Janeiro de 1944

Janeiro de 1944.

Encostou seus braços sobre a ponte e mirou as águas, bastava um pulo e tudo estava resolvido, ouviu uma voz e virou, era um mendigo, quando foi dar-lhe uns trocados, ele disse: não quero dinheiro e falou em voz bem firme, porém suave. Achas que resolverás tua vida, há anos você está fugindo por imaginar ter assassinado a pessoa que estuprou e matou sua filha, estás enganado, matou a pessoa errada, seu primo era louco, mais sequer encostou o dedo na sua filha, ele a encontrou morta, a pessoa que o acusou foi o assassino dela, e sei que também não acreditas no que eu estou falando, então vá, logo que chegar próximo a tua fazenda vai encontrar a tua tropa que fora roubada pelos ciganos , seu primo encontrou seus animais na cidade e os reconheceu, tomou dos ciganos e os levou para a fazenda dele, pergunte a ele e o mesmo irá confirmar. Ele novamente olhou as águas do rio das “almas” , havia chovido e o rio estava bem cheio e não escaparia com vida já que não sabia nadar. Novamente ouviu o mendigo dizendo: Vá, antes que outra menina seja estuprada, daqui meia hora passa um carro para “Pirenópolis” tempo suficiente para buscar sua mala, José virou e não viu mais o mendigo, ele percebeu que era um aviso e precisava voltar, ele jamais comentara com alguém que havia assassinado uma pessoa, também não comentou que era fugitivo. Ao chegar na fazenda de Bento ele logo reconheceu seus cavalos, Bento falou que os ciganos haviam roubado os cavalos e ele os tomou, já que sabia que Tonha não os venderias em hipótese alguma sem sua permissão. Ao chegar à sua casa contou aos seus filhos e esposa o que havia acontecido, pediu para ninguém intervir, pegou uma espingarda e foi para a casa de Antônio, que ao vê-lo armado correu para cima de José e tomou sua espingarda, antes dele atirar José arrancou de uma faca e o feriu, mesmo ferido ele conseguiu fugir, desapontado José volta para sua casa tem um infarto fulminante e morre.