O MISTÉRIO DA MORTE DE SOCORRO
Leo entrou na grande sala todo esbaforido, consultou a hora no relógio de parede que alí existia, indo direto para a biblioteca. Alí trabalhava como bibliotecário, no prédio funcionava o Museu do Estado onde reunia antiguidades e documentos históricos. Sentou-se em seu local de trabalho e manuseou alguns papéis, estava visivelmente nervoso.
Numa sala ao lado Gilka recebia a visita de uma amiga trazida pelo recepcionista Gilson, um rapaz de seus 26 anos, que gozava de certo prestígio por ser um ótimo funcionário. A moça acomoudou-se em uma cadeira em frente ao birô de Gilka iniciando-se aí uma conversa aparentemente animada. Seu nome era Sony e fazia tempo que alí não ia, mesmo sendo uma grande amiga de Gilka, que lhe ofereceu água e cafezinho. Confidenciou a ela que pretendia enviar uma conhecida para lhe falar algo importante e do seu interesse. Seu nome era Socorro e trabalhava como advogada em um escritório alí perto e prestava assistência jurídica ao Sr. Hernandes, diretor do museu, fato que não era do conhecimento da maioria dos funcionários do museu. Nesse dia tinha uma reunião marcada com ele em seu gabinete, antes, porém, resolveu passar na sala da amiga para esse fim. Alertada, Gilka ficou no aguardo da advogada, que após a reunião com o diretor iria falar-lhe. Antes disso precisava entrar em contato com Leo e informar-lhe sobre a visita que receberia.
Um carro de luxo estacionou defronte ao prédio do museu, dele desceu o diretor, Sr. Hernandes, sendo cumprimentado pelo recepcionista Gilson, que levantou-se de seu pequeno birô para saudá-lo. Quase não ouviu o "bom dia" como resposta dele, mas já estava acostumado com isso, jamais se abalaria com essa atitude diária do chefe maior.
Uma hora depois chega uma jovem elegantemete vestida, era Dra. Socorro, que participaria de uma reunião com o Sr. Hernandes. Ela cumprimentou o rapaz e como tinha livre trânsito seguiu direto para o ganinete da diretoria.
Em casa Sony ficou pensando na amiga, no que iria dizer durante a conversa com Socorro, que iria entrar em um detalhe que poderia causar-lhe um grande problema, um fato que ela sabia, ou melhor, um segredo. Preocupada resolveu voltar ao museu, sua presença poderia esclarecer alguma coisa sobre o que também sabia.
Após a reunião com o Sr. Hernandes, que durou cerca de quarenta minutos, Socorro dirigiu-se a sala de Gilka, que já a esperava ansiosa e com um pouco de receio. Entrou cumprimentando-a e apresentou-lhe um documento que precisava ser assinado pelo diretor, mas teria que ser alterado, tratava-se de um contrato de prestação de serviços de assessoria e ela teria que assinar também tal contrato. Um dos parágrafos do documento causaria um acréscimo de alguns milhões de reais, dinheiro que seria dividido entre as partes envolvidas. Socorro tirou da bolsa um envelole e lhe entregou, continha uma quantia vultosa e estava sendo entregue para ela. Pegou o envelope e após certificar-se do seu conteúdo guardou-o em sua bolsa.
Sony chegou ao prédio do Museu do Estado e chamou Gilson em particular, o recepcionista a levou a uma sala vazia e alí conversaram, pretendiam, depois dos acertos, irem ter com Gilka e a advogada Socorro.
A tarde se passou e todos os envolvidos nessa história não deixaram o prédio do museu, exceto os outros funcionários que largaram normalmente. Em sua sala o diretor recebeu uma ligação da segurança informando que um dos guardas fôra atacado e que uma viatura o socorrera até o hospital.
Já era seis e meia da noite quando todos saíram do prédio, exceto Socorro, que foi encontrada morta na manhã seguinte.