santinho(Romeu dos Santos) foram tentar entrar em algumas casas onde alguém jurou que ouviu choro ontem a tarde antes dessa confusão começar.

O Mais velho dos alunos, o Eleô(Eleotério na verdade), levou dois pequenos da 5ª série ( o Bentinho e o Fábio) e uma da 6ª( a Rafaela) pra visitarem suas casas pois choravam muito e pediam que tinham que ter a certeza de que as famílias estavam mesmo presas. Ele como mais velho entraria somente com a criança da casa pra segurá la em caso de comoção.

O Matheus, o Bicudo e o Resma(Na verdade Ricardo resmungão) ficaram na escola pra ajudar o Murylo e a Marcelly nas pesquisas. O Resma era especialista em jogos de vídeo game , o Matheus era especialista em cozinha e cuidava de abastecer a despensa, o Bicudo era o cara que ajudava em tudo. Não era especialista em quase nada mas era muito observador, tipo o Whatison do Sherlock assim mesmo, o próprio. Conseguia notar um alfinete fora do lugar.

Marcelly e Murylo foram com Resma para o laboratório de informática da escola. O Bicudo ficou de verificar as redondesas e se juntaria a eles depois.

Já no laboratório Resma abriu seu jogo predileto e começou a falar aos dois como achava que ajudaria fazendo isso.

Próf e gatinha, vejam só o que eu to pensando: Nesse jogo o maioral deve matar um número de vítimas para conseguir mudar de fase. Cada vítima que ele mata, consegue uma certa quandtidades de pontos e assim consegue manter, seguir em frente ou voltar uma casa. Acho que estamos jogando um jogo desses. Alguém está manipulando o tempo. Coloco um ponto pra ligar pra alguém, dois pontos pra alguém atender o celular de um preso e três pontos pra entrar na nuvem rosa ou azul.

_Que nuvem azul? A rosa eu vi o Pedrinho entrar e não voltar mas o que faz a nuvem azul?

_Basicamente a mesma coisa Marcelly. Quem entra na nuvem azul no entanto muda de cor e não consegue acordar de um sono. Fica lá dormindo. E a nuvem rosa adormece a pessoa, que não muda de cor, mas permanece dormindo por algum tempo e depois volta a andar como se fosse um sonâmbulo, em busca de alguém pra prender no mesmo laço. Parece acordado e tão normal que a gente fala com ele. Depois fica preso e não consegue parar de fazer a mesma coisa.

_Então seria uma pontuação diferente pras duas nuvens, não?

_\Pode ser. Só que as duas não causam mal além desse. O celular no entanto faz um aumento na parada do tempo.

_Como você sabe?

_Gatinha, o Tempo parou as 17 e 40 minutos de ontem. Mas o relógio do próf continua funcionando. Mas de vez em quando ele para também. Percebemos que quando ele para alguém de nós fica preso. As vezes não é um de nós. É por isso que contamos a turma todo dia. Se alguém ficar preso temos que saber se foi um de nós.

_E se foi?

_Ja percebemos também que quando é um de nós o relógio para meia hora. Quando volta a funcionar o próf regula ele de acordo com um relógio que tava na gaveta do diretor da escola e assim sabemos a hora exata.

_Mas o tal relógio não para também?

_Não. Só o do Próf. Alguém ta brincado com a gente como se fosse um jogo.

_Credo! É pra ter medo agora?

_Não se preocupe Marcelly! Nosso "deus" entrou no nosso jogo. Agora só consegue prender quem está livre fora do grupo. Por isso é importante encontrar todos e trazer pra cá.

Eleotério parou primeiro na casa do Bentinho. A porta estava aberta. Entrou com o menino e disse a ele pra não falar nada com ninguém. Esperar ele mandar responder. A mãe do menino estava sentada no sofá chorando muito. Eles ficaram ali parados olhando pra ele esperando ela vê-los. Bentinho chorou ao ver a mãe em prantos. Quando ouviu o pranto do filho a mulher levantou, correu e abraçou-o.

_Meu Deus! Onde você andou menino? Ta tudo muito esquisito. Seu pai saiu cedo e ainda não voltou. Sua avó não veio aqui até agora e você sumido.

_Ta tudo bem, dona Elizabeta. A senhora precisa vir com a gente. No caminho a gente te conta tudo.

Ela não protelou nem discutiu. Pegou a bolsa e um casaco para o filho e seguiu os meninos que foram contando tudo incluindo tudo que ela não podia fazer.

A próxima para foi na casa do Fábio. A porta estava fechada. Não podiam chamar por isso começaram a cantar a música que a mãe gostava. Enquanto cantavam ninguém apareceu. Olhando pela janela do quarto da mãe Eleô viu a mulher sentada na cama. Ela se levantou foi até o banheiro e voltou molhada com a toalha enrolada no corpo nu. Ao chegar sentou na cama e fez tudo de novo. Estava presa.

Não disse nada ao menino.

_Não temos nada a fazer aqui.

O Fábio era um menino inteligente e entendeu que a mãe estava presa. As lágrimas desciam devagar pelo seu rostinho encantador. Eleô apertou a mão do colega e olhou pra ele com piedade mas firmesa. Com a cabeça altiva passou a mão pelas lágrimas dele e sorriu dando-lhe um abraço.

_Vamos em frente.

Seguiram até a casa da Rafinha. Ela era a filha caçula da família de quatro irmãos. Família Italiana muito barulhenta que discutiam alto as coisas. A mais dengada e com razão. Além de linda, Rafinha era inteligente e meiga. Seus olhos azuis eram a paixão do pai.

_Ao se aproximarem da casa dava pra ouvir de longe a conversa deles.

_Será que estão livres ou estavam brigando de cinco em cinco minutos desde ontem?

_Sei não Rafinha. Melhor a gente ficar escondido e ouvir a conversa.

_Ma que maledeto dum ingrato cuelo bambino!

_Calma Genaro! Vai vê que o bambino ta cum disenteria.

_Quaqua, que nada, tá é maluco memo. Já fês as liçõn de casa e levantou umas milhares de vezes desde ontem pro lavabo. Vô lá e pego ele pelo pescosso e mostro pra esse moleque que fica logo bom da cabeça...

Nisto a turma entendeu que só o irmão dela tava preso e os pais estavam prestes a entrar na mesma prisão. Rafaela gritou o pai que ao ouvi-la saiu a janela e abriu a porta gritando de alegria ao ver a menina bem. Eles entraram e viram que a mãe estava bem e o pai também. Os dois irmãos dela estavam sumidos e o mais velho preso a mesma cena desde ontem.

_Seu Leopoldo e nona Natalina, vocês tem que vir com a gente é importante. Precisamos de sua ajuda. No caminho contamos tudo.

Eles não resolveram de primeira mas a pedido da menina foram com eles pra escola e foram de muita valia depois.

Na escola o relógio de Murylo parou outra vez.

_Um ponto pra "deus". Ou será quantos pontos dessa vez?

_Ah que humor tem esse menino!

_Kkkk Calma Marcelly! É melhor rir do que entrar em prantos.

O fato é que ele tinha razão. Mas teriam que aguardar pra ver quanto tempo demoraria pro relógio voltar a funcionar ou saber a notícia de um dos grupos que voltasse.

Nisso Eleô voltou com sua trupe e os três novos membros. Mama Natalina se encarregou de ajudar o Matheus na cozinha e ele ficou encarregado apenas de conseguir os mantimentos. Ela fazia a lista e passaram a comer comida decente. Uma boa pasta italiana com legumes. Ou uma deliciosa menestrone que a mama fazia com amor. As receitas foram compartilhadas até que experimentaram comidas típicas de todas as famílias.

Terezinha estava muito triste. Ela queria abraçar a mãe e já estava se consolando com suas novas amigas das outras turmas quando de repente, uma nuvem rosa apareceu e Mariana saiu correndo pra dentro dela. Acho que o cheiro fez amenina esquecer de tudo que tinham combinado. Terezinha se sentiu culpada por ter largado amão da menina um instante pra amarrar os cadarços do tênis. Não voltariam a ver Mariana naquele dia. Sabia disso melhor do que nenhum deles. Vira o Pedrinho fazer a mesma coisa. Todos choraram a perda da amiga praquela coisa. Julia sugeriu que fossem mais depressa e que deixassem de pensar nela pra não ficarem deprimidas demais.

João Lucas foi na frente puxando as meninas pela mão. Era mais durão que elas, afinal era homem, e mulher é chorona demais, pensava. Andou mais depressa e logo avistaram crianças brincando sozinhas na calçada de uma casa. Umas estavam cagadas e outras choravam. Eram muito pequenas. 4 bebês de aproximadamente um ano até 2 no máximo.

Começaram a cantar uma cantiga de ninar comuM na região e elas vieram sorrindo até eles. As que choravam ficaram lá chorando. Pediram colo e assim eles entenderam que não estavam presas. Uma das crianças era filho de uma professora. Um menino de 1,5 meses. A casa ali perto estava com a porta escancarada e ela sentada no sofá vendo desenho infantil na TV. Tudo indica que estava vendo com o bebê, mas parou e o deixou a míngua que saiu e encontrou as outras crianças na calçada. As outras eram meninas de 1, 8 meses filhas da dona Regina da casa ao lado. Gêmeas idênticas. João conhecia as crianças pois morava ali perto.

Na casa dele nem precisou entrar. Quando saiu de casa viu que a mãe estava presa e o pai não havia chegado pois o carro não estava estacionado a frente da casa. Pegaram as crianças com dificuldade, afinal eram crianças de dose anos aproximadamente. Levaram as crianças até a escola que estava perto dali.

Na escola o relógio começou a andar de novo numa clara alusão a descoberta de mais crianças livres, no exato momento que a turma da Terezinha entrou com os bebês. Mama Natalina e a dona Elizabeta cuidaram dos bebês. Ao mesmo tempo que a notícia era boa, porque tinham resgatado 4 crianças indefesas, a tristeza em saber da Mariana era muita.

A esta altura o número de pessoas na escola só crescia. Eram quatro adultos e 28 crianças e eles ainda não sabiam dos novos que chegariam com os outros grupos. Por isso a falta de Mariana ficou pra trás como estatística que tendia a se repetir como os atos das pessoas presas.

Parece que "deus" fazia questão de substituir cada criança que chegava com pelo menos uma das que prendia no tempo.

_A barafunda de acontecimentos ia se multiplicando e o professor Murylo ia precisando de ajuda. O pai de Rafinha se mostrou um excelente juiz para julgar as diferenças enquanto Murylo se empenhava em tentar descobrir o mistério com os outros.

Os outros grupos voltaram sem criança extra ou faltas. Mas o último grupo que chegou trouxe uma novidade. E ela veio sem perceber. Estavam nas mesas da merenda jantando. Foi o Joca que falou sem pensar:

_Gente, se o sol não tivesse esfriado eu ia cozinhar. Puxa andar esse tempo todo no sol não foi fácil! Apesar de que ele tava parado em 5 e meia mas mesmo assim estamos no verão e tava quente pra burro!

_O que você falou menino?

_Repete, por favor, Joca!

_Repetir o que gente? Uai Próf e Marcelly eu não disse nada demais. Disse o menino cheio de culpa como se tivesse cometido um erro grave.

Não esperaram ele repetir pois sabiam exatamente o que ele havia dito. Os dois sairam correndo pra fora da escola na mesma hora. Olharam ao mesmo tempo pro poente e confirmaram o que tinham pensado quando ouviram as palavras do Joca. O tempo correu uma hora mais ou menos. O sol havia acabado de se por e ainda dava pra ver as faixas de luz emitidas por ele atrás do monte. Olharam pra cara do outro estupefatos e paralisados por um momento. E logo depois começaram a gritas de alegria.

_O tempo ta andando! O tempo ta andando! O tempo ta andando! O tempo ta andando! Dançando e girando numa roda de dois elementos. Logo outras crianças entraram na roda e cantaram com eles. Quando a roda parou eles sentaram na calçada felizes e ficaram olhando o sol. Logo porém a alegria murchou.

_Pessoal o sol andou apenas uma hora. Está la parado. Agora temos que descobrir o que fez o sol andar de novo.

Entraram na escola e terminaram o jantar. Foram dormir cheios de esperança e expectativa de conseguirem mover o tempo depois.

Logo no dia seguinte reuniram todos para a contagem e ali mesmo fizeram uma reunião para saber o que cada um havia feito de diferente no dia anterior. Especificamente a tardinha.

Um a um foram falando, levantando a mão, organizados pelo papa Leopoldo.

_Joca, o que foi que você observou ontem a tarde?

_Andamos a tarde inteira a procura de pessoas livres. O sol esquentava a gente demais. Ainda mais que fomos para o morro onde ele queima mais ao por do sol porque demora mais a se por ali em cima. A sombra da última casa estava longe da gente quando subimos e quando descemos estávamos debaixo dela. A rua era no mesmo lugar por isso cheguei a conclusão que ele estava se pondo. Na hora não me dei conta do que isto significava mas hoje vejo que foi um avanço.

_Matheus, você e seu grupo notaram algo estranho?

_Próf, já que você falou notei que os passarinhos do bairro que visitamos estão paradinhos nas árvores como se dormissem. E os da praça estavam brincando normalmente.

_Acho que é porque eles estão no tempo certo Matheus. Dormem a noite. Embora tenha luz do dia eles sabem que ja anoiteceu. Se acaso os relógios pararem será um ponto pra se observar além do cansaço pra pararmos pra dormir.

_Eleotério, você observou alguma diferença?

_Pô pega leve próf. Eleô tá?

_Desculpe Eleô, fala!

continua...

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 05/04/2019
Reeditado em 08/04/2019
Código do texto: T6616311
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