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              EPÍLOGO


     Ana Lúcia estava mais calma. A operação tinha sido um sucesso e Milena já estava no quarto dormindo serenamente. Em poucas palavras ela resumiu os fatos ocorridos, fazendo questão de tranquilizar Eduardo.
      
O tempo   estava passando rápido demais e ele precisava tomar uma decisão importante. Deveria ir a clínica ou continuar cuidando das coisas no salão ? Ele não era homem de ficar em cima do muro, estava habituado a tomar decisões e viver sob extrema tensão não era exatamente novidade na sua vida.
   
Chamou  seus auxiliares mais diretos, Rogerinho, Jorge o maitre e Sônia a cozinheira. Informou que se ausentaria por pouco tempo pois precisava ver a filha internada numa clínica do mesmo bairro, não muito longe do salão e esperava voltar antes que a noiva chegasse. Teria que sair e voltar voando...

    
A cerimônia do casamento deveria começar às 19:00 e exatamente às 18:30 o belo carro cor vinho estacionou na porta da casa da jovem noiva. Estava mais do que na hora só que, como acontece com a maioria das noivas, ela também estava atrasada, além de super nervosa.
    
O  motorista esperou por cerca de trinta minutos e exatamente às 20:15 a noiva apontou na porta da igreja. Todos os olhares se voltaram até onde ela estava...

    
Rogerinho e Jorge , além de experientes e veteranos nas festas realizadas pelo buffet eram amigos pessoais de Eduardo e prometeram a si mesmos que tudo daria certo, que tudo estaria arrumado e lindo, muito lindo no momento em que a noiva pisasse no salão.
    
Na cozinha, tudo já estava preparado para começar a fritura dos salgadinhos. Bandejas com assados já estavam arrumadas, lindamente decoradas e prontas para serem servidas aos convidados.
   
Recepcionista  e segurança já nos seus lugares, garçons impecavelmente uniformizados, bebida gelada enfim, era só aguardar o inicio da festa...

    
A primeira coisa que Eduardo fez quando entrou na clínica foi perguntar pelo quarto de Milena. Ana Lúcia estava ao seu lado. Eduardo abraçou as duas e não se contendo , derramou várias lágrimas.
   
Era  como se naquele momento tivesse explodido a caldeira onde ele armazenava suas emoções . Ele e Ana Lúcia choraram como crianças. Milena tinha acordado não estava entendendo o que estava acontecendo.
    
Súbito o celular de Eduardo tocou. Ele levou um susto e com enorme preocupação estampada no rosto, atendeu ...

   
Na igreja a cerimônia do casamento foi linda. Aliás, a igreja estava belíssima. Foram momentos mágicos e todos estavam felizes . Após as bençãos finais do padre, os noivos se dirigiram para a porta ao lado da entrada principal, onde finalmente puderam receber os cumprimentos dos convidados. Uma enorme fila de convidados...

   
Rogerinho ao telefone tranquilizava Eduardo. No salão estava tudo em ordem. As bandejas de canapés estavam lindas e naquele momento só aguardavam a chegada da noiva e dos convidados. Seria uma festa maravilhosa. Aliás, mais uma...

    
Eduardo  se despediu de Ana Lúcia, prometendo voltar assim que a festa terminasse. Milena teria alta pela manhã. Ela estava bem melhor , já tinha feito um lanche bem leve e naquele momento, divertia os pais com suas habituais brincadeiras.
    
Deu um demorado beijo nas bochechas do pai, que abraçou a esposa e saiu rapidamente. A noite estava só começando...

    
Jorge, o maitre, perfilou seus garçons na entrada principal do salão. Eles fariam uma espécie de corredor humano para saudar a entrada da noiva. Os convidados aguardavam do lado de fora. Eduardo era um dos que estavam perfilados.
      
Ele vestia um terno azul marinho que lhe caía muito bem . Não havia dúvida, estava elegantemente vestido. Sua respiração estava mais tranquila e por uns instantes ele fechou os olhos, rememorando todos os acontecimentos daquele dia. Ele estava cansado. Tinha sido um dia e tanto...
    
Às 21:30 a noiva deu entrada no salão, ao som de uma belíssima música. Ela estava maravilhosa. Sorria, estampando no rosto um misto de felicidade e perplexidade. Tudo parecia um sonho. O noivo não cabia em si de contente. Em seguida entraram os familiares e convidados , que foram se acomodando nas mesas, ricamente adornadas com uma jarra de cristal, com uma tulipa branca.
    
Depois que todos se acomodaram, as garçons começaram a servir as bebidas e a comida...


    
Passava das 24:00 quando a mãe da noiva pediu a Eduardo que interrompesse a música porque a noiva queria que o bolo fosse cortado. Tudo foi providenciado como tinha sido solicitado. A festa estava sendo um sucesso. Impecável, em todos os sentidos e choviam elogios dos presentes sobre o magnifico serviço prestado pelo buffet . Cartões de visita e discretos folhetos de propaganda distribuidos enfim, uma noite mágica...

    
Eram 0l:30 quando o noivo cochichou no ouvido da sua jovem esposa que estava na hora de se retirarem. Afinal, bem cedo naquele domingo, teriam que ir para o aeroporto para o inicio da viagem de lua de mel.
     
Os convidados começavam a se retirar. A noiva, feliz, fazia questão de cumprimentar a todos...

    
Às 02:00 Eduardo resolveu ligar para Ana Lúcia. Queria noticias de Milena. Soube que ela estava bem e dormia profundamente. No salão, praticamente só estavam os pais dos noivos e o jovem casal.
    
Eduardo estava distraído, com o pensamento voltado para a mulher e a filha quando sentiu que alguém tocara seu braço. Era a noiva.
    
Sem dizer uma só palavra ela lhe deu um forte e demorado abraço e murmurou algumas palavras de agradecimento. Aquele tinha sido o dia mais feliz da sua vida e Eduardo tinha contribuído e muito para que isso pudesse ter acontecido.
    
Ele também recebeu um forte abraço do noivo e votos de sucesso. Em seguida os noivos partiram para seu novo lar, sua nova vida...


    
Rogerinho  se aproximou de Eduardo que estava sozinho , sentado bem no meio do salão. Ao redor, garçons recolhiam copos e materiais que tinham sido usados na festa. Em breve também iriam embora para suas casas, quem sabe, para se divertir ou descansar naquele domingo que estava apenas nascendo.
    
Rogerinho trazia uma garrafa de cerveja e dois copos. Sentou-se junto a Eduardo, abriu a garrafa e encheu os dois copos.
   
Brindaram, ficaram em silêncio por alguns instantes e Rogerinho exclamou :
 - Foi um dia e tanto !. Eduardo olhou nos seus olhos, bebeu um gole de cerveja e respondeu   com voz emocionada e cansada :
- Sim, foi um dia e tanto ! Tudo deu certo, apesar dos sustos .
Rogerinho também sorriu, bebeu outro gole de cerveja e lembrou :

- ...é...e na semana que vem tem mais ! 


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                ...os capítulos foram originalmente publicados de 3 a 06/04/2009...




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WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 29/05/2018
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