2ª Zona Morta - São Paulo - Zona Leste - Compreendendo

SEGUNDO CAPÍTULO

Ligamos a TV e o Rádio, ficamos atentos a tudo, tentei entrar na internet mas não conseguia estabelecer conexão com o Speedy, o modem sincronizava e derrubava o sinal segundos depois. O telefone tocou e minha esposa atendeu.

Raara - Alou?

Erica - Oi fia, é a Erica, ainda bem que consegui falar com você!

Raara - Ou Erica, o que foi?

Erica - Ta tudo bem ai com vocês?

Raara - Mais ou menos, ta tudo meio esquisito, por que você ta com essa voz?

Erica - É que eu estou vendo aqui na TV e está dizendo que tudo no Brasil está um Caos, as comunicações estão caindo, tentei ligar pra vocês por mais de duas horas, só consegui agora - A Erica, é minha cunhada ela mora no Japão com seu mario a dez anos.

Raara - E o que tão dizendo ai?

Erica - Tão dizendo que as pessoas estão ficando doentes por que a floresta no Brasil é muito densa e por todo o país os mosquitos estão espalhando uma doença que mata todos.

Raara - Floresta densa? Não tem mosquito aqui, até tem, mas são poucos.

Erica - Eu sei, mas aqui eles acham que tudo no Brasil é uma floresta, não da para confiar na explicação, só sei que alguma coisa ta estranha e tem algo errado acontecendo aí, fica com o Nafson dentro de casa e toma cuidado. To tentando falar com a Roberta e não consigo, você falou com ela?

Raara - Não, o Nextel não responde.

Erica - E a mãe, você conseguiu falar com ela?

Raara - Ainda não tentei, estamos tentando entender o que está acontecendo aqui. Mas a mãe deve estar no trabalho.

Raara - Alô, alô, Erica?.... O telefone caiu.

Perguntei para ela o que elas tinham conversado e voltamos à TV e ao radio. Noticiários mostravam ao VIVO ações isoladas de grupos de saqueadores, na Record estava passando um pastor do que estava lendo a bíblia inteirinha, versículo por versículo.

Sintonizamos na CBN, e lá estava começando o Jornal da Manhã, o apresentador havia se atrasado alguns minutos, mas estava no ar e dava noticias. Ele informou que após a explosão de uma das torres de Angra um vírus se espalhou pela região, o mesmo vírus acabou mutando e contaminou a todos que estavam por perto. Ele disse que o vírus éra passado por contato sangüíneo, saliva ou mordida. Em seguida ele disse que as pessoas afetadas estavam mortas e deveriam ser eliminadas, após ele dizer isso um barulho no estúdio e o que parecia ser uma briga, uma pessoa disse "Pelo amor de deus, são pessoas, não se pode matar pessoas inocentes por que estão doentes", mais alguns barulhos e o locutor voltou e disse "não se intrometa no meu trabalho, se essas pessoas significarem perigo para as demais elas devem ser eliminadas" e voltou a atenção para o publico e disse "Na cabeça, eles devem ser atingidos na cabeça, destrua a cabeça" e mais um empura empura e apenas gritaria e chiadeira.

Nesse momento me recordei do cara que eu deixei no quintal, corri para fora e minha mulher veio atras e me perguntou "o que você esta fazendo". Observei o cara imóvel no chão e disse

Nafson - Esse cara já ta morto, olha, ele não respira e nem se mexe.

Raara - Aqueles dois estão mortos mesmo, um eu acertei o outros os Cachorros destruiram

Corri para o quarto de bagunça e peguei um fio de arame que compramos para fazer um varal

Raara - O que você vai fazer?

Nafson - Antes de tudo vou amarrar esse cara, vai que ele acorda e tenta nos fazer algo

Raara - Tem razão.

Coloquei o cara deitado de lado e amarrei as mãos para trás junto com as pernas e passei o fio no pescoço, deixando-o totalmente imóvel e em uma posição muito agradavel para que eu o interrogasse.

Coloquei uma cadeira próxima a ele, enquanto minha mulher entrou para tentar se comunicar com os conhecidos.

Minutos depois ouvi um gemido e observei bem o cara, porém não percebi nenhum movimento, nem o mais vagaroso possível. Em seguida vi meu maior cachorro correr, pular o cara no chão e ir em direção aos destroços do cara que ele mesmo tinha pegado e ficou latindo para alguma coisa no canto do quintal. Então, com muito cuidado, fui averiguar e descobri que era apenas a cabeça do cara que havia sido despedaçado fiquei horrorizado!

A cabeça se mexia conforme o movimento da mandíbula do cara, e ele abria a boca e fazia um barulho estranho e os olhos estavam brancos. O Cachorro pegou a cabeça, mordeu e com uma das patas despedaçou até que o movimento parasse, eu fiquei estático.

PRIII

Ouvi então o barulho do Nextel, minha mulher provavelmente havia conseguido contactar a sua irmã através do radio, corri para dentro de casa para descobrir o que acontecia.

Quando cheguei, ela me disse que tinha falado com a irmã e disse que ela estava no seu apartamento com os dois filhos e com o marido e que haviam tentado arrombar a porta, então eles colocaram a geladeira na frente para ninguém entrar e estavam apavorados.

Então minha mulher me disse:

"Vamos ter que ir lá pegar eles, lá não é seguro"

Eu apenas concordei acenando com a cabeça

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