Estranho

Bom dia, Senhoras! - Exclamei cordialmente para as senhoras na parada do ônibus.

Bom dia, jovem! - Responderam as senhoras em pé a espera de suas conduções.

São 5:49 e estou atrasado. Esperando o meu transporte para o trabalho, me sento em um dos bancos vazios da parada de ônibus.

Com licença! – exclamou uma voz do meu lado.

Sim! – respondo virando a cabeça.

Meu jovem, o ônibus 404 já passou? Pois preciso ir até a última parada. – Perguntou a senhora sentada do meu lado.

Não, senhora. Este é o meu ônibus! – respondi apressado.

Nesse exato momento, uma das senhoras que estava em pé, veio falar comigo...

Meu jovem, você está sentindo alguma coisa? - perguntou a senhora espantada.

Não senhora, porquê? – Perguntei preocupado.

Porque, você estava conversando com ninguém do seu lado. – Exclamou a senhora espantada.

Nesse instante, o ônibus chega na parada. Eu e as senhoras que estavam em pé subimos nele e por curiosidade, resolvo perguntar ao motorista do ônibus, onde fica a última parada desse ônibus....

Com licença motorista, gostaria de saber qual o ponto de referência da última parada desse ônibus? – Perguntei com seriedade.

O cemitério! – Exclamou o motorista sem olhar para mim.

Nesse exato segundo, fui tomado pelo súbito e profundo susto. Fiquei completamente imóvel, tento procurar visualmente aquelas senhoras e meus olhos não mexem, meu corpo está enrijecido e minha respiração pesada, meu coração está sob extrema palpitação. Escuto vozes vindo de todos os lados, mas não consego compreendê-las. De repente, escuto uma voz bem próxima ao meu ouvido...

Recebeste tu, o infinito! - Exclamou uma voz sussurrando.

Nesse exato momento, o ônibus para em frente ao cemitério, e pude contemplar a sua faixada de entrada, cujo estilo se assemelhava as construções medievais, formado por um muro fortemente construindo em pedras e um portão de grade com barras de ferro de lanças com pontas nas extremidades superiores e seus detalhes em arabescos. Em cima do portão havia uma placa de madeira rústica com os dizeres “ Nós que aqui estamos por vós esperamos”.

De repente me encontrei dentro do cemitério, olhando para uma cova aberta e na sua lápide havia o meu nome. Fui empurrado...

“BOM DIA, CINCO HORAS DA MANHÔ – Afirmou uma voz vindo do despertador eletrônico.