O Esquartejador (Quarto Capítulo)
Decorria mais de um mês desde que eu esquartejara aquela pobre moça. Coitada! Aquela tinha sido uma noite diferente de todas as demais noites desses meus vinte e seis anos. Lembro-me de ter dado uma festa para o pessoal do escritório e de ter bebido um pouco a mais da conta. Mas não me recordo de ver ninguém ser assassinado, também pudera como alguém no meu estado de embriaguez poderia se rememorar de algo?
O trabalho no escritório de contabilidade ia muito bem obrigado. Os honorários foram tão bons que eu decidi convidar a gostosa da Rose para sair. Queria comer aquela mulher! O Ruan que se dane! Se ele se interessou por ela, mas não comeu primeiro, problema dele.
Fiquei numa esquina próxima ao prédio do trabalho. Esperei por alguns minutos até ela surgir. Naquele dia ela estava mais deliciosa como de costume. Vestia uma saia de couro marrom, uma blusa branca que lhe mostravam bem seus seios enormes e usava um batom vermelho. Que espetáculo de mulher era a Rose.
Ela entrou no carro e logo de cara consegui ver suas coxas, eram lisas e bem grossas.
- Oi Fabiano, me desculpa pelo atraso. - Disse ela dentro do meu carro.
Estava hipnotizado por aquela mulher, tanto é que demorei alguns segundos para responder.
- Não tem importância. – Respondi.
- Para onde nós vamos? – Ela questionou
- Para um motel. – Respondi para eu mesmo, mentalmente. – O que acha de uma pizza?
- Bem, acho uma boa, afinal hoje é sexta-feira.
Liguei o carro e saímos. Conversamos por todo o trajeto. Ela me contou que morava com os pais e que teve poucos namorados, ou seja, eu estava ao lado de uma quase virgem. Rose tinha 23 anos, mais nova do que eu que tenho 26 atualmente.
Parei o carro numa rua perto da pizzaria, desci, dei a volta pelo veículo e feito um Lord inglês abri a porta para ela. Rose riu da minha atitude, não por deboche, mas eu agi de forma estranha ao fazer aquilo. Queria agrada-la.
Comemos e bebemos. Rimos e conversamos ainda mais. Aos poucos fui tentando convence-la de ir comigo para o meu apartamento, Rose era difícil, ou se fazia, não sei.
- A gente mal se conheceu e você tá querendo me levar pra sua casa. – Falou ela, num tom nada agradável. Parecia estar me condenando.
- Não é nada disso. – Disse eu. – É que nesse lugar não podemos ter nenhum tipo de intimidade.
Foi aí que ela jogou o balde de água gelada sobre mim.
- Mas eu não quero ter nenhum tipo de intimidade com você Fabiano. Sou tua amiga apenas.
Não sabia o que falar. Estava literalmente sem chão naquele momento.
- Tudo bem, me desculpe.
Ela tirou um papel da bolsa e com ela limpou o batom dos lábios.
- Por favor, se for possível me leve até a estação de metrô mais próxima. – Pediu ela.
Tentando ser gentil e ao mesmo tempo tentando contornar a situação sugeri:
- Posso te levar para casa, se quiser.
- Não precisa, é só me deixar na porta de qualquer estação, que eu me viro.
Fomos embora. Durante o caminho até a estação palavra nenhuma foi trocada, antes de sair, sem jeito, ela me deu uma boa noite que eu correspondi sem graça. Esperei ela sumir da minha vista para começar a dar murros de raiva no volante. Estava entorpecido de cólera.
Dormi o resto da noite. Não queria mais saber de mulher por um bom tempo, a Rose seria uma delas. No dia seguinte, um sábado, despertei de meu sono, descansado e revigorado. Como não costumo ficar em casa durante a semana, a não ser à noite para repousar, decidi fazer uma faxina. Armado de balde, vassoura, rodo, pano de pó e produtos de limpeza, iniciei uma senhora faxina. Comecei pelo banheiro, passei pela sala, quarto e finalmente a cozinha. Estava orgulhoso de mim. Suado por causa do trabalho em casa, fui tomar um banho. Deitei no sofá e entediado resolvi sair para dar uma volta na rua, algo não muito bom martelava a minha cabeça.