Chen

Nossos Pensamentos.

As vezes quando chove me deito sobre a cama e fico olhando o teto de madeira do meu quarto ouvindo o barulho da chuva tocando as telhas e correndo para a calha. Nestes momentos meus pensamentos voam e em algumas ocasiões tenho a impressão de ouvir barulhos de gente andando junto a chuva pelo entorno da casa na varanda mal envernizada que a rodeia.

A chuva acumula na calha, muitas folhas a entupiram, escuto minha mãe me chamando para ajudá-la a limpar antes que cause um estrago maior, está frio, estou com preguiça, mas somos só nós, meu pai já não pertence mais a este mundo.

Colocamos uma escada do lado de fora, como sou mais novo minha mãe me coloca para subir e fazer o trabalho pesado, tento retirar as folhas com uma vassoura, meio sem jeito, tenho a sensação de que alguém, que não minha mãe, me observa pela janela do segundo andar, dou uma rápida olhada e não há ninguém.

Após alguns longos minutos conseguimos limpar a calha, voltamos para dentro molhados, minha mãe vai para a cozinha fazer o almoço, vou me trocar, tomo um banho quente, visto um moletom.

Realmente algo me incomoda, ainda mais nos dias de chuva, tenho que ficar em casa entediado, o dia nublado me faz criar coisas, criar pessoas andando pela casa como se fossemos duas famílias vivendo na mesma casa, mas que não nos falássemos, apenas observando uns aos outros.

Chen e a Casa.

Chen é um garoto de treze anos, filho de pai sul coreano e mãe brasileira, com traços puxados do pai, o garoto tem o rosto meio arredondado, olhos puxados, cabelos negros, na altura padrão da idade, com uma mentalidade mais madura devido ao fato de ter perdido o pai em um acidente de carro, onde ele e sua mãe também estavam no veículo.

Foram dias difíceis para a família, ter de suportar a dor da perda, seguir em frente, criar um filho sozinha, trabalhar para manter a casa, se preocupar se o menino estava frequentando a escola devidamente. Mesmo com muita luta, os dias que seguiram foram superados juntos, Chen, que já não era mais um menino ajudou sua mãe de todas as maneiras possíveis, pois tinham apenas um ao outro, no fundo sempre é a família quem está ao seu lado.

Venderam o apartamento que tinham na zona sul e buscaram um lugar onde pudessem fugir da dor do cotidiano, um local mais calmo para que ela pudesse criar o filho, saíram do centro urbano, acharam uma casa grande, de madeira, com uma bela varanda contornando a casa, precisando apenas de uma pequena reforma na fachada.

Chen quando viu a casa pela primeira vez se apaixonou, queria morar ali, e para sua mãe seria ótimo, pois a mesma estava com ótimo preço, ela poderia guardar um bom dinheiro da venda do apartamento para alguma emergência que viessem a ter.

O menino logo escolheu seu quarto, queria o que ficava mais no canto, depois de um longo corredor que passava por outros dois quartos antes de chegar ao dele, com banheiro próprio. Sua mãe pegou o primeiro, próximo a escada, decidiram fazer o quarto do meio um quarto de hóspede.

Chen diariamente ajudava a mãe a varrer o quintal, como havia uma amendoeira, naquela época caia muita folha e tinha que fazer o trabalho praticamente duas vezes ao dia.

Logo que se mudou, o filho passou a ter várias imaginações diferentes das que tinha até ir morar lá. Imaginava outras pessoas na casa, ao mesmo tempo, com seus quartos distribuídos. Um casal, dois filhos, cada um num quarto, ele dava até nomes aos meninos.

Nada além de uma casa.

Chen passou a relatar para a mãe as coisas que “via”, dizendo que algumas vezes as outras pessoas paravam para olhar para ele, e ele as via cochichando algo sobre ele, mas que o mesmo tempo não sabia explicar. Sua mãe dizia para ele parar de besteira, que ocupasse a cabeça com coisas úteis ao invés de ficar criando amigos imaginários.

Certa noite, chovia, e como de costume, ele estava deitado olhando para o teto pensando em como aquilo tudo começou, em como foram morar ali e como perderam seu pai, neste momento sentiu alguém em sua cama, quando olhou para o lado, um dos filhos do casal que ele “via” havia acabado de deitar-se para dormir, como se ele não estivesse ali.

Ficou estagnado, sem reação alguma, nem sua mãe conseguiu chamar pois faltou-lhe a voz, não sabia se era medo ou surpresa, não podia ser medo, ele já os via fazia tempo, talvez até já tenha brincado com eles, mas ainda assim nunca havia divido a cama na hora de dormir com o “amigo imaginário”.

Fechou os olhos bem forte, tentou pensar em coisas boas, adormeceu. Pela manhã, lembrou-se do ocorrido, devia ter sido um pesadelo, andou pela casa em espreita, em busca de alguém que não sua mãe, ninguém em casa.

Foi a varanda, viu sua mãe cuidando do pequeno jardim antes de ir trabalhar, o filho estava de férias escolares, ficaria o dia sozinho, talvez devesse arranjar o que fazer, sua imaginação já o estava deixando doido.

Após o almoço a mãe foi trabalhar, enfermeira, voltaria apenas na manhã seguinte por causa do plantão. O garoto lavou a louça, deu uma volta pela casa e foi para seu quarto.

Sentado, com alguns gibis de super heróis para ler, olhou em direção ao armário e viu o outro menino “arrumando o armário”, de pronto disse-lhe para que não mexesse em suas coisas, que aquele armário era dele, o menino olhou fixo para Chen, e disse que este era seu quarto, que ele não lhe pertencia, sem reação, pois nunca haviam se falado, saiu correndo do quarto, tropeçou no corredor, quando o outro filho saiu do quarto do meio, perguntou-lhe se estava tudo bem.

Estava tudo fora de controle, agora aquelas pessoas que “moravam” em sua casa, que nunca outrora haviam lhe falado, estavam falando. Pensou em ligar para sua mãe, mas esta estaria ocupada, trabalhando e já tinha muito com o que se preocupar, tentou se acalmar, foi para a varanda, sentou num banco de madeira, e olhava para as árvores, para as pessoas que de vez em quando passavam pelo portão da entrada, estava maluco.

Olhou para dentro da casa, não via mais ninguém, talvez realmente não houvesse quem ver, eram apenas coisas de sua cabeça. A noite tentou esquecer o que havia acontecido, sentou-se na cadeira que tem em seu quarto, olhou para a cama esperando para ver se o menino viria dormir novamente, já estava ficando tarde, ficava cansado, deitou-se. Deitado de lado, olhando para a parede com medo de ver alguém entrar no quarto, sua colcha foi puxada, sentiu o vento em seu corpo, virou devagar, com muito receio do que iria ver, duas crianças olhavam para ele, não sabia se gritava, gritou.

Os pais dos meninos vieram correndo, mas nada viram, e do nada todo mundo sumiu. Chen estava sozinho novamente no quarto. Pela manhã, não via a hora de sua mãe chegar, queria contar, mas ao mesmo tempo tinha medo de falar e ela querer colocar alguém para tomar conta dele, oras, já tinha treze anos, sabia se virar, podia ficar sozinho.

Quando sua mãe chegou, perguntou se havia ficado tudo bem, de pronto respondeu que sim, que estava tudo bem, que havia dormido cedo que não havia acontecido nada, nem ninguém ligado. Sua mãe lhe informou que naquela noite teria que trabalhar novamente, pois uma colega estava doente e ela iria cobri-la.

O desespero do garoto voltou, teria que passar mais uma noite sozinho, a dúvida sobre falar ou não estava novamente em sua mente, não falaria, iria ocupar seu dia com tarefas para poder ficar cansado e dormir direto a noite.

Como de costume, sua mãe saiu após o almoço, deu-lhe um beijo na testa no portão e foi para o trabalho, quando se virou, Chen olhou para a janela do segundo andar, um dos meninos o observada, olhava para trás, falava algo e tornava a olhar para o garoto no portão.

Entrou, foi a cozinha , começou a lavar a louça, talvez passasse um pano no chão, pegou o detergente, o mesmo escorregou, abaixou-se para pegar, nesse exato momento a mãe dos meninos chutou o objeto, olhou para o chão e viu o detergente caído no canto para onde chutara, olhou para o lado e viu Chen.

Um grito agudo. Duas crianças correram, o pai estava trabalhando. Chen ficou assustado, saiu correndo para o corredor, parou depois da escada, se escondeu, achava que estava escondido, olhou lentamente para a cozinha através do corredor, haviam sumido.

Nem era noite e já estava assim, a noite tinha receio de que seria pior, os garotos pareciam gostar de assustá-lo. Decidiu dormir no quarto de sua mãe, na esperança de nada acontecer. Quando já por volta das oito da noite, escutou a mulher falar para o marido que havia visto um menino na cozinha mais cedo, e o mesmo riu dizendo que ela estava doida, que era fruto da imaginação dela.

Estava confuso, pois eles eram fruto da imaginação dele, e agora a segunda família dizia que Chen era fruto da imaginação. Mundo louco esse da imaginação, como pode imaginação ser algo tão real, assustar tanto quando não passa de um mundo fictício.

Estava na hora de dormir, deitou-se na cama de sua mãe, acendeu o abajur do criado mudo, ligou a televisão no canal de esporte, gostava de assistir futebol, corrida, coisas de menino para dormir. Acomodado na cama de sua mãe bem no meio, pronto para dormir, sentiu alguém sentando, movimento primeiro de um lado, depois do outro, não quis se mover, o medo tomava conta de seu suor, olhou para um lado, um homem deitava de costas para ele, do outro a mulher levantando, andou até a janela, fechou a janela, quando tornou a cama, a luz do criado mudou apagou-se, a televisão foi desligada, Chen estava estático, estava deitado entre dois desconhecidos, mudo, sem querer se movimentar para não chamar atenção.

Estava certo de que via espíritos, e que eles habitavam sua casa quando sua mãe não estava, mas porque ali, por que os via, muitas perguntas misturadas ao medo do que poderiam fazer a ele. Chen deu um pulo da cama e saiu correndo sem olhar para trás, num ato de valentia misturado com falta de coragem, deitou-se em sua cama, olhou para a parede, puxou o edredom para se cobrir, tinha mania de dormir de pé coberto para ninguém puxá-lo, não conseguiu, alguém segurava a colcha, alguém já deitado em sua cama, dormindo como se nada acontecesse.

Chen estava perdido dentro de seus próprios pensamentos, dentro de suas criações, talvez fosse apenas um pesadelo, saiu da cama, sentou na cadeira e viu o casal andar pelo corredor em direção ao quarto dos filhos, haviam sentido ele sair correndo, entraram no primeiro quarto e o menino dormia o sono dos anjos, no segundo, haviam visto Chen na cadeira, ficaram parados, se entre olharam.

Um grito. Todos sumiram, apenas o menino de olho puxado estava no quarto, assustado, suando frio, como quem acorda de um pesadelo, aquilo já era outro nível de pesadelo, precisa aprender a lidar com isso, não poderia ficar assim todos os dias. Foi a cozinha pegar um leite quente, na tentativa de acalmar, conseguir finalmente dormir. Ligou para sua mãe, estava fora de área. Coitada, estava dando duro e ele querendo lhe incomodar com besteiras de sua cabeça, ainda bem que estava fora de área.

Esquentou o leite, olhou pela janela, não havia ninguém lá fora, estava uma noite fria, não chovia, mas fria. Subiu as escadas quase que na ponta dos pés murmurando um “pai nosso que estais no céu…” tentando tirar pensamento ruins da cabeça, havia lido certa vez que rezar ajuda a não pensar em coisas que atraem o mal, seria o mal lhe atormentando.

Em outra ocasião, em suas buscas na internet, tentando entender por que via aquelas pessoas, leu que pessoas que já passaram perto da morte tinham uma sensibilidade maior para o mundo espiritual, e que isso lhe dava maiores chances de ver silhuetas de pessoas que um dia já habitaram a terra. Mas a dúvida era, se ele e sua mãe também estavam no carro no dia do acidente que fatalmente matou seu pai, porque apenas ele via essas pessoas.

Entrou em seu quarto, não via mais ninguém, parecia calmo, olhou em volta, deitou, puxou a colcha, se cobriu, desta vez de frente para a porta, assim poderia ver tudo o que entrava e saia de seu quarto.

Cochilou, sentiu uma respiração quente em seu rosto, abriu os olhos e deu de cara com o menino dormindo em sua cama. Paralisou.

Gritou, o garoto acordou com o grito, também arremeteu um grito, seus pais vieram correndo, seu filho do outro quarto apareceu, eram os cinco no mesmo quarto agora, parados, sem reação, Chen gritou de novo, todos sumiram, menos ele.

Correu para a porta, fechou. Pensou melhor “Eles passam parede, você não!”, abriu a porta, o pai estava em pé no final do corredor com o filho no colo, a mãe ligava para a polícia.

O Acidente.

Pai de Chen dirigia por uma via expressa, com velocidade constante dentro do limite permitido pela lei de trânsito.

A mãe do menino e o mesmo estavam no carro, voltavam de uma sessão de cinema em família, plena sexta, tudo parecia que ia acabar muito bem, ouviam música, em alguns momentos até cantavam juntos.

Num cruzamento, o sinal aberto para que prosseguisse, o carro de sua família foi atingido por um carro que furou o sinal no cruzamento, pegando em cheio na lateral na altura da porta do motorista, matando o pai de Chen na hora, deixando sua mãe e o mesmo feridos.

O garoto teve que ficar hospitalizado por algumas semanas, havia batido a cabeça muito forte, mas se recuperaria, a mãe por estar do outro lado do veículo, teve arranhões e alta em poucos dias.

O menino demorou a se recuperar e aceitar a morte do pai. O outro motorista responde a processo por homicídio culposo e tentativa de homicídio, uma vez que causou o acidente por furar o sinal vermelho. Em sua defesa o mesmo alega que furou pois um de seus filhos estava no banco de trás com trinta e nove graus de febre, vomitando e que corria para levá-lo a um hospital. O menino sobreviveu, já está em casa.

Com a morte do pai, Chen nunca mais foi o mesmo, e sua mãe sabia que não teria mais seu menino de volta como antes, ele estava num período pós traumático, e que aquela criança de antes do acidente havia morrido.

De volta a casa.

Chen havia escolhido a casa nova, era para ser algo tranquilo, mas parece que tudo o perturbava, as imaginações. Resolveu falar com sua mãe, que por sua vez o levou ao médico, este queria muitos exames, desconfiava de esquizofrenia. Será que havia ficado doente?

Fez uma bateria de exames, continuava a ver as pessoas dentro da casa, dividindo a cama, puxando o cobertor, já não sabia mais como fugir disso, disse a mãe que queria se mudar. Esta por sua vez não tinha muito o que fazer, começou a colocar o filho em tratamento, e ao mesmo tempo o deixava sozinho pois tinha que trabalhar, as contas continuavam chegando.

Numa tarde, Chen está sentado no banco de madeira, escuta barulho dentro de casa, sua mãe esta no trabalho, entra no maior silêncio que poderia fazer, não tem ninguém na sala, vai até a cozinha, vê a família sentada em torno da mesa, falam sobre um acidente que aconteceu algum tempo atrás.

Chen não entende, os relatos que escuta o homem falar, sobre um processo que responde por um acidente causado por ele, o pesadelo da noite da morte de seu pai volta para a cabeça de Chen, que sai correndo da casa querendo ir ao encontro de sua mãe no trabalho, precisa contar o que escutou a família falando, as lágrimas correm pelo seu rosto, pega um ônibus, senti-se tonto com tudo o que ouviu, com o que esta acontecendo, precisa de sua mãe. cansou de fingir ser forte.

Chega ao hospital onde sua mãe trabalha, ala infantil. No corredor do hospital, no quinto andar, uma cor meio rosa com bege, bem cor de hospital, com aquele cheiro peculiar, não há como negar que é um hospital. Chega ao balcão de atendimento, pergunta onde pode encontrar Judith Pereira Joon.

A mulher sentada do outro lado do balcão, rodeada de papéis, dois telefones, um monte de planilha que parece mais uma loucura geral, uma moça negra, meio gordinha, com um sorriso branco invejável, olha para Chen e diz que não há ninguém internado com esse nome.

O menino diz que a moça se enganou, esse nome não era de uma paciente, mas sim de uma enfermeira que fazia plantão naquele momento. A mulher olha o registro de funcionários de plantão e torna a dizer que não há ninguém com esse nome trabalhando, que o menino deveria checar a informação. Vendo a cara de assustado do garoto, pergunta quem é a pessoa procurada. “Minha mãe”.

O pânico tomou conta de seu coração, sua mente, a mulher só poderia estar enganada. Tomou um pouco de consciência, perguntou se alguém com esse nome já trabalhou ou se internou no hospital. Vendo seu medo, procurou nos registros mais antigos do hospital, jogando o nome e de fato achou alguns registros.

“Menino, Judith Pereira Joon já foi funcionária do hospital, me perdoe, sou nova aqui, não a conheci, mas acho que você se enganou. Consta nos registros que ele foi hospitalizada há pouco mais de um ano, após sofrer um acidente de carro, onde seu marido e filho também estavam no veículo, todos faleceram”.

Um choque, Chen não sabe o que falar, se assusta, anda para trás, encosta numa parede de frente para a mulher que ainda pergunta se o mesmo está bem, se deixa escorregar até estar sentado no chão frio do hospital, não sabendo se chora, se sai correndo. A mulher dá a volta, perguntando novamente se está tudo bem, toca em seu ombro no intuíto de ver seu rosto.

Todos somem. Chen está novamente em seu quarto, sentado em sua cama de frente para sua mesa e cadeira, ainda chorando, abre os olhos, vê que está em sua casa, soluça, não entende nada. Levanta, anda em direção a mesa, abre seu notebook, seca as lágrimas, coloca no google “Kyung Joon, Judith Pereira Joon, Chen Pereira Joon”.

Um instante de silêncio. “Família morre em acidente trágico de carro” “Advogado mata família que voltava do cinema” “Três mortos em acidente de carro causado por homem que levava filho para hospital”.

Chen abre a primeira página, uma foto de sua família, a mesma que sua mãe mantinha na sala da casa onde moravam com seu pai, uma foto de como os carros ficaram. Uma de três corpos cobertos com saco preto. Uma foto do rosto de um homem aparentemente cansado, olhos castanhos, cabelo curto, uma barba rala. Chen fecha os olhos, não acredita que aquelas pessoas não são fruto de sua imaginação. Olha para o fundo do corredor, um homem em pé olha para ele, o homem com um rosto cansado, olhos castanhos, barba rala. Chen está morto e nunca percebeu. Quando as pessoas sumiam em seu estopim de pânico e pavor, na verdade era ele quem sumia. A dor de Chen o transportou para a casa do causador de sua morte.

Chen, um menino filho de sul coreano com brasileira, queria apenas ser criança, que nunca soube de sua morte, até o dia em que ouviu sobre ela, na casa daquele que tirou sua vida.

Algumas pessoas vivem mesmo estando mortas.

J A Grushazen
Enviado por J A Grushazen em 17/09/2018
Código do texto: T6451815
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