São eles!

Eram exatamente 17:40h. Começou a escurecer, então fechei e tranquei todas as janelas e conferi cada uma delas, como em todos os dias eu faço. Conferi a porta dos fundos da casa e a da frente. Como em todas as noites, depois que a invasão alienígena ocorreu, eu me tranco em casa à noite, onde trabalho pelo computador, estando a janela do meu quarto totalmente lacrada para não passar nenhum vestígio de luz que denuncie a minha presença. Os reptilianos oriundos não se sabe de qual planeta, vêem os humanos como comida, do mesmo jeito que um ser humano vê uma galinha, um peixe ou coisa assim. Eles não saem durante o dia porque a luz do sol na Terra é muito forte para eles. As ruas da cidade onde eu moro, ficam propositalmente escuras porque eles, assim como nós, não enxergam no escuro. A tecnologia deles, muito superior à nossa, permite que eles tenham lanternas, porém ao ver uma casa toda escura por dentro e por fora, os faz pensar que não há ninguém em casa, haja vista eles estarem cientes das possibilidades da nossa tecnologia. As luzes dos postes foram propositalmente desativadas pelo governo para garantir o disfarce da população. Nossas armas de fogo são ineficazes contra eles, pois além do couro grosso que cada um deles possui, capaz de parar até mesmo uma bala de revólver calibre 38, eles andam com armaduras especiais, feitos não se sabe de qual material, mas que cobrem todo o corpo e são capazes de parar facilmente até o projétil do fuzil mais potente que a tecnologia humana poderia criar. Só nos resta nos esconder.

Os reptilianos alienígenas são criaturas humanoides de 2 metros a 2 metros e meio de altura, geralmente magros e de pele verde. Assim como os humanos, possuem dois braços, duas pernas e andam de forma ereta. Possuem o crânio bem semelhante ao humano, porém com algumas diferenças, tipo a pele verde, olhos de réptil e língua pontuda. Não possuem orelhas nem nariz, apenas orifícios auriculares e nasais. Mas o detalhe assustador são os dentes afiados com caninos superiores que de tão grande ficam a metade pra fora da boca. Os braços possuem a mesma mobilidade de braços humanos, as mão também, porém com garras afiadas no lugar nas unhas. Não possuem rabo e vestem roupas semelhantes a roupas humanas, possuindo órgãos reprodutores semelhantes aos humanos, machos e fêmeas. As pernas também são iguais as de um ser humano, tendo os pés garras afiadas semelhantes aos das mãos o que os impede de usar calçados fechados. Todos eles usam calçados semelhantes a sandálias e chinelos.

Segundo pesquisas feitas por agentes de várias agencias espaciais em todo o globo, eles convivem em sociedade, possuem traços culturais como danças, músicas, vestimenta típica masculina e feminina, escrita, tecnologia eletrônica e mecânica. Aqueles que viajam de planeta em planeta a procura de criaturas de inteligência inferior para caçar, são caçadores oficiais, treinados pelo governo deles e enviados em naves do governo do planeta deles para procurar por comida em toda a galáxia. Ao encontrar no Planeta Terra, criaturas de inteligência inferior (nós humanos), resolveram que nós seríamos o prato do dia para salva-los da escassez deles de comida.

Eu estava desenvolvendo um novo aplicativo de celular, que se fizesse sucesso, eu ganharia um bom dinheiro com ele. Meu quarto é grande e eu fico bem longe da janela para ninguém ouvir de fora o suave e repetitivo barulhinho dos meus dedos batendo nas teclas do meu PC. Evito dormir à noite porque eu ronco muito alto, por isso troco obrigatoriamente a noite pelo dia. De repente, batidas na minha janela!

TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC!

Fiquei apavorado ao perceber que de alguma forma eles possivelmente sabiam que eu estava ali! Parei de digitar e fiquei analisando se realmente não se ouviria o barulhinho dos meus dedos no teclado do PC. Neste ponto, os toques voltaram mais fortes e em maior quantidade!

TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC! TOC!

Apavorado e sem saber o que fazer, salvei o programa que eu estava digitando e desliguei o computador, deixando o quarto totalmente no escuro. Ouvi vozes lá fora:

- E agora?

- Parece que ele não vai atender.

De repente uma voz bem semelhante a de um humano grita:

- Nós já te vimos pelo infravermelho! Saia ou nós vamos arrombar!

Eu não havia me tocado da tecnologia deles muito superior à nossa! Eles sabiam que um saboroso humano estava ali dentro prontinho pra ser servido no almoço ou na janta deles. Mas por que eu? Não poderia ser outra pessoa? Justo um cara inteligente como eu? Justo um sujeito humano e que faz tudo e de tudo pra ajudar os outros como eu? Justo um cara honesto como eu? De repente, eu escuto eles começarem a arrombar a porta da minha sala. Não tentaram a janela do quarto porque tem grades e isso dificulta um pouco as coisas. Peguei minha arma de choque e pensei: “Seja o que Deus quiser e a sorte permitir!” Conseguiram entrar na minha sala! Começaram a arrombar aporta do quarto! Entrei no meu guarda-roupas com aquela arma de choque na mão direita pensando: “Eles podem até me matar! Podem até me levar como mais um pouco de carne pro povo deles! Mas uma coisa é concreta! Eu vou dar uns choques neles primeiro!”

Quando conseguiram entrar no meu quarto, foram logo abrindo o guarda-roupas. Saí dali dando choques em todos eles. De longe um deles disparou através de uma espingarda uma seringa, que atingiu o meu peito e eu fiquei grogue. Eu pensei: “Os desgraçados usam injeção de sossega-leão pra abater humanos!?” A droga na seringa era muito potente e contra a minha vontade eu apaguei, vendo os sorrisos pontiagudos de cada um deles.

Acordei em uma espécie de cela de prisão, com uma cama e um pequeno banheiro anexo. Eu não estava mais com as minhas roupas, alguém enquanto eu estava desmaiado me vestiu com uma estranha camisola azul-claro.

Do lado de fora, eu vi o que parecia ser um médico humano acompanhado de uma enfermeira humana. Ele disse a ela:

- E esse aí, Doutor?

- Esse era aquele que dizia pela cidade toda que alienígenas reptilianos teriam invadido a Terra e estariam o perseguindo tentando invadir a casa dele à noite para devorá-lo. Vai tomar o medicamento que eu vou receitar de manhã e de noite. Só dorme durante o dia e fica acordado à noite. Vai ser difícil curá-lo.

FIM

Eduard de Bruyn
Enviado por Eduard de Bruyn em 18/03/2019
Código do texto: T6601180
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