Dos Prazeres e Das Dores
Santos descobriu: Maria era cenário, pose de fotografia. Preferiu crer em reais prazeres de Das Dores. Dores profundas, perdas vindas de um passado imemorial. Segundo ela, de vidas passadas.
Viajavam ao som do pop rock, rock progressivo, fumavam músicas, dançavam baseados. Potes de doces consumidos por causa da larica. Santos descobriu: Das Dores sofria dores reais ao jorrar sangue das narinas, depois da sétima carreira, pois dor de Das Dores cessa com os prazeres do cheiro. Santos tentou estancar o sangue. Lenços e mais lenços consumidos, “cabeça pra cima Das Dores, vamos!”.
- Ir pra onde Santos, para o inferno? Quero dançar, coloca um tango, Santos!.
Santos atendeu, Das Dores dançava sem parar, rodopiou, caiu. Santos sentiu presença de Maria, cenário, mas lúcida. Maria queria ser modelo. Delgada, alta e loira. Balançava os cabelos e fazia poses. Santos fez outra carreira, cheirou, “vamos dar uma volta, Das Dores?”.
Foram e não voltaram mais.
Este conto integra a coletânea A Moça do Violoncelo - Edição do autor - 2015, que tem ainda Estrelas - poesias. Dois livros em um.
Outras Publicações do autor:
1 - Nas Águas do Arrudas - poesias - 1984
2 - As Três Estações - poesias - 1987
3 - O Comedor de Livros - poesias - 1991
4 - Crônicas do Cotidiano Popular - 2006
5 - Filhos da Terra - crônicas, contos com fechos poéticas - 2009
6 - Todos os Dias são Úteis - poesias - 2009
7 - Palavras de Amor - poesias - 2011
8 - Crônicas do Amor Virtual e Outros Encontros - 2012
#LulaLivre Doravante esta hashtag estará em minhas publicações enquanto não apresentarem as provas contra Lula.